A marca Karl Lagerfeld está começando a arrumar as malas para deixar os perímetros da Torre Eiffel e partir com – quase – tudo para a terra de Obama. Explicamos: o grupo norte-americano G-III Apparel (detentor da Calvin Klein e Tommy Hilfiger) comprou 49% da marca de Lagerfeld com o intuito de comercializá-la para os americanos – e parte dos canadenses – pelo tempo mínimo de cinco anos. Com isso, as coleções do estilista estarão disponíveis em novo território a partir da próxima primavera. Nessa balaio, porém, não entram perfumes, cosméticos, óculos, relógios e joias.
De acordo com a FOX News, o grupo G-III Apparel também passa a ter uma licença exclusiva de uso da marca Karl Lagerfeld no que diz respeito a produtos de consumo e de vestuário no México. Entre as peças que poderão ser encontrar agora na América estão as roupas femininas, os casacos masculinos e as bolsas. E a alegria deve durar muito: o que se sabe é que a licença tem duas renovações de cinco anos cada, mesmo sem a divulgação total dos termos financeiros.
Em entrevista a uma agência internacional de notícias, Pier Paolo Righi, presidente do Karl Lagerfeld Group BV, grupo do diretor artístico da Chanel e da Fendi, disse que o desejo de expandir mercado para os Estados Unidos é bem antigo.” Mas queríamos contar com todos os elementos para que fosse um sucesso. Com o G-III teremos o melhor sócio para conseguir”, disse.
É bom lembrar que a novidade vem bem depois da marca Karl Lagerfeld anunciar uma parceria com o grupo Children Worldwide Fashion (CWF), detentor das infantis Burberry, Chloé, DKNY, Boss, Lee, Little Marc Jacobs e Timberland. Desde fevereiro, Karl confirmou que vai lançar uma linha de roupas e acessórios voltados para o público jovem – desde recém-nascidos até os 16 anos – com duas coleções anuais – a primeira deve sair no Verão 2016.
Por fim, a parceria de Lagerfeld com a G-III Apparel só vem reforçar a tendência do mercado fashion mundial, onde grifes elitistas passam a ter de expandir seus mercados para consumos mais, digamos, populares (na medida do possível), de forma que consigam acompanhar a roda da economia girando. Prova disso foi a postura tomada por Marc Jacobs em março deste ano. A Marc by Marc Jacobs, segunda linha do designer, e popularmente conhecida por uma pegada mais acessível, teve seu fim anunciando para que todo o trabalho do estilista seja voltado para a grife Marc Jacobs. À época, o próprio estilista justificou a mudança na ideia de fazer uma “moda incrível” e democrática no novo foco. Um caminho mais que certo em tempos que o mercado é quem dita as regras do jogo. Infelizmente.
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