Se as vendas nas lojas físicas seguirem a mesma linha da 79ª edição da BIJOIAS, o comércio pode esperar um fim de ano bastante lucrativo. A maior feira de bijuterias e semijoias da América Latina começou em grande estilo, nesta segunda-feira, sendo o primeiro dia exclusivo para convidados especiais, reunindo os maiores compradores. A realização é da B8 Eventos, que tem como diretora executiva, Vera Masi, que prevê um mercado muito lucrativo pela frente, apesar do momento turbulento da economia.
O evento conta com mais de R$ 30 milhões de negócios a cada edição e visitantes da América Latina, Portugal e Inglaterra. Dessa vez, espera um grande público oriundo do Chile, Argentina, Uruguai e Bolívia, por ser a época do ano onde a economia destes países é mais aquecida. Nos dias 7 e 8 de novembro, as portas da feira abrirão para o público alvo que são mulheres das classes A e B entre 28 e 50 anos. A BIJOIAS conta com uma repaginada na cara do evento, que acontece há 14 anos no mesmo espaço, devido a necessidade exposta pelos expositores. “Abriu-se espaço para fornecedores mais novos. Por esse motivo, este espaço de divulgação da marca tem que dialogar com este novo público”, contou Vera Masi. O resultado é de um evento mais moderno e contemporâneo.
Site Heloisa Tolipan: Quais as tendências que podemos encontrar nesta feira?
Vera Masi: Os lançamentos de agora estão dedicados ao verão e às festas de final de ano. A moda atual está bastante democrática no sentido de poder tudo, mas o que está em alta são bijuterias com franjas metalizadas, maxi brincos com muito brilho, muita pedra e peças com uma matéria-prima, em uma pegada mais natural. As cores tendência serão mais off-white e bege. Na verdade é uma moda com peças muito grandes e com muito brilho. Ao mesmo tempo, temos muitas inspirações em elementos tropicais, como coqueiros, flores, frutas e animais. Estas semijóias possuem uma vertente voltada para o étnico e o tribal, mas esta correlação não é tão clara como antes.
HT: Existe algum trabalho que está se destacando na feira, de acordo com a sua visão?
VM: Dentro das cores que estão tendência, temos a marca de um expositor novo, o Toni Barros. Ele faz um crochê com fio de cobre acompanhado de pedras e cristais. O resultado de cores é incrível, conta com uma leveza maravilhosa, mesmo tendo brincos maiores. Além deste, a Divina Luz está lançando a nova coleção de Cristiana Arcangeli que conta com semijoias com uma pegada moderna. São peças que ela usaria o tempo todo. O design é diferente, pois está dentro da moda atual, mas não segue nenhum padrão.
HT: Com relação à estrutura da feira, o que o público poderá esperar de diferente da edição passada?
VM: Desde a edição passada, temos uma nova agência de comunicação à frente da feira, a Agência Casa 30, que faz um trabalho criativo enorme com uma pegada contemporânea. A partir de agora, toda a imagem da BIJOIAS tem uma relação com as artes, inserindo dentro do contexto da moda. O projeto estético está muito mais atual, jovem e dinâmico. Isto é importante, porque abriu espaço para os mais novos. Por esse motivo, este espaço de divulgação da marca tem que dialogar com este novo público.
HT: Quantas empresas e fornecedores irão participar desta edição? E qual a previsão de público?
VM:A BIJOIAS acontece dentro do Centro de Convenções Frei Caneca, localizado dentro do shopping Frei Caneca, em São Paulo. Sendo assim, temos um andar só de bijuterias e outro de semijoias, em um total de 12 mil m². Dessa vez, temos 150 expositores com uma expectativa de público de mais de 8 mil pessoas de todo o Brasil.
HT: A feira conta com a presença de compradores internacionais. De que forma você atrai este público?
VM: Esta edição, até mesmo por conta da data, conta com muitos clientes do Mercosul. A nossa arma de atração é a criatividade no desenvolvimento das coleções. Os nossos designers possuem uma agilidade muito grande, aliada a alta qualidade do produto e uma matéria-prima diferenciada. Além disso, para o comprador vir até o Brasil é muito mais rápido do que se este se deslocasse até a Europa. Muitas vezes a quantidade que eles adquirem o produto nem é possível no exterior. Sinto que os estrangeiros se sentem muito à vontade na BIJOIAS.
HT: Qual a época mais propicia para captar estes clientes do exterior?
VM: Esta edição e a do início do ano coincidem com a alta do consumo nestes países, portanto é uma boa época para esta galera participar da feira. Temos, até mesmo, clientes fixos que sempre aparecem neste período. Além disso, estes consumidores estão esperando materiais de pronta entrega, uma dinâmica que faz parte do cotidiano do lojista brasileiro, uma tendência que está ocorrendo também no plano internacional. As pessoas querem comprar e receber na hora e, quando acaba o estoque, tornam a comprar. Esta é uma mudança muito grande que podemos enxergar na nossa sociedade.
HT: A BIJOIAS tem um formato dinâmico que acelera o contato entre expositores e lojistas, tendo a pronta entrega como estratégia de negócios. Acha que este modelo é o futuro das negociações?
VM: Certamente. No nosso setor, esta linha de produção é evidente, mas existem outros que já estão migrando para este tipo de negócio. Isto se intensifica com o advento das vendas na internet, pois temos um concorrente que está o tempo todo do nosso lado. Portanto ter uma feira que acontece no momento certo em que o lojista precisa comprar, acaba facilitando demais. Com a instabilidade financeira e econômica que temos no nosso paí, é difícil fazer uma compra grande para um determinado comércio cuja entrega está prevista para os próximos três meses. Esta programação é impossível ser feita pelo pequeno empreendedor, por isso a pronta entrega atende tão bem este mercado. Agora, por exemplo, o lojista está comprando para o final do ano, por ser algo tão próximo, sente o aquecimento que o comércio está ganhando. A partir disso, calcula quantas peças serão o bastante para os próximos meses, baseado nas possibilidades do consumidor. Este lojista se sente seguro com a compra.
HT: Devido à crise houve alguma diferença no mercado em relação à edição anterior?
VM: Fazemos a feira há 14 anos no mesmo espaço que, apesar de ser bacana, não tem como eu crescer mais. Esta edição de novembro, especificamente, é muito concorrida, porque o comércio se aquece sozinho devido à proximidade com as festas de final de ano. É o período mais importante, comercialmente falando. Depois disso, temos o Dia das Mães e o dos Namorados. Por isso temos uma expectativa enorme que está se concretizando. Fizemos a inauguração da feira para convidados especiais, com os maiores compradores que temos, e conseguimos um desempenho excelente.
Artigos relacionados