Entre o conto de fadas de Dolce & Gabbana e a ênfase do veludo preto na passarela de Armani, o melhor da semana de moda de Milão


A Bottega Veneta investiu em peças de diferentes proporções e cartela de cores sóbrias, enquanto Salvatore Ferragamo e Missoni abusaram da explosão colorida para a temporada. Vem saber tudo!

Depois de uma abertura inédita, com discurso de um líder político pela primeira vez na história da Itália, a semana de moda de Milão continuou a mil. Enquanto marcas como Giorgio Armani e Bottega Veneta apostaram em um inverno escuro – Armani, inclusive, fez do veludo preto o grande protagonista de sua passarela, Missoni e Salvatore Ferragamo encheram a temporada de cor. Na segunda parte da fashion week, porém, a marca que mais chamou atenção foi Dolce & Gabbana, que trouxe verdadeiras princesas contemporâneas às passarelas, com toques de fábulas e contos de fadas. Vem saber tudo!

Bottega Veneta
Através de malhas e peças alongadas com diferentes proporções, pode-se ver que silhuetas retas e esguias são a aposta da Bottega Veneta para o inverno. A cartela de cores contrastava entre sóbrias como preto, cinza, verde e azul e os tons pastéis. Toques metálicos nos vestidos de malha finos em prata iluminaram a coleção, mas o auge foram os tons escuros, que, em peças femininas, garantiram sensualidade. Um terninho branco usado com lenço no pescoço chamou atenção pelo design delicado – que em nada lembra o estilo andrógeno super em alta. Peças da mesma cor em veludo foram usadas em conjuntinhos combinados e os bordados também tiveram sua vez ao lado de aplicações e feltros. Para a próxima temporada: muita cintura marcada, cortes mídi, pregas, volumes, lenços, animal print, casacos de couro e outros grandes e estruturados, mais cara de cobertorzão. Os cachecóis e lenços compridos também foram um elemento bem-sucedido. Assim como a Versace, a Bottega Veneta investiu em nomes fortes como Kendall Jenner e Anna Cleveland, que cruzaram a passarela representando a mulher sofisticada, dona de sua carreira e consciente de si, mas sem perder a descontração. A beleza ficou por conta de maquiagem carregada – que casou com os looks soltinhos e as transparências. Olhos escuros e cabelos repartidos ao meio também deram ao desfile personalidade.

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Dolce & Gabbana
Os estilistas Domenico Dolce e Stefano Gabbana deram um toque de modernidade para a magia dos contos de fadas e levaram verdadeiras princesas contemporâneas para a passarela. Vestidas com peças de alfaiataria reformulada e vestidos com aplicações, bordados e estampas que lembram o mundo das fábulas – como gatos, ratos, velas, chaves douradas, pássaros e outros, as modelos cruzaram a passarela enfeitada de candelabros dourados – que, aliás, também estavam presentes nas roupas. Os detalhes charmosos ficaram por conta de elementos como golas de brilho, aplicações de metal, cristais, rendas, pérolas e cabeça enfeitada com fitas com pedras preciosas. Uma capa dourada coberta por fios de lurex chamou atenção dos fashionistas. A marca criou, ainda, uma versão atualizada do vestido azul da Cinderela, todo coberto de aplicações prateadas e cristais, mangas curtas, mas de corte simples, sem as camadas drapeadas de saias típicas de princesa. A “gata borralheira” também foi representada no desfile, com chinelos transparentes, vestidos de seda curtos com estampas de ratos, peças de flanela pretas, tweeds em preto e branco com flores enormes por cima. Como se não bastasse, Domenico e Stefano sugeriram que a mulher pode ser seu próprio príncipe e acrescentaram jaquetas curtas com detalhes militares, calças e botas na coleção.

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Salvatore Ferragamo
Para a coleção outono-inverno 2016/17, o diretor criativo Massimiliano Giornetti tirou inspiração da Bauhaus. Ou seja: trouxe peças repletas de cores e padrões. “Eu gosto da maneira como tudo era muito geométrico, rigoroso, muito construído”, disse, nos bastidores. Na passarela, vestidos com faixas de cor horizontais, camadas de malha e plissados e looks em preto e branco. As cinturas marcadas foram o ponto mais forte de uma coleção elegante, cheia de toques lúdicos, corpetes, zíperes, muitas peças em xadrez, listras, color blocking e tons de vermelho, roxo, fúcsia e amarelo. Grandes botões e detalhes com traços barrocos romperam o estilo linear, enquanto tecidos plissados, tricôs e peles foram incorporados na mistura que resultou em uma coleção de formas simples com shapes minimalistas e estampas chamativas. “Especialmente neste momento, eu acho que é importante passar ao consumidor uma mensagem positiva e também inspirá-lo a brincar com cores e combinações de materiais”, disse o estilista.

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Missoni
A marca apresentou a coleção em uma fábrica abandonada, de encontro a uma instalação de luz que, no centro, brilhava em neón branco. A cara da “poesia urbana” proposta para o inverno. Em uma coleção descrita como “magra, longa e de pernas compridas” e dedicada a mulher moderna, muitos casacos grossos em mantas, listras coloridas sobre vestidos curtos, lenços até o chão e malhas coloridas foram explorados. Angela Missoni fez dos ziguezagues e linhas os grandes protagonistas e mexeu com sobreposições, com um “mix and match” (misturar e combinar) de calças suaves no estilo anos 70, camisas, vestidos com franjas de seda e lurex e casacos que resultaram em um estilo urbano chique. Jaquetas de franjas e vestidos colados davam um toque anos 70 glam. Para a noite, a marca trouxe vestidos plissados, usados com calças soltas e longos metalizados. Um casaco preto com franjas brilhantes chamou atenção. Nos pés, saltos e botas coloridas e sapatos esportivos garantiram o tom divertido.

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Giorgio Armani
No mesmo dia em que celebridades como o grande vencedor do Oscar Leonardo DiCaprio, Cate Blanchett, o pequeno Jacob Trembley e outros desfilaram seus modelitos Giorgio Armani no tapete vermelho, a marca apresentou a coleção outono-inverno 2016/17 e, em calças, tops e casacos, o veludo preto foi o protagonista da coleção. “Sempre amei esse material por seu suave e intenso esplendor”, disse. Entre calças de seda, tops túnica e vestidos de chiffon adornados com desenhos florais, as jaquetas jacquard com pinceladas rosa e azul claros chamaram atenção. Nas roupas pretas, Armani adicionou texturas como cetim, franjas, babados e coletes – usados, é claro, com calças de veludo. Vestidos de veludo sem alça ganharam charme extra com rendas e bordados cintilantes e usados com coleiras pretas. Os tons escuros e as roupas sóbrias marcaram a coleção, mas houve espaço para pontos de cor, jaquetas de tweed e outras de lã longas. Detalhes em tule e franjas também foram usados em uma temporada onde o “veludo é o protagonista de uma coleção que se desdobra em episódios diferentes”, de acordo com o estilista.

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