O que acontece por trás das cortinas no mundo fashion nunca esteve tão em voga no Brasil: “Verdades Secretas”, novela líder de audiência no horário das 23h, tem mostrado que vida de modelo vai muito além de viagens e glamour, e que há todo um jogo de poder permeado por prostituição, interesse e vícios nas camadas interiores dessa indústria. E quem opina sobre o tema agora é Cara Delevingne. Abandonando aos poucos a carreira de modelo para focar no trabalho como atriz, que rendeu recentemente o papel de protagonista em “Cidades de Papel”, Cara deu sua opinião sobre esse universo em uma recente entrevista ao The London Times. Na conversa, a jovem de 22 anos comentou sobre o excesso de assédios sexuais que vê na profissão e o sexismo pelo qual algumas garotas no início de carreira passam.
“Eu sou um pouco feminista e isso me deixa doente. É algo horrível e nojento. Estamos falando sobre meninas jovens. Você começa na carreira quando ainda é muito nova e então você é sujeitada a… coisas não muito legais”, ela contou ao jornal. De acordo com Cara, esse tipo de assédio sexual não é exclusivo do mundo fashion, mas ocorre com mais frequência no universo das passarelas: “Eu acho que isso acontece em qualquer indústria. Eu creio que não seja apenas na carreira de modelo, apesar de ser pior nesse meio. Há fotógrafos que entram nisso simplesmente por causa das garotas”, ataca.
A atriz, que se prepara para estrear como Enchantress em “Esqudrão Suicida”, com lançamento previsto para o próximo ano, ainda disse que nunca deixou esse tipo de comportamento impune. “Se houvesse alguma injustiça, eu surtava. Se alguém estiver ultrapassando o limite, essa pessoa vai saber disso, assim como todo mundo. Eu não sou muito de varrer as coisas para baixo do tapete”.
Desde que decidiu procurar por trabalhos na sétima arte, os rumos profissionais de Cara Delevingne têm sido questionados pela mídia que, assim como o público, tem se perguntado o motivo dessa migração de indústrias. Na entrevista, a britânica comentou um dos porquês dessa tal mudança. “Modelar me fez sentir um pouco superficial após um tempo. Não me fez crescer em nada como um ser humano. E eu meio que esqueci o quanto sou jovem… Eu me sentia uma velha”, desabafou.
Voltando à ficção assinada por Walcyr Carrasco para a Rede Globo, Grazi Massafera vive Larissa, uma modelo que chega ao fundo do poço ao se perder no mundo das drogas, ao mesmo tempo em que a prostituição velada é mostrada ao país pelo “book rosa” abordado na história. O que acontece na TV não se diferencia tanto da realidade, guardadas as devidas proporções, claro. Mas, à medida que tops como Cara Delevingne e Naomi Campbell falarem abertamente sobre sexismo e/ou racismo, e assunto similares continuarem sendo abordados pela mídia, o panorama geral poderá mudar para o melhor.
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