É para se amar! Underwear pode até ser simplesmente uma peça obrigatória para muitas mulheres, para todes. Mas por outro lado, o acessório básico também pode ser instrumento de fortalecimento da autoestima, estimulando o autoamor, e promovendo o autocuidado. O que se veste debaixo do que se vê, facilita a quem usa conhecer melhor o próprio corpo, escutando o que ele precisa e deseja. O DFB Festival, o maior evento de moda autoral da América Latina, incorpora isso lindamente, entendendo que o trade de moda do Ceará se compõe de múltiplas biografias. Viva a diversidade! E tal qual o evento, a Vi Lingerie, em seus quase 30 anos de existência, traduz a pluralidade em suas criações. “Poder participar do DFB é um momento único e muito enriquecedor para nós. Conseguimos através do evento mostrar um pouco mais da nossa essência, e do que temos de expertise em nível de modelagem, qualidade, e claro, muito amor que colocamos em cada peça. Nesta edição levamos uma nova fase da marca para a passarela. Sempre fomos focados em shapewear, e estamos expandindo o nosso portfólio e mix de produtos para algo mais fashion e para a noite. Essa abertura vai nos inserir em todos os momentos da mulher em seu cotidiano’, diz Vilalba Moura, fundadora e nome à frente da grife.
A lingerie no Ceará é fortíssima em termos de produção e o idealizador do DFB Festival, Claudio Silveira, falou sobre o tema: O que mais me impressiona no segmento de moda íntima cearense é a sua força. Estamos entre os líderes nacionais e o mercado parece cada vez mais promissor para esse setor. Além do mercado interno, nossas empresas atendem a todo o Brasil e apresentam fortes índices de exportação. Números que só crescem. No DFB Festival, as marcas convidadas são aquelas que apresentam uma postura mais sólida e inovadora. Nós sempre buscamos nomes aspiracionais, e, nesse segmento, o que conta para nós, do DFB, é a capacidade que essas empresas têm de se reinventar e comunicar de maneira impactante o fruto de seu trabalho. Dessa forma, acredito que consigamos inspirar não só o segmento, mas todo o trade.
A criadora detalha sobre a nova coleção ‘Ceará é Flor, é Amor‘: “As temáticas do DFB permeiam o nosso querido Ceará, e, em alusão a isso, pensando na delicadeza e encanto da sensação que temos em lingerie. Daremos em nosso desfile visibilidade para algo extremamente rico que temos por aqui: a nossa flora. Levamos essa imersão combinada com tecidos leves, sofisticados e sutis, conversando tanto com a temática quanto com o nosso nicho de produto”.
A grife é nasceu como empresa familiar e ganhou o país. Vilalba conta que fundou a Vi Lingerie ao lado do marido, José Sabino, que já partiu, deixando um belo legado e uma história de resistência, visão e determinação para contar. O casal de empreendedores fez do amor ao trabalho e ao cuidado na criação dos modelos vestiriam seu público, uma missão. Sinergia de uma vida.
Vilalba revela que o caminho nem sempre foi fácil. Em 1991, em uma faísca empreendedora, começou a vender calcinhas para contribuir no orçamento familiar. Boa vendedora, tomou gosto e cresceu. A empresária entendeu ali, que estava no caminho certo. O marido virou parceiro de negócios, deixando seu trabalho com estiva e cereais em atacadista, e focando na entrega para as clientes. Ele foi o responsável pelas viagens para expandir a empresa. “Em 1994, o crescimento do negócio nos proporcionou a compra da primeira máquina de costura, e a contratação do primeiro colaborador com fabricação própria no fundo da nossa casa. Foi quando lançamos a primeira marca, a Scandale Lingerie. Com o crescimento gradual, em 1996 lançamos a segunda, a Semiton Lingerie, e em 1998 alcançamos um corpo de colaboradores formado por 40 pessoas”, recorda.
Em 2001 aconteceu a grande virada de chave para a empresa, quando a fábrica foi transferida para um espaço de 800m², incorporando mais de 60 colaboradores, tornando-se nos anos seguintes uma marca conhecida nacionalmente. Tendo atravessado diversos momentos do país com o empreendimento, Vilalba fala sobre inovação após os dois anos pandêmicos para a indústria. “Nossa marca sempre teve como forte a linha shapewear, que consiste em modeladores e compressores para valorizar ainda mais a silhueta feminina. Com a pandemia, as consumidoras passaram bastante tempo em suas residências, reduzindo a necessidade desse tipo de produto por um bom tempo, e retomando agora, mas a pequenos passos. Olhamos para o mercado atrás de oportunidades, e sentimos a carência do público principalmente curves e plus size em peças com funcionalidade e estética. Por isso, em 2022 estamos trazendo cada vez mais coleções com tecidos de compressão e renda, que atendam essas duas necessidades, em uma cartela maior de tamanhos e cores. O feedback vem sendo maravilhoso, tanto de clientes finais quando de parceiros de negócios que revendem nossa marca”.
Hoje a direção formada por Vilalba à frente da presidência, ao lado dos filhos Felipe Moura, Henderson Sabino e Ícaro Moura, respectivamente diretores comercial, financeiro e produção, busca constantemente novidades no mercado, nos seus processos internos e em fornecedores. E a head pontua: “O Ceará é um dos maiores produtores de lingerie no Brasil. As marcas locais, incluindo a ‘Vi’, visam sempre peças com excelentes acabamentos e modelagens, além de durabilidade. A mulher hoje busca conforto e bem-estar, e é isso que a moda precisa promover para ela: empoderamento, autoestima e o estar bem consigo mesma”, diz.
“Nossa marca é consumida por mulheres de todas as idades, classes sociais e em diferentes momentos da vida. Afinal, nosso mix de produtos transita da gestão ao casual, do cirúrgico ao momento de dormir. Sabemos que a mulher que consome Vi Lingerie é decidida no que ela quer”.
Para ela, a contribuição socioeconômica da marca é fundamental para um crescimento concreto do negócio. “Hoje a nossa empresa é capaz de produzir todos os seus produtos do começo ao fim, de maneira autossuficiente, e isso é possível principalmente pelas pessoas que constroem isso conosco. Nosso corpo de colaboradores hoje é superior à 90% de pessoas residentes da cidade na qual nossa fábrica está locada, ajudando assim a economia local diretamente através da geração de empregos”, relata.
E reflete sobre os desafios de empreender no setor: “Eles nos motivam. Sempre buscamos matérias-primas de qualidade, aperfeiçoamos nossa modelagem e processo de fabricação das peças. Nossa continua melhoria é focada em apresentar peças funcionais, bonitas, sensuais e que se adequam à pluralidade dos corpos da mulher brasileira. Além disso, o Nordeste é uma potência quando falamos do segmento de moda. Temos uma das maiores cadeias de suprimentos de matéria-prima, e somos um dos principais polos de fabricação de lingerie do país. Geramos milhares de empregos diretos e indiretos, além do comprometimento em ajudar a economia local e fortalecimento da economia nacional”.
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