Sabe aquela moda à la Lino Villaventura, onde nem tudo nessa vida precisa de explicação, o abstrato, lúdico e futurista conversam entre si e entregam uma tendência que fala por si só? Ela ainda existe, calma, mas ganhou ares comerciais. Até porque, como o próprio justifica, estamos no Minas Trend. No desfile apresentado na 18ª edição da semana de moda mineira, no Expominas, em Belo Horizonte, Lino matou dois coelhos com uma cajadada só. Explicamos: suas duas grifes, a que leva seu nome e a outra que apenas apresenta seu sobrenome, se uniram, em uma só. É como se fosse o vinho e a água, a transparência e o turvo. É que enquanto uma entrega um frescor jovem, contemporâneo, a outra é um mar de tecidos sofisticados. Para Lino, é como “misturar um vinho de alma mais suave e outro mais forte”. No resultado, continuaram prevalecendo o handmade e a reconstrução de tecidos, com carros-chefe que já vimos na coleção de Inverno 2016, no São Paulo Fashion Week: enrugados, nervuras, tingimentos, plissados e modelagens lindas!. Com um patchwork de primeira que ajuda a conferir aquela trinca que abre essa crítica (abstrato, lúdico e futurista), Lino apostou em calças-saias e grafismos para conversar com a turma do “comprou, usou”, sem deixar de entregar bordados e pérolas, tafetá e seda pura, para aquele nicho que presa pela sofisticação e saracoteia pelos círculos mais cosmopolitas do society. A forma como Lino manipula matérias-primas – principalmente os tecidos -, fez valer toda a proposta. Como ele bem chegou a afirmar pré-desfile ao HT, “as pessoas ficam curiosas com o que o doido vai fazer”. A temporada mostrou que a digamos, sandice, traz um fresh e casual que não fazem mal a ninguém. Mas com o carimbo Villaventura de ser.
Leia a nossa entrevista exclusiva com o estilista aqui.
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