Com um futuro promissor e dona de uma beleza instigante, Taynara Resende, a estrela do editorial “As nuances do jeans”, comenta: “No meio da moda, você precisa zelar pelo seu nome”


Dona de um belo par de olhos verdes e uma capacidade camaleônica em frente às câmeras, a modelo de 18 anos fala com HT sobre a competitividade da carreira, os abusos sofridos pelas new faces, sua experiência morando em países como a Alemanha e a Itália e ainda divide seu sonho na profissão: “Ser respeitada profissionalmente ao ponto de eu poder escolher o que eu quero fazer e de me conhecerem como ‘a’ modelo”

Com olhos verdes penetrantes e ferozes, a pele morena e brilhante, cintura 36 e 1,72 de altura, a ariana Taynara Resende é uma das new faces que se destaca tanto pela atitude quanto pela forma como se transforma diante de uma lente. Com apenas 18 anos, a estrela do nosso editorial “As nuances do jeans” já mostra uma capacidade camaleônica surpreendente, um de seus muito atributos na carreira que escolheu há apenas três anos. Em um bate-papo com HT, a modelo fala sobre as dificuldades da profissão que escolheu para si, como lida com o estudos, as experiências que já teve em sua trajetória e até quem a inspira. Vem com a gente e conheça a menina da 40 Graus Models que está pronta para tomar a indústria da moda de surpresa.

Ao contrário de muitas meninas que são flagradas na rua ou participam de concursos para atingirem o sonho de ser modelo, Taynara conta que foi ela quem tomou partido e correu atrás do seu objetivo. “Fui eu que me encaminhei para uma agência, porque sempre falaram que eu levava jeito para ser modelo. Mandei algumas fotos para agência do Rio e de São Paulo, até que o próprio Serginho (Mattos, dono da 40 Graus Models e responsável por descobrir nomes como Ana Beatriz Barros e Cauã Reymond) viu o e-mail e me chamou para conversar. No mesmo dia, ele me adorou e me convidou para trabalhar. A partir daí, tudo começou a acontecer aos poucos”, conta a carioca.

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Taynara ainda confessa que, assim como milhares de meninas pelo mundo afora, ela descobriu que a carreira de modelo pode começar com um ‘não’ antes de um sim. E se até nomes como Adriana Lima e Alessandra Ambrósio já foram rejeitados por agências, não há nada que impeça a modelo de ter um futuro brilhante. “Eu mandei meu currículo sem levar muito a sério, porque duvidava que me aceitariam. Até por que eu já havia enviado para algumas agências e, depois de um ano, decidi mandar de novo. As pessoas falam que quando eu era mais nova queria ser modelo, mas não lembro disso. Tanto que eu não tinha nenhum plano, simplesmente tentei”, conta.

O ânimo para seguir em frente veio dos pais, principalmente da mãe, Tatiana Resende, que aos 35 anos apoia e cuida da filha com todo o zelo possível. “Meus pais são separados, mas eles super participam de tudo. Minha mãe toma conta da minha carreira, cuida de mim em relação ao cachê, onde será o trabalho, como vou, para quem é etc.  Se interessa por tudo. Muitas vezes eu pensei em desistir e ela é a pessoa que mais me influencia a não fazer isso”, comenta Taynara, orgulhosa.

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Talvez seja pelo próprio protecionismo positivo e a base sólida de uma família que se preocupa com ela, que Taynara se mostre um caso raro em que, aos 18 anos, já tem o ensino médio completo desde os 16 e não descarta o estudo tradicional como uma possibilidade a ser seguida, mas sempre com foco na carreira que já iniciou. “Quando comecei, precisava sacrificar muito os meus estudos por conta do trabalho. Hoje em dia, como tudoi é muito incerto, fico meio na dúvida sobre continuar ou não, porque não tem job todos os dias. E as pessoas com quem você convive fora da carreira fazem faculdade, o que soa muito atraente. Mas também tenho medo de abrir mão do meu trabalho por conta da faculdade. Não penso em voltar aos estudos agora”, explica, provando que não se perdeu em meio ao glamour superficial da moda.

Taynara Resende sobre o impacto da novela "Vrdades Secretas": "Foi bom para mostrar que a carreira de modelo não é só fazer foto e viajar" (Foto: Reprodução)

Taynara Resende sobre o impacto da novela “Vrdades Secretas”: “Foi bom para mostrar que a carreira de modelo não é só fazer foto e viajar” (Foto: Reprodução)

Por sinal, o lado oculto da profissão de modelo nunca esteve tão em voga nos últimos anos como em 2015, quando “Verdades secretas” escancarou todas as entranhas da indústria para o público brasileiro, mostrando que por trás das roupas caras, desfiles magistrais e todo o universo de beleza, há também vícios, prostituição, manipulações e competições. “A série abordou mais o lado negativo da carreira. Foi bom para mostrar que a vida de modelo não é esse glamour todo que parece. Acham que é só bater foto e viajar, mas não é. Muitos amigos vinham me zoar, não me acusando, mas querendo saber se o book rosa acontecia. Eu nunca encontrei com ninguém que fizesse, mesmo. A minha família, por outro lado, ficou super tranquila, porque me conhece e todos sabem que só cogitar isso é um absurdo”, conta Taynara, com a voz tranquila.

Taynara Resende com o namorado, o fotografo Matheus Coutinho: "Ele é bem tranquilo, sabe como funciona esse mundo e me apoia bastante" (Foto: Reprodução)

Taynara Resende com o namorado, o fotografo Matheus Coutinho: “Ele é bem tranquilo, sabe como funciona esse mundo e me apoia bastante” (Foto: Reprodução)

Quem também chegou a ser abordado na época da novela? O namorado de Taynara, o fotógrafo Matheus Coutinho, de 27 anos, com quem a moça está há quase um ano. “Algumas pessoas que conhecem o meu namorado perguntaram se eu fazia e ele não teve muita paciência”, comentou a modelo, magoada com a falta de respeito de uns e outros por aí. Entretanto, ela conta que o rapaz confia nela e que quem tem mais ciúmes na relação é a própria ariana. “Nos conhecemos em um ensaio e começamos a carreira juntos. Então, estamos evoluindo juntos também. Ele é bem tranquilo, sabe como funciona esse mundo e me apoia bastante. Eu tenho mais ciúmes dele do que ele de mim, porque eu sei como é modelo e como é mulher”, explica.

Depois de passagens pela Alemanha, Itália e Austrália, onde teve a oportunidade de conhecer melhor o mercado internacional da moda e começar dar os primeiros passos no exterior, Taynara faz um balanço sobre o que já conseguiu experiencias da profissão. “O ponto mais positivo é fazer o que eu amo. Como modelo, tenho milhões de oportunidades. Uma delas, por exemplo, é viajar. Já passei um período muito longo morando lá fora e isso é uma grande oportunidade. É um outro país, com outra cultura, outro idioma, e você tem que aprender a viver como eles”, diz, começando a descobrir o tamanho do seu potencial.

Na contramão, Taynara também já passou  por algumas situações complicadas nos backstages da vida, e descobriu que a indústria da moda não é feita só de flores e champanhe. “A moda pode ser muito superficial às vezes. Parece que algumas pessoas ainda não evoluíram e ainda mantêm aquele preconceito de que ‘a modelo tem que sofrer na hora da foto’. Acho isso ultrapassado”, comenta com indignação. “No começo você passa muito mais por isso. Já esculacharam o meu cabelo e falaram que ele é ruim”.

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A atitude positiva e o profissionalismo de quem quer seguir na carreira com um nome intacto e conhecido mais pela qualidade do trabalho do que por escândalos ou outras situações midiáticas também se aplica à política com que Taynara lida com a dura competitividade do mercado. “Eu só fui ter essa noção quando fui para Milão. Em um casting havia mais de 200 modelos, onde seriam escolhidas apenas duas ou três meninas. Algumas jogam sujo, falam mal, se fazem de boazinha e aprontam na night… Existe de tudo. Eu sou daquelas que fico na minha, faço o meu trabalho e não quero que ninguém se meta na minha vida. Odeio fofoca! No meio da moda, você tem que zelar pelo seu nome e levantá-lo. Eu tenho pa-vor do meu nome ficar na boca do povo. Ainda mais no meio das próprias modelos. Acho toda essa competição meio desnecessária. Há espaço para todo mundo, só basta saber competir e dar o seu melhor”, observa.

Com o sonho fixo de morar em Nova York, Taynara Resende mostra que tem os pés no chão e a cabeça no lugar certo até na hora de idealizar uma posição futura na carreira. Depois de estrelar campanhas do O Boticário e da Becca Cosmetics, uma das principais marcas de beleza da Austrália, a moça não se deixa levar pela maré e tem objetivos muito claros traçados para o futuro: “Não sonho com uma campanha específica e não sou de idealizar muito pessoas ou marcas. Eu penso mais o seguinte: meu sonho é ser respeitada profissionalmente ao ponto de eu poder escolher o que eu quero fazer e de me conhecerem como ‘a’ modelo. É como falam da Gisele (Bündchen), que é ‘a’ Gisele. Meu sonho é que os profissionais queiram trabalhar comigo, da mesma forma que eu queira trabalhar com eles. Creio que isso vá acontecer um dia”, disse, talvez vislumbrando o futuro brilhante que a aguarda.