Na ficção, ela é Kalesi, a rainha das serpentes, uma mulher egoísta e que só pensa no poder. Na vida real, a queridíssima Juliana Silveira é uma graça que, em um papo super gostoso, contou ao HT sobre as experiências na telinha, a maternidade, vaidade, artes e física quântica. Em um editorial exclusivo com pegada esportiva fotografado no Royal Tulip Rio São Conrado pelo fera Daniel Benassi, com styling da dupla arrasadora Athria Gomes e Mariana Heil, e beleza da craque Nat Rosa, em uma belíssima tarde carioca com a Pedra da Gávea e a praia de São Conrado como plano de fundo, Juliana mostrou o porquê é essa incrível atriz e profissional que há mais de 20 anos marca presença na tevê. Vem se deliciar nesse papo!
No ar em “A Terra Prometida” com um visual ruivo e uma interação amigável, até certo ponto, com as serpentes, Juliana Silveira contou que a Kalesi é o seu xodó. Entre os fatores que explicam esse apego à vilã bíblica, a atriz explicou que a personagem concentra várias “primeiras vezes” da carreira dela. “Algumas dessas novidades para a minha trajetória profissional é que a Kalesi foi a minha primeira rainha e a primeira vez que eu morri na ficção. E eu confesso que para essa cena eu fiquei bem tensa. Não sabia se eu ia morrer bem, se ficava de olho aberto ou fechado e como eu precisava fazer para que ficasse real”, revelou Juliana que adiantou que sua personagem irá morrer após receber uma flechada. “Depois que ela é atingida, ela cai em cima do seu próprio tanque de serpentes e acaba sendo mordida por uma das cobras no coração. É aquela história, né? O feitiço voltou contra a feiticeira”, brincou.
E engana-se quem pensa que a relação bem próxima de Juliana Silveira e suas novas amigas serpentes se deu de primeira. Quem vê diariamente em “A Terra Prometida” a atriz dançando e contracenando com os répteis, nem imagina que o primeiro toque demorou mais de um mês para ocorrer. “Eu morro de medo. Quando me falaram que eu teria essa relação com as serpentes, eu procurei me ambientar sobre esse universo, fui ao Instituto Vital Brasil, conversei com biólogos. Agora que eu já gravei as cenas e me livrei delas, eu nunca mais quero pegar. Foi muito amor pelo trabalho fazer isso”, confessou a atriz que recebeu o apoio de uma bailarina de dança do ventre e criadora das serpentes para se aproximar do animal. “A verdade é que a gente tem medo do que nós não conhecemos e ou não temos costume. Eu não conhecia ninguém com uma cobra em casa. Então, era algo muito distante da minha realidade. Mas isso foi só até eu começar a ter esse convívio”, disse Juliana que, ainda hoje, não se sente confortável com as serpentes.
Apesar de adorar animais, não é só dos répteis que a atriz tem medo. Ou se sente desconfortável. Juliana nos revelou que, além das serpentes, também sente muito medo de um outro bicho. E pasmem: não é barata, rato e nem aranha. “Eu morro de medo de cavalo. Quando era pequena, com uns 15 anos, eu tive uma amiga de colégio que morreu fazendo equitação. E isso gerou uma comoção enorme entre os amigos da escola. Fora que existem algumas outras histórias que a gente ouve, como o Super Homem Christopher Reeve que ficou tetraplégico depois que caiu do cavalo, por exemplo. Ah, tem mais um fator complicador: eu tenho medo de altura também. Então, andar a cavalo combina dois quesitos tensos para mim: a altura e as histórias que eu já ouvi na vida. Mas nada que não dê para superar, né? Eu sei que um dia vai acabar chegando a hora de enfrentar esse medo, ainda mais em novelas de época”, revelou Juliana que, de longe, admira o animal. “É um bicho que eu acho belíssimo. Nas Olimpíadas, por exemplo, eu adorei ver a competição de hipismo”, afirmou.
Outra preparação pela qual a atriz precisou passar para viver a rainha Kalesi veio do salão de beleza. Juliana, que de natureza possui os cabelos louros acinzentados, precisou tingir os fios de ruivo para “A Terra Prometida”. Além das madeixas, a atriz ainda aderiu às unhas gigantes, que fazem parte da caracterização da personagem. O que a bela achou das mudanças? “Eu gostei. Quando eu terminar a novela, eu vou continuar com esse visual ruivo. Para ser atriz, a gente precisa ter algumas disponibilidades e flexibilidades com a aparência. E a minha vaidade é a da personagem. Se precisar pintar o cabelo ou colocar unha falsa para um resultado bacana, eu topo. Para isso, eu sou bem tranquila”, contou Juliana que, seja loura ou ruiva, está sempre linda.
Convívio com serpentes, superação de medo, mudança na aparência. De fato, “A Terra Prometida” será um marco na carreira e na vida de Juliana Silveira. Entre as novidades que a personagem está proporcionando para a atriz, as maldades de uma vilã estão entre os destaques ressaltados por Juliana. Para ela, em papéis fictícios como a Kalesi, a atriz tem a chance de expor lados ruins que ficam reprimidos. Mas, apesar de todas as atitudes egoístas da rainha das serpentes, Juliana Silveira não a considera uma vilã tão má assim. “Eu acho engraçado, porque, vendo as cenas no ar, eu não acho a Kalesi tão má. Não é questão de defender a personagem, mas eu realmente não vejo tanta ruindade assim nela. Fazia parte da cultura dela. Para mim, quando eu assisto é muito difícil encará-la como vilã. Ela é uma mulher que ama o poder e, nesse sentido, não estabelece limites para conquistar seus objetivos. Mas, para uma rainha de 1.200 a.C, eu nem a escalo no ranking das minhas piores vilãs”, argumentou Juliana que atribuiu um caráter um tanto quanto fantasioso à sua personagem. “É uma mistura ‘As Crônicas de Nárnia’, com a Bíblia e um pouco de ‘Game Of Thrones’”, brincou.
Mas para quem já viveu a neonazista Priscila, a Kalesi é quase um anjo. Em “Vitória”, trama da Record de 2014, Juliana Silveira foi a responsável por levar temas pesados e reais à ficção. “Eu sofria para fazer a Priscila. O diretor foi me indicando alguns filmes, li alguns livros e fiz pesquisas na internet para criar essa personagem. A própria Record proporcionou palestras com historiadores antes de gravarmos. Eu acho que esse trabalho foi muito mais difícil porque é um tema atual. Volta e meia a gente vê algo acontecendo no futebol, nas artes e na internet. Quando eu ia fazer uma cena em que eu precisava maltratar alguém, aquilo me incomodava mais. Era muito mais difícil para eu administrar e elaborar esse tipo de situação que ainda ocorre, e muito, nos dias de hoje. Muito diferente da rainha que eu interpreto em ‘A Terra Prometida’”, explicou.
E, realmente, a Priscila não foi uma tarefa fácil. Com maldades que assustavam principalmente por serem facilmente reconhecidas no dia-a-dia da nossa sociedade, Juliana Silveira destacou a coragem da autora Cristianne Fridman e da própria emissora em querer bancar essa temática na tevê. Porém, o retorno do público não foi tão receptivo assim. “Na época, nós fizemos as pesquisas e o que recebemos de resultado é que o público reconhecia que era um tema importante e que precisava ser debatido mas não na hora da novela, em que as pessoas queriam relaxar e esquecer os problemas. Alguns telespectadores chegaram a relatar que não queria ver na novela, de segunda a sexta-feira, o que eles passavam todos os dias no ônibus voltando para casa. Em função disso, nós começamos a dosar essas cenas mais pesadas. No começo, eram cerca de duas ou três imagens bem impactantes, até de assassinato. E, por respeito, com o tempo, nós fomos diminuindo a intensidade e a maldade das atitudes dessa personagem. Chega uma hora que o público se incomoda mesmo. Já basta o jornal e a internet”, relembrou.
Essa dosagem, como recordou Juliana Silveira, se deu através de uma mudança de condução da vilã na trama. Em “Vitória”, Priscila deixou de ser a malvada e sem escrúpulos que desejava matar negros, homossexuais e nordestinos para ocupar o posto de vilã clássica da teledramaturgia brasileira. “A partir das pesquisas de opinião do público, nós encaminhamos a personagem para o vilão na forma mais tradicional, em que ela se opunha a outro personagem”, disse.
Mas calma, não é só de maldade que a carreira de Juliana Silveira se sustenta. Pelo contrário. Inclusive, foi lá em 2005, há onze anos, que a atriz deslanchou de vez. Quem não lembra da fofíssima Floribella? Sobre a protagonista que lhe apresentou o canto e lhe proporcionou duas temporadas de sucesso, especial de fim de ano e muito carinho do público teen, Juliana Silveira só tem boas lembranças. Mas, para conquistar o papel da bondosa Maria Flor Miranda, a atriz teve que rebolar. Ou melhor, soltar a voz. “Quando eu cheguei nos testes, eu perguntei se poderia começar pelas cenas. Na verdade, eu estava querendo fugir da parte de cantar porque eu não sabia se eu era capaz. Foi então que eu perguntei a diretora se ela preferia uma atriz que soubesse cantar ou uma cantora que soubesse interpretar. Mas, como era uma novela que tinha musical, a atuação era bem mais importante. E foi aí que eu fiquei mais animada e vi que poderia dar certo. Mas assim, eu não sei cantar, né? Eu sou até afinadinha, mas a minha profissão é atriz”, contou Juliana que, aos risos contou que até concilia a outra profissão no seu dia-a-dia. “No chuveiro eu sou uma ótima cantora”, brincou.
Descontração à parte, Juliana Silveira disse que atuar em musical não é uma ideia totalmente descartada de seus projetos profissionais. Se houver vontade e preparação, por que não? “Eu acho que se eu estudar até dá para o gasto. Se eu fizesse, não ficaria feio. Mas, de fato, aquele vozeirão não é comigo. Eu acho que, de fato, depende de tudo. Não é só o cantar que dita o resultado. Tem que pegar o tom adequado, a equipe comprometida a ajudar, o personagem bom, a música perfeita e o momento certo. São milhões de coisas que precisam se encaixar para que aquilo aconteça”, ressaltou. Mas engana-se quem acha que isso é um problema apavorante para a atriz. “Eu não sou muito neurótica. Eu tenho um compromisso muito sério com a minha carreira e tento sempre fazer o meu melhor. Mas eu tenho minhas limitações, como qualquer pessoa, e sei reconhecer isso. Eu não fico pirando e nem ficando neurótica depois se eu não gosto de um resultado na televisão. Reconheço que não mandei bem e bola pra frente”, argumentou.
Porém, essa autoconfiança e a diminuição da cobrança excessiva não é de hoje. No começo da carreira, Juliana, que gosta de se ver na televisão, disse que isso era, sim, um problema. “Quando eu era mais nova eu sofria horrores e achava que o mundo ia acabar. Mas, depois que você fica mais velha e se torna mãe, você passa a dimensionar melhor e da forma correta. Uma atuação mais ou menos não é o fim do mundo. Existem várias outras questões muito mais importantes, inclusive na minha vida”, pontuou.
E por falar em mamãe… Há cinco anos, Juliana Silveira ganhou mais uma profissão em sua vida: a de mãe do Bento. Apaixonada pelo novo aprendizado e novas experiências diárias, a atriz não fantasiou muito a função e reconheceu que ser mãe é uma missão para as fortes. “Eu sou apaixonada pela maternidade. Para mim, até a parte do perrengue é uma delícia. Eu amo ficar em função dele e me dedicar às coisinhas do Bento. Eu já aproveitei muito a minha vida, mas, hoje, é muito em função do meu trabalho, do meu marido e do meu filho, que já me ocupa bastante. A vida fica muito preenchida com esse presente. E de tudo: amor, problema, atividade, pirraça e vontades. Com a maternidade, a gente amadurece na marra. Não é algo planejado e nem imaginado, é uma questão que a gente vai descobrindo diariamente porque, realmente, filho não vem com bula. É uma caixinha de surpresas todos os dias. Existem etapas da maternidade. Para mim, os primeiros três meses são os mais difíceis porque a gente precisa ficar em casa em função de um recém-nascido.Depois, eles começam a descobrir o mundo, ter suas preferências, gostos e tudo mais. O Bento já é um garotinho, perdi o bebê”, reconheceu. Que fofo!
Ah, e quando o HT diz que ela adora essa profissão, é de fato verdade. Curiosa e animada com cada descoberta da maternidade, Juliana Silveira, que é casada com o designer João Vergara, contou que tem planos para o segundo herdeiro. Mas tudo em função de um sonho ainda maior do futuro. “Eu quero ter outro, mas não é uma vontade tão grande como era do Bento. Por não ser uma prioridade neste momento, a gente está empurrando com a barriga. Mas eu quero muito ter mais um para garantir o meu sonho de ser avó. Vai que o Bento não quer ter filho ou decide seguir alguma outra vontade?”, imaginou a atriz que prefere não arriscar abrir mão de ser a vovó Ju.
E por falar no companheiro de vida de Juliana Silveira, a atriz contou que o casal também é cúmplice e admirador mútuo do trabalho do outro. Enquanto João virou “o novo expert em novelas” da família, a atriz está ampliando seus conhecimentos artísticos com a sabedoria do marido. “O João tem uma sensibilidade muito forte por seu trabalho ter esse envolvimento com a arte. Então, ele tem um olhar diferente sobre a vida, papos inteligentes que me ensinam muito, e é um guia quando nós viajamos, que me explica exatamente sobre várias obras, seja em museu ou bienal. Eu estou me aprofundando muito nesse quesito, mas no sentido caseiro mesmo. Não conheço tudo e nem quero conhecer porque, para mim, o gostoso é admirar a sabedoria dele e aprender com ele. É uma posição em que eu gosto de ficar muito como testemunha e esponja, só absorvendo tudo o que ele tem para me ensinar”, disse.
A conexão entre os dois transcende o nível artístico. Como nos contou, Juliana Silveira, que é católica, assim como o marido João Vergara, mas batizou o filho Bento em uma igreja protestante, acredita em uma força superior, que pode ser, inclusive, plural. “Lá em casa, nós não temos preconceito com nada. Nós temos muita fé e acreditamos em um Deus superior e rezamos e oramos diariamente. Prova disso, é que eu tenho desde a Bíblia a livros de física quântica, passando pelo Zohar, livro da Cabala. Eu acredito muito em Deus, energia, pensamento positivo, boas vibrações. Acredito que tudo esteja conectado”, finalizou a atriz Juliana Silveira.
Créditos:
Fotos: Daniel Benassi
Styling: Mariana Heil e Athria Gomes
Beleza: Nat Rosa
Agradecimentos:
Mattoni Comunicação
Hotel Royal Tulip Rio São Conrado
Onde encontrar:
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