Em um mercado onde a competitividade é tão grande como o setor de moda, o diferencial de uma marca é seu DNA e posicionamento, claro. Mas cá entre nós, um sonoro e marcante nome, com uma história curiosa por trás, chama à atenção, não é mesmo? Tipo: Rio de Jas. A label de beachwear, batizada pela inspiração da pronúncia de uma rua na Espanha, deu origem à grife de Fortaleza, no Ceará. “A marca foi criada quando passei uma temporada na Espanha. O nome da rua em que eu morava era Gil de Jaz, que se pronuncia ‘Rio de Jas’. Toda a ideia partiu disso, e do apartamento em que morava, daquela rua em si. Depois, tiramos a ideia do papel e colocamos em prática”, conta Sara Brasil, que ao lado das amiga Mariana Lima cria as peças jovens e sofisticadas, apostando em modelagens simples, com materiais diferenciados.
A dupla celebra os 10 anos de existência da label em grande estilo: na passarela do DFB Festival, multiplaforma de moda, arte e cultura, realizada no Aterro da Praia de Iracema. em Fortaleza (CE). “Esse mês completamos dez voltas ao redor do Sol, e temos muitas histórias para contar. Por isso, trazemos como referência nessa coleção, nós mesmos. Vamos mostrar nossas características durante essa caminhada, trazendo uma modelagem única, com tramas manuais, como o crochê e o macramê, que representam nossas origens aqui no Nordeste. Mixamos esse artesanato com estampas em animal print, um símbolo muito presente na Rio de Jas. Apostamos também em peças naturais, por isso, trouxemos a madeira como aviamento, que representa a solidez que tivemos durante essa jornada”, detalha Sara. “Nossas inspirações vieram através do handmade, feito pelas mulheres fortes aqui do nosso estado. Queremos valorizar essas pessoas potentes e determinadas”.
Formada em psicologia, Sara nunca havia trabalhado com moda antes da Rio de Jas, criada quando ainda estava na faculdade. Mariana, formada em comércio exterior, teve sua própria marca de lingerie antes da atual grife. As duas acreditam que o DFB em sua 22ª edição, além de se consolidar pela programação plural, reforçando a vocação do Ceará como epicentro para a fomentação da moda e da cultura, terá um gosto especial desta vez. “São dois anos longe deste contato presencial com o público. A inovação vem através de um desfile mais humano, com um contato de uma forma mais real, mais próxima”, aposta Mariana.
“É um prazer enorme participar de um evento do porte do DFB, e poder representar a moda praia do nosso estado, em um evento tão bacana, com foco absoluto na moda local e nacional. Além disso, a moda autoral brasileira, que povoa o evento, é muito inspiradora e forte. Temos marcas com uma identidade única e particular”, pontua.
De olho no aquecimento do mercado e entendendo que moda é movimento constante, através do tempo e de diferentes cenários, elas preferem não se ater às dificuldades do caminho. “Quem trabalha com moda sabe que é um caso de amor e estresse diário (risos). Mas é muito maravilhoso trabalhar com a arte de criar, de transformar. É assim que vejo a moda, uma constante transformação. O que me inspira é criar algo cada vez mais único, e gerar empregos para tantas pessoas envolvidas na produção”, diz Sara.
Ela analisa também, o fato da pandemia ter impactado o comportamento do público da grife: “A moda comfy veio para ficar com certeza. Como também produtos mais básicos, lisos, e peças mais ‘eternas’, com menos estampas. A pandemia veio para fortalecer ainda mais o vínculo com as nossas consumidoras. Sentimos uma aproximação maior nesse momento tão difícil. A gente estava longe, mais próxima ao mesmo tempo. E de uma certa forma adentramos suas casas com nossas criações”.
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