Dr. Alessandro Martins faz balanço de cirurgias plásticas e high tech tendências em 2023 assim como as menos procuradas


‘Vimos uma diminuição dos protocolos de harmonização facial, muito falada nos últimos anos. Temos características individuais e não há como fazer uma “receita de bolo”, como se as pessoas devessem ter o mesmo tipo de preenchimento, as mesmas áreas preenchidas, meio que protocolando ou normatizando um padrão de beleza que não fica bem encaixado em todos’, afirma o cirurgião plástico

Alessandro Martins, cirurgião plástico, fala sobre o que foi moda em 2023

*Por Alessandro Martins

Hoje nós vamos falar sobre o que tivemos de novidade, do que fez maior sucesso e de técnicas que foram deixadas de lado ao longo do ano. Fazendo uma retrospectiva, 2023 ficou marcado pela associação da tecnologia na cirurgia plástica. Começando pela face, damos destaque aos aparelhos que mesclam ultrassom macro e microfocado, além das técnicas de radiofrequência.

São aparelhos que ganharam muito destaque, tiveram muitas postagens nas redes sociais de pessoas famosas que usaram essas tecnologias com nomes como Ultraformer (ultrassom micro e macrofocado) e  Ulthera (ultrassom macrofocado), que visam um rejuvenescimento facial, um melhor posicionamento das estruturas faciais. Essas tecnologias ajudam a uma manutenção ou uma pequena correção de alguns sinais de envelhecimento do rosto associados à flacidez.

Esses procedimentos têm sua limitação em resultado, mas são uma ótima indicação, principalmente para pacientes que querem prevenir o envelhecimento facial ou para aqueles que não gostariam de se submeter a um procedimento cirúrgico de rejuvenescimento e que optam pelas tecnologias como formas menos invasivas.

Alessandro Martins, cirurgião plástico, fala sobre o que foi moda em 2023

Dr. Alessandro Martins (Foto: Vinicius Mochizuki)

Em 2023, vimos uma diminuição dos protocolos de harmonização facial. Temos características individuais e não há como fazer uma “receita de bolo”, como se as pessoas devessem ter o mesmo tipo de preenchimento, as mesmas áreas preenchidas, meio que protocolando ou normatizando um padrão de beleza que não fica bem encaixado em todos. Vimos até desarmonizações, ou seja, pacientes que ficaram com resultados estéticos desagradáveis, principalmente graças aos exageros dos preenchimentos faciais. Em 2023 houve uma redução desses exageros, os preenchimentos tornaram-se um pouco mais naturais e menos protocolados.

Nas cirurgias de mama, também houve termos que foram muito falados, entre eles alça muscular e sutiã interno. Na verdade, são apenas adaptações ou nomes de técnicas que, na verdade, já existiam. Elas não são exatamente novas, já existem há muito tempo e apenas foram divulgadas de uma forma diferente. São técnicas que visam maior fixação da prótese de silicone para que tenha melhor posicionamento, para que diminua sua migração lateral ou uma tentativa para se ter um resultado a longo prazo mais duradouro da prótese, diminuindo, com isso, a recidiva da ptose mamária.

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A técnica Dual Plane, que foi muito comentada nos últimos anos, continuou chamando atenção em 2023. Os termos mais famosos foram alça muscular, sutiã interno e mamoplastia em L. Essa última ganhou muito mercado com tentativas de cicatrizes mais reduzidas, que não se estendessem para a porção central do tórax, não aparecendo no decote. Fica o alerta: não é uma técnica indicada para todas as pacientes. A disposição da cicatriz numa mamoplastia ou numa mastopexia depende da quantidade de pele que a mama tem. Lembre-se também que não vale a pena economizar uma cicatriz se isso causar prejuízo no formato da mama e na durabilidade do resultado da sua cirurgia a longo prazo.

Para o contorno corporal, há várias tecnologias. A gente vem com plasma, com técnicas de radiofrequência, aparelhos que ficaram bastante conhecidos como o Renuvion (fato de plasma Hélio), o Bodytite (lipólise + radiofrequência) e o One step (lipoaspiração com endolaser). E realmente melhoram o resultado das lipoaspirações, pois tendem a suavizar a flacidez ou a retração de pele no pós-operatório, fazendo com que o paciente tenha um resultado com mais definição, com contorno aprimorado. A flacidez é um dos problemas associados à lipoaspiração, é um dos inconvenientes que prejudica o resultado da lipoaspiração.

Aqui vale o alerta: esses aparelhos, tanto a radiofrequência como o plasma e o laser, não são capazes de reduzir flacidez em grande quantidade. Ou seja, os pacientes que têm indicação de abdominoplastia, os pós-bariátricos, as que têm abdômens pós-gravídicos não tratam a sua flacidez dessa forma. As associações com as ressecções de pele continuam sendo importantes. Não tem como tentar subindicar essas ressecções confiando apenas na retração desses aparelhos.

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Continuando nas cirurgias abdominais, a gente vem com os enxertos de gordura, os enxertos de gordura intramusculares, dentro da musculatura do reto abdominal para melhorar os resultados das lipoaspirações de alta definição. Elas já são famosas há alguns anos, mas vieram, em 2023, associadas aos aparelhos, para melhorar a flacidez, e dos enxertos de gordura intramusculares, para que haja um ganho real entre os gominhos da musculatura abdominal. Com isso, o resultado é dinâmico e não estático, congelado, como eram as lipoaspirações de alta definição há alguns anos – Alessandro Martins

Ainda no contorno corporal, seguindo para a região de glúteos, coxas, a gente tem grande destaque para os bioestimuladores. As lipoenxertias continuam superutilizadas e com excelentes resultados nas regiões glúteas, na tentativa de aumentar a projeção do glúteo, melhorar o contorno, e a associação hoje em dia com os bioestimuladores para melhorar a flacidez ou algum grau de celulite.

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Esses protocolos estão sendo muito utilizados. Nós começamos a usar aquelas tecnologias para a face, de que falamos lá no começo, para aplicação no contorno corporal. Passamos a recorrer aos ultrassons micro e macro focados para melhorar, também, a flacidez corporal. Esses protocolos ainda não estão tão bem definidos como os faciais, mas são uma das novidades com que temos obtido resultados bastante interessantes com as associações de técnicas para o contorno corporal.

O ano de 2023 foi marcado pela tecnologia. A lembrança que eu deixo a todos aqui é que nem sempre ela é capaz de fazer tudo sozinha, mas sempre vai ajudar a se obter um resultado melhor dentro da expectativa de cada paciente. E que os pacientes procurem se informar com o seu médico qual é a tecnologia indicada para o seu caso, e não somente acreditar nos modismos. A cada ano coisas entram no mercado, têm um grande boom e, às vezes, em cinco ou 10 anos percebemos que o resultado não era tão bom assim. Por isso é muito importante que o profissional, o cirurgião e o paciente debatam claramente quais são as expectativas e quais são os resultados quando se associa uma tecnologia a um procedimento cirúrgico.

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