A 4ª Revolução Industrial já chegou e o SENAI CETIQT resolveu inovar mais uma vez unindo qualidade de ensino com a formação de projetos no MBI em Confecção 4.0. O curso oferece várias palestras sobre o tema na busca de encontrar projetos reais que podem ser levados adiante. A aula inaugural foi realizada na sexta-feira, no Rio de Janeiro, e reuniu 45 alunos representantes de 25 empresas que são referência, como Canatiba, Cataguases, Grupo Guararapes, Grupo Soma, DeMillus e DelRio. “O que vemos aqui é muito mais do que uma lição. É um movimento do setor têxtil e de confecção para descobrir como é possível as empresas serem mais competitivas e com o nosso apoio. Dessa forma, o MBI é um meio para chegarmos a esta nova Revolução, trocando ideias e se conectando”, afirmou Robson Wanka, gerente de Educação do SENAI CETIQT. As aulas discutirão as tecnologias de produto, de materiais e de processo de forma a entender como vai acontecer a convergência tecnológica. Além disso, como empoderar o consumidor nesta nova fase e como acontecerá a comunicação com a cadeia de fornecimento.
Além da possibilidade de se produzir moda na hora, o curso também discutirá sobre a economia circular, as leis trabalhistas e ambientais, inteligência artificial e outros pontos importantes. Isto porque, a partir de agora, estes temas serão vetores essenciais para traçar o futuro das empresas. “Através da Indústria 4.0 teremos mais recursos para descobrir uma forma de produzir mais consciente que não impacte o meio ambiente”, completou Angela Hirata, presidente da Japan House, uma das palestrantes que marcou presença na primeira aula.
O SENAI CETIQT pretende que a moda seja protagonista da Indústria 4.0 e isto só é possível através da organização de expoentes do ramo para debater sobre o assunto. Sendo assim, o MBI é inovador para que o mercado entre nesta revolução tecnológica e comportamental. “Esta união de esforços mostra a capacidade do setor têxtil, porque é um dos que mais inova no design e na tecnologia. A chancela do SENAI CETIQT é desenvolver cursos pioneiros como este, enquanto isto a das empresas é produzir e se preparar todos os dias para a competição e a da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) é mobilizar todos em busca de um propósito: o crescimento. Por isso faz sentido que estejamos juntos neste MBI que vai gerar muitos bons frutos. Este é um momento muito importante”, comentou Fernando Pimentel, presidente da Abit. De acordo com ele, o intuito é começar a entender este novo modelo de produção. Dessa forma, quando a Revolução se tornar uma realidade no mercado, as empresas já terão arsenal suficiente para competir com a produção de outros países.
Metodologia do curso
O SENAI CETIQT reuniu diversos intelectuais para desenvolver um MBI diferenciado para os alunos que são, na verdade, grandes profissionais da área têxtil. A ideia é oferecer um curso com formato moderno e com profissionais especializados. Dessa forma, o conteúdo não é trabalhado em uma sala tradicional, na verdade tudo acontece pela internet ou de forma presencial em um hotel, garantindo uma experiência de imersão para os empreendedores que precisarão colocar a mão na massa e debater. “Todos os conteúdos e o projeto final têm o objetivo de resolver problemas dentro das empresas e para que isso aconteça é preciso colaboração. Sendo assim, toda a dinâmica, seja em sala ou à distância é feita de forma colaborativa. Os professores, alunos e palestrantes, agora, são um time que vai propor soluções e expor conhecimentos de forma que se tornem desenvolvimento prático”, informou Fabrício Bittencourt, coordenador do Ensino Superior do SENAI CETIQT. Ao todo, serão 72 horas presenciais com palestras, aulas e dinâmicas, por isso o apoio e dedicação dos estudantes é essencial para que o produto final tenha bons resultados. Os profissionais não serão avaliados simplesmente por uma nota, mas pela forma com que promovem debates e ideias. Tudo isso com a utilização de diversos aparelhos técnicos avançados para contribuir nesta busca por novos equipamentos tecnológicos como, por exemplo, a visitação à primeira planta 4.0 desenvolvida pela própria instituição.
Além das aulas práticas, o SENAI CETIQT oferece seminários optativos no exterior para complementar o curso. Apesar do MBI ser pioneiro no Brasil, a comunidade internacional já organiza muitas discussões sobre o tema. Por isso os alunos terão a possibilidade de viajar para a Alemanha para participar de palestras e visitas a grandes empresas que são referências na produção de Indústria 4.0. Junto aos empresários da área têxtil também irão participar profissionais de outros segmentos como varejo. “Teremos níveis de conhecimento muito abrangentes justamente para que os empresários possam ver o que está se propondo na Alemanha em questão de tecnologia em diversos setores”, explicou Renata Savi, representante da Empresa GS1 Brasil, que está organizando a excursão. O grupo passará pelas cidades de Colônia, Hannover e Munique para entender o que está se propondo no exterior em questão de tecnologia. A viagem será realizada nos dias 10 a 15 de junho e terá curadoria internacional de forma a ter uma experiência focada em assistir e participar dos processos.
Os alunos
O MBI em Confecção 4.0 está reunindo uma massa critica de profissionais já que os alunos são, na verdade, grandes empreendedores nacionais ou representantes de empresas. “Queremos disseminar os processos e informações para toda a cadeia produtiva da minha empresa. Acho que a maneira como confeccionamos os produtos é um pouco convencional, por isso pretendo resolver esta questão para poder competir com a Ásia, que é o nosso principal concorrente. Além disso, o curso do SENAI CETIQT facilita a troca de experiência e isso pode ser muito positivo, pois as pessoas agregarão conhecimento. Este é o caminho”, afirmou Adilmeire Braga Bueno, representante da Del Rio.
A maioria dos alunos não precisa de um diploma. O diferencial, portanto, é unir educação de qualidade com a possibilidade de fazer novas conexões. “Estamos dando um passo para a conscientização e sincronismo de toda a cadeira têxtil, porque o mercado exige mais qualidade e menos compromisso. Espero que as outras pessoas percebam isto através do curso. Acho interessante esta integração entre o conhecimento e indústria”, comentou José Maria Fort, sócio da empresa Canatiba.
A motivação dos alunos, dessa forma, é o crescimento tecnológico de suas empresas. “Pretendo conhecer mais a Indústria 4.0 e incrementar ao poucos, através do conhecimento, novas tecnologias para a nossa empresa. Com isso, a tendência é melhorar a demanda e a qualidade dos nossos produtos”, informou Grisiele Villena Bastos, representante da Coteminas. Ao seu lado, Juliana Aranda da RU Uniformes completou: “Busco colocar na minha empresa o que vai mantê-la à frente, por isso quero entender o que vou precisar adaptar para continuar a crescer. Espero customizar a minha linha de produção de forma a produzir peças de maior qualidade. Pretendo chegar a este objetivo em cinco anos”.
Financiamento dos projetos
O SENAI CETIQT foi além da sala de aulas. Com o objetivo de instigar grandes profissionais a pensar e produzir conceitos baseados na Indústria 4.0, a instituição convidou o BNDES e a Empresa Brasileira de Inovação e Pesquisa, a FINEP, para viabilizar os planos finais dos estudantes. “Isto é mais um incentivo para mostrar às empresas que as ideias não ficarão no papel. Sendo assim, estamos dando a oportunidade de eles descobrirem fontes de fomento”, afirmou Robson Wanka, Gerente de Educação do SENAI CETIQT.
Representantes das duas instituições marcaram presença na aula inaugural e retornarão à cerimônia de conclusão. “O banco contratou um estudo junto com a Universidade Mackenzie sobre as potencialidades do Brasil na internet para identificar quais frentes podemos almejar o protagonismo global. Uma delas foi o segmento têxtil. Dessa forma, este curso é vanguardista nesta nomenclatura da Indústria 4.0. Por isso espero que as empresas contem com o BNDES nesta jornada de automatização, porque queremos conhecer os projetos e solução para podermos entrar de forma efetiva. Enfrentamos vários desafios e este é o momento de fazer uma retomada que pode ser potencializada com um salto tecnológico”, comentou Cláudio Figueiredo Coelho Leal, superintendente do BNDES. Dessa forma, a ideia é trazer o poderio econômico para fortalecer esta nova fase global. “A inovação é o negócio da FINEP, inclusive, no setor têxtil. Nós temos todo o interesse que as indústrias estejam preparadas para a 4ª Revolução e por isso queremos apoiar futuros projetos”, completou Andrea Bentes Leal, representante da FINEP, Empresa Brasileira de Inovação e Pesquisa.
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