O dia começou cedo para a turma apaixonada por couro, calçados, bolsas e moda em geral em São Paulo. O motivo? O primeiro dia do aguardado Inspiramais, um misto de Fórum de discussão sobre aspectos da cadeia produtiva e salão de design e inovação, onde os produtores, estudantes, jornalistas e quem mais interessar podem conferir em primeira mão as principais inspirações e novidades em termos de materiais para a próxima temporada de inverno 2016.
Localizado no quinto andar do shopping Frei Caneca, o salão conta com dezenas de expositores e cerca de 16 projetos – entre eles o Inovamais, na Arena de Inovação, com palestras que incluem temas como o futuro do e-commerce, a partir do case da Netshoes e tendências em calçados esportivos, só para citar dois temas discutidos neste primeiro dia.
Por lá também a gente pode conhecer o Preview do Couro, que já aponta as tendências para o Verão de 2017, apesar de nesta edição ainda estarmos falando do inverno 2016. É, meus caros, jacaré que não anda vira bolsa, e é preciso estar sempre um passo na frente para se destacar no mercado.
Para falar sobre tudo isso, uma coletiva de imprensa foi armada no lounge da Assintecal com presença da alta cúpula dos organizadores e apoiadores do projeto Inspiramais. Quem estava por lá? Ilse Guimarães, Superintendente da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos, a Assintecal, Walter Rodrigues, estilista e coordenador do núcleo de design da Assintecal, Rogério Souza, responsável pela Inteligência Comercial no Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), Juliana Borges, coordenadora de moda do Sebrae, Isabela Capeto, estilista e responsável pelo setor de Ecodesign do Inspiramais, Jefferson de Assis, estilista e coordenador do segmento de referências e Mix By Brasil, e Milton Killing, presidente do Instituto By Brasil (IBB).
“Quando surgiu a ideia do Inspiramais, veio junto a vontade de fazer como o que déssemos a oportunidade ao produtor brasileiro de se diferenciar no mercado nacional e internacional com qualidade e um DNA nosso”, disse Ilse, antes de ser completada por Walter Rodrigues. “O mais importante é fazer com que os participantes descubram a importância não só do design, mas que eles também passem a ter – e a extrapolar – a ideia de pertencimento, com foco nos fazeres manuais e na tradição que a cultura brasileira tem. Por isso, todo o processo de construção do fórum foi pensado para ir além da simples produção. Apesar de se calcar nos moldes de um bureau de estilo, onde são apresentadas propostas para as próximas temporadas, o nosso diferencial é que contamos com 28 consultores que, depois daqui, seguem atuando dentro das esquipes destes produtores, fortalecendo o pequeno e o microempresário”, contou o estilista.
A presença do Sebrae, portanto, é bastante importante como parceiro do Inspiramais, já que cerca de 80% dos participantes pertencem a esta fatia da indústria de empresas de menor tamanho. Um convênio celebrado pelo Sebrae e Assintecal está aumentando a competitividade de mais de 320 pequenos negócios do setor calçadista e abrindo mercados fora do país, com a ajuda, também da Apex. “Já atendemos cerca de mil empresas ao longo da parceria com a Assintecal, contribuindo para a geração de uma receita de cerca de R$100 milhões e milhares de empregos”, enumerou Juliana Borges.
Tudo muito bom, tudo muito bem, mas é claro que o assunto que mais assombra os empresários de todos os tamanhos no Brasil veio à tona: a crise pela qual passa o país. “A sustentabilidade, a criatividade e a inovação são aspectos importantíssimos, mas se a gente não transformar tudo isso em lucro, o resto vira poesia. Aqui, portanto, a gente está buscando todos os elos,e em momentos de crise, principal é o resultado fincanceiro para continuar investindo no resto. Além da sustentabilidade é hora de investir em inovação, tenoclogia e marketing para se destacar, principalmente nesse período turbulento. Por isso, se as pessoas querem crescer elas precisam vir aqui e mergulhar nesse rico universo que a gente está oferecendo”, disse Milton Killing.
“A única crise que não podemos ter é a de criatividade. Todo período de crise evolui para uma capacidade de separar o que presta e o que não presta, o joio do trigo. Sou a favor da crise. Quem está focado em fazer um trabalho forte, aparece. Repensar propósitos, definir novos caminhos, junto da metodologia do Forum, facilitando a percepção do design e do produto, fica mais fácil enfrentar o momento de crise. A crise é boa para sair da zona de conforto e emplacar novas ideia. Ficar parado chorando não vai ajudar em nada”, sentenciou Walter. E a gente assina embaixo.
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