Day 1: Valdemar Iódice abre a SPFWN44 com a comemoração de 30 anos de sua marca e apresenta desfile repleto de peças-desejo em meio à exuberante arquitetura do Palácio Tangará


Abrindo o calendário oficial de desfiles da semana de moda de São Paulo, o estilista voltou seus olhos para os arquivos da Iódice para celebrar o trigésimo aniversário da marca e fazer o que sabe melhor, uma moda ultrafeminina pautada pro elegância e sensualidade

*Com Dudu Altoé

Foi dada a largada para mais uma edição da São Paulo Fashion Week, que em sua edição de número 44, teve a Iódice como primeira marca do line-up de desfiles. E eis que Valdemar Iódice mostra a que veio ao preparar uma apresentação de aniversário no Palácio Tangará, luxuoso hotel seis estrelas da capital paulistana. O fashion show ocupou uma varanda do empreendimento em meio à toda vegetação exuberante do Parque Burle Marx. E não foi para menos. A grife, do alto do seus trinta anos, voltou seus olhos para seu rico acervo para pensar na nova coleção, “Tropical Art”, e celebrar o que tem de melhor – roupas leves, femininas, com um sex appeal que flerta na medida com a elegância da mulher contemporânea.

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Cercado de imprensa, amigos, compradores e familiares, Valdemar tem mesmo o que comemorar. A trajetória de sua marca, criada em 1987, se confunde com a própria história da moda brasileira dos últimos 30 anos. E, em meio ao cenário atual, e a todas as outras conjunturas pelas quais o setor atravessou nesse meio tempo, são raros os casos de grifes que sobrevivem há tantas mudanças sem perder sua assinatura forte. Segundo o empresário, a sensação é a melhor possível. “Até ontem, a ficha não havia caído. É muito bacana completar 30 anos em meio à situação atual do Brasil. Eu me considero uma pessoa feliz e realizada, e ainda com muito a fazer”, revela. Ele afirma ainda que nada disso seria possível sem o apoio incondicional de quem lhe quer bem, sua família. “O mais importante é ir além do trabalho e chegar na família. Tenho uma família que está do meu lado, que trabalha junto comigo, que me apoia. É isso que fez os 30 anos da marca”, completa.

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Valdemar e o filho Alexandre Iódice no backstage do desfile (Foto: Henrique Fonseca)

Esse sentimento, pois, não é exclusivo de Valdemar Iódice. O criador da SPFW, Paulo Borges, comentou sobre este momento especial e confessa que mantém há bastante tempo uma relação muito íntima com a Iódice. “Eu fiz o primeiro desfile da marca, em um galpão de cinema. Foi lindo. A modelo Claudia Liz estava no auge da carreira”, relembra, emocionado. Paulo afirma ainda que podemos aprender bastante com a história da marca, e levanta dois pontos importantes, dignos de nota. “Primeiro, é bacana ver como ela evoluiu durante todos esses anos. Depois, construir uma relação de amor, amizade, respeito e admiração. É o que a gente carrega durante a vida. As relações. E é justamente isso que eu tenho com a família Iódice”, finaliza.

TROPICAL ART:  a leveza dos trópicos encontra a liberdade dos movimentos

Sob a direção criativa de Valdemar Iódice, a estilista Simone Nunes trouxe para a label aniversariante um fino trabalho de modelagem, propondo a retomada da silhueta mais justa ao corpo para valorizar curvas e contornos a partir de vestidos de comprimento midi com ombros de fora e decotes profundos. Esta é, assim, uma estratégia que fez da Iódice o must-have da moda brasileira ao longo de sua história, um culto que vai desde o prêt-à-porter até o jeanswear. “Fui buscar as inspirações no passado da marca. Procurei resgatar uma mulher feminina e glamourosa, que é a mulher Iódice”, explica o diretor criativo. “Temos então uma coleção mais sensual, diferente da última, que brincou mais com a amplitude das silhuetas. Agora, a roupa está junto ao corpo”, acrescenta.

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Peças enérgicas, pautadas por recursos cinéticos como as franjas e os transpasses, flutuaram pela passarela, em boas combinações de tecidos e texturas. A riqueza do cetim de seda lavado foi equilibrada com um lindo trabalho em crochê e rendaria, fazendo jus às transparências, ponto forte da coleção, assim como o trabalho de estamparia, inspirado na obra colorida e geométrica da artista plástica ucraniano-francesa Sônia Delaunay. Destaque ainda para um rico listrado que foi resultado da disposição das franjas. Uma malha de paetês trouxe para a coleção, pois, o brilho mais que merecido neste momento de comemoração. E a sandália de tachas esféricas, hit da temporada passada, retorna à passarela, desta vez em tons mais claros, como pedem os dias de verão. Para arrematar as produções cuidadosas do stylist Pedro Sales, as modelos desfilaram com óculos escuros, fruto de uma parceria exclusiva com a Chilli Beans. Aliás, Valdemar está investindo também em uma linha de beleza, incluindo perfume e esmaltes com a Jafra.

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Beleza: a liberdade das sobrancelhas

Para completar a coleção festiva de brilhos e luxo da Iódice, Rodrigo Costa assinou uma beleza atemporal, mas com toque dos anos 1930. Na produção, o beauty stylist destacou as sobrancelhas tirando a atenção delas. Ou seja, para a Iódice, a beleza tinha um olhar despenteado com os fios para cima e a intenção de dar leveza à maquiagem. “Na maquiagem eu procurei fazer algo com proposta atemporal. Por isso, é uma produção bem leve que combina com toda a coleção que comemora os 30 anos da marca. Como detalhes, as têmporas são bem iluminadas e as sobrancelhas despenteadas para cima para dar um respiro ao rosto. Não queria que ficasse algo pesado e nem muito definido”, contou Rodrigo Costa.

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Beleza do desfile da Iódice, que comemorou 30 anos de marca, no primeiro dia da SPFWN44 (Foto: Henrique Fonseca)

Nos cabelos, o beauty stylist garantiu o toque dos anos 1930 com madeixas clássicas e com um detalhe bem tradicional a época. Nesta mulher atemporal da Iódice, os rabos de cavalo eram completados com um detalhe em zigue-zague na frente, garantindo assim charme e conceito vintage à beleza do desfile.

Beleza do desfile da Iódice, que comemorou 30 anos de marca, no primeiro dia da SPFWN44 (Foto: Henrique Fonseca)