Do adeus de Gisele Bündchen ao visionarismo da stylist Letícia Cazarré: quatro chamados da moda em 2015. Só clicar!


Também chamou nossa atenção o primeiro desfile na SPFW da grife de um homem da noite paulistana e o caminho alternativo da moda que a Casa dos Criadores continuou nos proporcionando

São Paulo Fashion Rio, Feira Zero Grau, Vitória Moda, Minas Trend, Dragão Fashion, Fashion Business Rio. Os giros que HT dá pelo país, em busca do que há de melhor na cena da mundo, são muitos. E esse ano foi não foi diferente. Além de levantarmos voo em direção às principais capitais do Brasil, produzimos uma série de editoriais (só clicar aqui e se inspirar) e conversamos com gente que faz a roda fashion girar: de Gloria Coelho a Helo Rocha, passando por Walter Rodrigues e Paulo Borges. A seguir, nossos quatro chamados da moda em 2015!

O desfile da Ratier na São Paulo Fashion Week Inverno 2016: A surpresa do último dia da edição de Inverno da São Paulo Fashion Week foi a estreia em grande estilo da label sob a direção de Renato Ratier. Múltiplo, o sul-mato-grossense é DJ, dono da casa noturna D-Edge e do Bossa, estúdio musical, bar, restaurante e hostel. A Ratier foi inaugurada no ano passado com uma pegada minimalista, desconstruída, com muitos tecidos orgânicos, apostando em algodões e couro, lãs e linho. Aos que perguntam ao empresário sobre o estilo, ele costuma comentar que é algo no estilo Rick Owens ou Boris Bidjan Saberi. O clima do desfile foi bem noturno e inspirado em guerreiros e guerreiras. Renato adora o preto e o cinza na cartela, mas arrasou quando entraram looks com o vermelho sangue. Tudo repleto de geometria. Sensacional. O couro é apresentado em forma de tricô e em diversas texturas e aplicações. O sportwear é ponto de destaque também, mas com um ar contemporâneo fascinante. O fashion show teve gelo seco para imprimir uma atmosfera sombria, um casting de modelos masculinos que deixou as mulheres em polvorosa e a entrada na passarela de um pastor belga. Urbanidade, vanguarda e inovação no cenário da SPFW.

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Mais uma edição da Casa de Criadores: Houve espaço para tudo na semana de moda alternativa de São Paulo: do comercial alinhado ao conceitual a desfiles dramáticos e sensuais, ou ainda performáticos e com discursos políticos ou socioambientais. A estreia de Emicida com a West Coast ainda foi um dos pontos altos e mais midiáticos do evento. A coleção-cápsula em parceria com a West Coast teve styling de João Pimenta e trouxe ao universo masculino macacões e quimonos, além das camisas e calças retas. O artista abusou de sobreposições, lenços amarrados na cintura e estampas e acessórios que faziam referência ao movimento Afropunk. Sapatos abotinados com solado branco dominaram os pés dos modelos, dentre eles, Rico Dalasan, que também fechou a noite com canções animadas. Aliás, a trilha sonora foi um show à parte, como não poderia deixar de ser. A música ao vivo do DJ Nyack abrilhantou ainda mais o desfile. E não só: para coroar a Casa de Criadores houve gente como Felipe Fanaia, mostrando que em tempos de crise e caretice, é sempre bom ver quem tem coragem de sair da caixinha e se divertir na passarela.

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A aposentadoria de Gisele Bündchen das aposentadorias, em abril, durante a São Paulo Fashion Week: HT e sua equipe estiveram lá, de corpo presente, acompanhando tudo da fila A (junto de Tom Brady, o maridão) e do backstage. Nós entregamos o frenesi caótico que era mais sufocante do que o habitual para os desfiles da über. Uma grade gigantesca, envolvendo o espaço de quatro camarins, havia sido montada por volta das 18h, onde fotógrafos, repórteres, modelos, bookers e fãs se aglomeravam insanamente, ávidos por chegar um passo mais próximo de Gisele. Na entrada da grade, um time de seguranças, produtores e assessoras de imprensa barraram toda e qualquer pessoa que se aproxima e que não tinha determinada pulseira. Contamos que Gisele chegou por volta das 19 horas debaixo de uma chuva torrencial e foi direto para o camarim especial montado para ela – separado de todas as outras mortais – onde um roupão com seu nome a esperava, e via-se uma mesa de comidinhas orgânicas, suco verde e água de coco. Muita água de coco. O frenesi, que já estava alto, chegou a níveis estratosféricos. A comoção era grande até entre as modelos. Depois do show, no camarim, ainda sem conseguir falar muito, com a voz embargada e tentando enxugar as lágrimas, Gisele decretou: “Me senti muito amada, muito querida”.

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A stylist Letícia Cazarré: ela em plena crise, continua se reinventando e lançou sua própria publicação no mercado, a “Cause Magazine”, que estimula talentos de jovens e tem como objetivo proporcionar a entrada deles no mercado na moda. Em conversa com HT durante esse ano, Letícia chegou a nos adiantar que a “Cause” será recheada de arte e moda: “Faço parte de uma geração nova, que está chegando agora em posições de liderança no mercado e a revista é sobre isso. O mundo que a geração Y vai construir a partir de agora com a nossa linguagem. É para a galera que conhece arte, procura informações sobre cinema, fotografia, literatura. Nem todos se interessam por isso, os pontos de venda vão ser selecionados”. Durante esse 2015, aliás, Letícia foi a stylist escolhida para arrasar nos looks que seriam usados por Agatha Moreira em editorial exclusivo produzido pelo site HT. Para 2016, os planos são ousados: quer abrir um escritório. Planos de quem sabe do mercado em que ganha o pão: “O glamour é apresentado na forma final, quando vemos as fotos lindas nas revistas. Mas trabalhamos felizes, eu sou muito apaixonada pelo que faço e acho que todo mundo nesse meio também, e isso chega nas pessoas. Uma parte desse glamour que tanto falam é a felicidade, a adrenalina. Eu estou sempre entregue e feliz de estar ali”.

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