Estilista, fashionista, autêntico e único. Essas poderiam ser algumas definições para o divo da moda Dudu Bertholini. Mas em entrevista ao HT, ele disse que, hoje em dia, prefere o título de “consultor de moda” para qualificar tudo o que faz no mundo fashion. “Atualmente, eu faço licenciamentos com meu nome, palestras, consultorias, desfile, editoriais. Na verdade, faz tudo parte de um mesmo universo criativo, é uma mesma visão”, explicou. Com um estilo nada tradicional e básico, Dudu acredita em uma mistura do que “nasce com a pessoa” com “o que você escolhe para trazer para perto de si”, como a chave da criação de uma identidade fashion. “No mundo de hoje, é inegável que a gente vive em uma era de supervalorização de identidade e dos estilos. Diferente de outros momentos da história, em que a moda era muito mais ditadora, hoje em dia ela é uma grande democracia. Ela já não está mais aqui para dizer como você tem que se vestir, mas para te dar ideias de como ser o melhor de você mesmo, valorizando as virtudes e escondendo os defeitos. Então não importa como você está vestido. Se você estiver acreditando fica muito legal”, disse Dudu Bertholini. Adoramos!
Turbantes, estampas, brilho, mega acessórios. Tudo isso faz parte dos looks que o fashionista usa no dia a dia. Mas engana-se quem pensa que esses itens são indispensáveis em todas as produções. “Se eu sentisse a obrigação de estar com um turbante para ser eu mesmo, transformaria em uma prisão algo que eu fiz para ser livre”, explicou. Entretanto, o consultor de moda acredita que o estilo é um reflexo do que a pessoa é, age e sente. Portanto, caro leitor, não adianta querer imitar o look de determinada celeb que, segundo Dudu Bertholini, não vai funcionar muito bem. “Hoje em dia, se um fashionista acredita piamente na moda e acha que a informação que ela fornece é o que se deve fazer, ironicamente, a pessoa estará fazendo o contrário do que o estilo te pede. Se você não coloca a sua interpretação no look, você está fazendo o oposto do que a moda está te oferecendo. Esse fashionsimo pode ser um veneno anti-estilo, porque a pessoa fica um pouco refém de um look que não te pertence. A moda hoje em dia te dá todas essas ideias para que você as interprete de uma forma coerente com o que você é”, mandou o papo. #ficaadica, hein leitores?
Porém, em um mundo digital em que todos dizem o que pensam atrás de perfis nas redes sociais, assumir um estilo tão próprio pode atiçar os comentários dos haters da web. Em relação a isso, Dudu acredita que a aceitação pessoal e não fazer com os outros o que não gostaria que fizessem com você é a solução para se jogar nas tendências da moda. “A gente quer estar em um mundo em que as pessoas amem as diferenças, mas essa aceitação deve partir principalmente de você. Se a pessoa está inteira, dificilmente um olhar ou um preconceito de alguém vai fazê-la se sentir pra baixo. Então, muito mais do que preocupado com o que possam olhar e achar, eu tenho uma preocupação enorme de olhar para as pessoas, independente de lugar, classe, raça e credo e aceitá-las e amá-las como elas são. Porém, se você realmente tem medo, eu aconselho que não se exponha. Toda vez que você vai fazer um trabalho, se não estiver aberto para receber as críticas, pode ser algo muito duro”, aconselhou Dudu.
Sobre a experiência pessoal, Dudu Bertholini completa: “Eu nunca na vida quis ser unânime. Se eu quisesse agradar a todos, eu não trabalharia com moda. Eu acho que a gente tem que respeitar a opinião dos outros. Toda vez que você dá a sua cara para bater, você tem que estar aberto a ouvir tanto as pessoas que te acham incrível como as que não gostam de você. Eu acho que você tem que saber dar a sua opinião, tem que ser livre para falar o que acha, mas não usar as mídias sociais como um escudo para reproduzir nenhum discurso de ódio, de desrespeito e homofobia”. Papo reto e cheio de atitude, como a gente sempre espera de Dudu.
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