Todos os holofotes voltados para a segunda edição do ID:Rio Festival, multiplataforma que faz a sinergia entre moda, capacitação, empreendedorismo, feira de design, jornada de conhecimento, gastronomia e música impulsionando a identidade/energia criativa do Estado do Rio de Janeiro. Apresentado pela Enel, com patrocínio do Governo do Estado do Rio de Janeiro e da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, o evento, que contempla estímulo em alta potência ao trade da moda em conexão com as artes, será realizado a partir do dia 26, e regido com maestria pelos idealizadores, Claudio Silveira e Helena Vieira Gualberto Silveira. O sucesso da primeira edição em prol da indústria criativa do Rio de Janeiro foi tão grande que o ID: Rio Festival distribuirá, agora, sua programação entre Niterói e Rio de Janeiro, valorizando lugares públicos como a Arena Cantareira, a Praça Zumbi dos Palmares, Reserva Cultural de Niterói e, em seguida, promoverá na Biblioteca Parque Estadual (BPE), no Centro do Rio, podcasts semanais e exposição colaborativa, em parceria com a Enel Brasil, reunindo 10 looks com ênfase no upcycling como prática sustentável.
Conversei com Claudio Silveira e o primeiro tema abordado foi uma análise sobre o cenário e o potencial criativo da moda produzida no Rio de Janeiro. “Os polos produtores de moda no Estado do Rio de Janeiro reforçam a resiliência do setor, refletindo uma situação análoga no resto do país: a capacidade do trade de superar dificuldades. O que temos de novo? O espírito de renovação, advindo de uma mentalidade produtiva cada vez mais sustentável, transparente e ética. Ações como o ID:Rio, que leva visibilidade e formação a empreendedores fluminenses mostram o quanto o estado é focado na energia criativa de seu trade da moda. Dito isso, o potencial é imenso, porque a gente verifica o Rio de Janeiro voltando a exercer, plenamente, aquela função exercida nos anos 1980, de liderança e visionarismo. O Rio sempre esteve à frente, mas se comunicando diretamente com todas as camadas de mercado. E é esse cenário que a gente vislumbra hoje”.
Dos biquínis de Cabo Frio às lingeries de Nova Friburgo, passando pela força do jeans e da moda mais popular, chegando a marcas com enorme valor agregado, o Estado do Rio de Janeiro representa a própria moda brasileira. É plural, versátil e gera desejo imediato – Claudio Silveira
Heloisa Tolipan – Você sempre ressaltou que “uma semana de moda não se faz mais com um line up de grandes marcas apresentando suas coleções na passarela. Hoje, os canais são múltiplos e a percepção também. Tão importante quanto um desfile é compreender todos os demais elos da cadeia”. Como pensou o projeto do ID:Rio para “investir em pontos tangenciais, como a formação e a qualificação, além de adicionar atrativos que vão além da moda em si, como shows, talks e mostras gastronômicas”?
Claudio Silveira – A partir da nossa experiência de 24 anos à frente do DFB Festival, no Ceará, aprendemos que um evento de moda não pode se limitar à exposição de produtos e marcas. A moda deve ser pensada em todos os 360º que a compõem, da pesquisa e criação ao pós-venda. E, no meio desses processos, o universo que a engloba tornou-se tão importante quanto ela própria. Se os desfiles há muito tempo deixaram de ser novidades, ir a um evento de moda significa mergulhar em aspectos variados, a partir da conjuntura cultural e econômica. Por isso, o ID:Rio dedica, com igual importância, espaços distintos tanto para a moda quanto para a música, o empreendedorismo e a formação. O público dos eventos de moda mudou, amadureceu. Hoje, deslumbra-se menos e isso é ótimo. Porque as pessoas passam a olhar de forma mais objetiva para a moda. O show, a palestra, ajudam a construir narrativas em torno do destino final do nosso evento, que é proporcionar visibilidade para um trade historicamente relegado a coadjuvante.
Heloisa Tolipan – Você tem contato profundo com os polos produtores de moda de Norte a Sul do Estado do Rio e já afirmou que os holofotes devem ser voltados para os pequenos empreendedores, “para que eles cresçam e consigam ter um futuro no trade. É fundamental que haja reconhecimento em forma de investimento e oportunidades concretas, como o próprio ID:Rio”. Após a primeira edição do ID:Rio, quais mudanças observou?
Claudio Silveira – Acredito que, em pouco mais de um ano – o primeiro ID:Rio foi em outubro de 2021 – já se percebe uma maior preocupação com a implementação de processos sustentáveis e com o aprofundamento de questões que envolvem a profissionalização do setor. E isso não é uma realidade apenas do Rio de Janeiro. Praticamente todos os polos produtivos de moda do Brasil sofrem, em maior ou menor escala, com os efeitos de uma mão de obra carente, que precisa constantemente se aprimorar; sofrem, ainda, com a falta de incentivo real de setores públicos e principalmente com entraves fiscais. Em paralelo, as marcas estão encontrando formatos de trabalho que prezam por uma cultura empresarial mais humana e ética. Sem contar que, de um modo geral, os produtores, sejam eles de que porte forem, já perceberam que ações de sustentabilidade, mais que politicamente corretas, são importantes ferramentas para o crescimento de seus próprios negócios.
Heloisa Tolipan – Como você vê a vocação do Rio de Janeiro na produção do beachwear e lingerie mais desejados do país e mundo?
Claudio Silveira – Desde 2022, a gente utiliza a palavra “retomada”. Após dois anos de pandemia, ver o mercado voltando a pulsar nos mostra o quanto estamos vivos. E “retomada” para o Rio de Janeiro, significa mais que o reacender de luzes nas confecções. Significa retomar aquele lugar imagético que, desde sempre, manteve o estado em uma aura de desejo, magia e tropicalidade que só mesmo o Rio de Janeiro é capaz de gerar. O Rio viu outros polos crescerem e ocuparem espaço. Viu suas lacunas serem preenchidas por players de outros estados. Mas, pelo menos na última década, o carioca lifestyle voltou a fazer parte da zona de interesse das pessoas e dos mercados.
Heloisa Tolipan – O ID: Rio Festival é apresentado pela Enel, com patrocínio do Governo do Estado do Rio, através da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e Prefeitura de Niterói. Qual o feedback que você sentiu de cada um deles um ano após ter dado o start ao projeto?
Claudio Silveira – O melhor possível. Tanto que, logo após encerrarmos a primeira edição, em 2021, os trabalhos para a edição 2 já nos foram cobrados pelos apoiadores. A Enel encontrou no ID:Rio o formato ideal para mostrar, de forma democrática e clara, a força da energia criativa do interior fluminense. As iniciativas públicas, representadas pelo Governo do Estado e pela Prefeitura de Niterói, sentiram, na prática, como é importante capacitar e dar visibilidade a marcas de pequeno e médio porte. Afinal, são elas que mantêm o motor da moda em movimento no estado. O ID:Rio é a vitrine ideal para as iniciativas pública e privada, exatamente por falar diretamente para diferentes faixas de público. E esse, talvez, seja a principal razão do sucesso do Evento.
Heloisa Tolipan – Como pensou em expandir o local de realização desta edição do ID: Rio Festival, que ocupará a Arena Cantareira, a Praça Zumbi dos Palmares, Reserva Cultural de Niterói e, em seguida, cruzará a ponte Rio-Niterói, em direção á capital fluminense?
Claudio Silveira – Foi um processo natural. O evento cresceu e, com isso, ficou impossível manter o que havíamos pensado no formato da primeira edição. Ainda vivíamos os efeitos do isolamento social em 2021 – tanto que o público máximo por show era de 500 pessoas. Hoje, graças à vacinação e ao recuo da pandemia, podemos literalmente respirar mais aliviados. Nossa ideia era manter o DNA da 1ª edição, fincando pé no entorno do Reserva Cultural Niterói, que tão bem nos acolheu. Mas, para caber nossas pretensões, precisávamos de mais. E estava tudo ali, ao lado. A Praça Zumbi dos Palmares tem a área ideal para receber uma feira e um palco para pequenos shows; e o Espaço Cantareira comporta tanto um público maior – de forma controlada – quanto o espaço para erguermos uma sala de desfiles completa, do jeito que a gente gosta e o Evento merece, com passarela, arquibancadas, pitstop e backstage. A ideia de ir à capital foi uma provocação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. E a sugestão de irmos para a Biblioteca Parque Estadual foi quase como a realização de um sonho que nem sequer havíamos sonhado. Ou seja: quando tem de acontecer, as coisas realmente acontecem!
Heloisa Tolipan – O que significa hoje uma marca oferecer uma experiência disruptiva com o mainstream?
Claudio Silveira – Compreender que, parar gerar desejo, a marca tem que falar direto aos anseios de cada consumidor. Se, antes, o marketing ditava as regras da comunicação, hoje as redes sociais bagunçaram todo o fluxo. Quem dita o que quer e como quer é cada um dos milhares de clientes de cada marca.
Se, antes, o mainstream era o ideal a ser atingido, hoje, depois do boom do street style, as marcas perceberam que é importante falar os múltiplos códigos que o mercado deseja. Porque o próprio mercado é múltiplo. E a moda reflete isso – Claudio Silveira
Heloisa Tolipan – O pensamento coletivo, a união, o compartilhar ações que corroboram cada vez mais e, em alta potência, práticas como economia circular, sustentabilidade + consumo consciente, responsabilidade socioambiental, upcycling, ressignificando uma nova produção no âmbito da moda. Como você tem visto na prática tais ações tanto na moda fluminense como em âmbito nacional ou acredita que ainda há muita retórica?
Claudio Silveira – É um misto das duas coisas. Como somos um mercado de proporções continentais, as coisas chegam em tempos diferentes. Se já há uma certa compreensão generalizada que as marcas e os processos produtivos precisam se adequar a esses novos tempos, a adoção e a prática desses processos caminham em estágios diferentes, de acordo com a região. De um modo geral, no entanto, os passos já estão sendo dados. O principal desafio é fazer com que todos os polos produtivos compreendam que o mundo mudou e as pessoas buscam, além de custo X benefício, produtos e marcas comprometidas com seus clientes e com o desenvolvimento sustentável. E é para isso, entre outros fatores, que o ID:Rio existe.
Heloisa Tolipan – Temos visto cada vez mais o consumidor atento em marcas que fortalecem posicionamento e identidade plural, unindo pessoas com diferentes corpos, gêneros e idades. O que ainda falta em sua opinião?
Claudio Silveira – Toda mudança requer tempo de percepção, de maturação e, por fim, de adesão plena. Se temos grandes marcas na ponta, dando visibilidade à pluralidade de corpos, idades e gêneros, sabemos que nem todas as camadas de consumo irão decodificar isso de forma uniforme. Mas esse é um caminho sem volta e a jornada já está em andamento. O que falta é tempo para que esse tipo de posicionamento seja cristalizado. Mas será, muito em breve.
Heloisa Tolipan – Profundo conhecedor da indústria da moda, eu gostaria que você fizesse uma análise sobre a responsabilidade social do setor para diminuir o impacto ambiental.
Claudio Silveira – Há 15 anos, as indústrias do setor de têxteis começaram a se preocupar com o descarte da água contaminada pelos processos industriais. Há menos de 10 anos, o foco migrou para o uso exploratório de mão de obra escrava ou muito barata. Ao mesmo tempo, há uma crescente exigência por preços e prazos mais competitivos. Estamos exatamente nessa encruzilhada de múltiplas saídas alternativas. De um modo geral, a cadeia produtiva já percebeu que o comprometimento efetivo para com uma economia sustentável é o principal asset desta nova realidade. E esse mesmo ativo de empatia é que vai tornar as empresas competitivas. Por isso, todo mundo quer compreender melhor processo como o ESG na gestão. Eu, particularmente, acredito que o melhor estímulo para um negócio é a luta pela própria sobrevivência. E marcas sem esse tipo de compromisso socioambiental não devem chegar muito longe.
Heloisa Tolipan – Você foi pioneiro há mais de duas décadas e segue sendo referência no apoio à moda autoral brasileira. Acredita que chegamos no patamar mais alto da produção que sempre sonhou ver?
Claudio Silveira – Longe disso. Os criadores autorais ainda enfrentam os mesmos desafios básicos de 30 anos atrás: a falta de apoio da iniciativa privada; a raridade de editais com foco em moda e design no setor público; um mercado muitas vezes pouco disposto a pagar o preço real de uma moda autoral… Em termos de visibilidade, podemos dizer que, aí, sim, nossa luta teve frutos. Hoje, além do DFB Festival, eventos como a Casa de Criadores e o próprio SPFW reconhecem os autorais (não importa seu tamanho) são relevantes, cada um a sua maneira. Portanto, esse é o cenário: nossos criativos estão tecnicamente mais afiados, a visibilidade hoje é muito maior e a própria relevância dessa moda “de nicho” tem crescido. Mas há muito ainda por fazer. A boa notícia é que os criativos espalhados por todo o Brasil nunca estiveram em tão boa companhia.
Heloisa Tolipan – O que tem visto sobre a moda autoral fluminense e gostaria de ressaltar?
Claudio Silveira – O Estado do Rio de Janeiro é pródigo em talentos autorais. Sempre foi. O que ressalto é o salto qualitativo tanto no uso de matéria-prima quanto no emprego de técnicas – sejam elas industriais ou artesanais. Acredito que, mais até que o design, são esses dois aspectos (insumos e técnica) que podem sedimentar um caminho ainda mais promissor para a moda autoral fluminense. Os mercados parecem ter uma ideia muito clara do que seja uma “moda feita no Rio de Janeiro”. Cabe à nossa cadeia produtiva interpretar e entregar o que lhe é demandado.
Heloisa Tolipan – Como são selecionadas as marcas que apresentarão suas criações no ID: Rio Festival assim como os temas das palestras e músicos convidados?
Claudio Silveira – Nós temos curadorias específicas para cada atividade do ID:Rio. Na parte de moda, eu cuido pessoalmente da curadoria, visitando, explorando marcas e locais, conversando. Este ano, convidei a plataforma Carandaí25 para nos auxiliar no mix que irá compor o ID:Street, nossa feira de moda, design e gastronomia. A programação de palestras e talks ficou a cargo da equipe editorial do Caderno Ela, que correaliza conosco a ação desta edição. E a parte dos shows fica a cargo de um produtor cultural com base em Niterói. O ID:Rio reflete meu estilo colaborativo de trabalho. Quanto mais mãos, maior a colcha de retalhos que a gente vai conseguir costurar.
Heloisa Tolipan – A feira da moda autoral, um dos eventos da multiplataforma cultura ID: Rio Festival, que foi realizada na edição passada, ganhou, agora, curadoria do Carandaí 25. Pode nos contar sobre o processo seletivo para uma marca ingressar e apresentar o seu trabalho? Serão contemplados pequenos e médios produtores de quais regiões do Estado?
Claudio Silveira – A ideia de convidar a Carandaí25 foi aproveitar sua expertise e sua penetração junto a marcas realmente interessantes. Nessa edição, o ID:Street será composto exclusivamente por marcas autorais de Niterói que apresentam design e propósito alinhados com os valores do ID:Rio. Para contemplar o restante do estado, nós teremos a Casa Enel, que reunirá produtos feitos pelos diferentes polos produtivos de moda e design do interior do Rio de Janeiro.
Heloisa Tolipan – Em uma de nossas entrevistas há cerca de cinco anos, você frisou que a internacionalização da moda brasileira “é bem-vinda, mas também é perigosa. Temos que internacionalizar o Brasil primeiro fazendo com que sejamos respeitados lá fora, fortalecendo a nossa indústria e novos empreendedores. Não adianta atrair os olhares de fora se não tivermos selo de qualidade”. Acredita que no atual contexto o cenário passou por mudanças?
Claudio Silveira – Você tem que dar um desconto de dois anos, porque o mundo literalmente parou em 2020 e 2021. Estamos, portanto, há pouco mais de um ano tentando devolver o prumo e a velocidade às coisas. A moda, como um todo, olhando para a conjuntura internacional, passa por um profundo momento de reavaliação dos próprios valores. Questões como luxo, exclusividade, desejo, parecem ter perdido um pouco o sentido e a busca agora parece ser pelo emocional. E aí a gente pode sair com vantagem. Ainda não me inteirei das intenções governamentais sobre internacionalização da nossa moda, mas acredito que isto esteja no radar da gestão pública federal. Enquanto isso, façamos barulho. O mundo sempre ouve quando o Brasil grita.
Heloisa Tolipan – Como Claudio Silveira “olha a realidade da moda através de todas as camadas, abrangendo todos os sentidos e todas as direções”?
Claudio Silveira – Com o mesmo olhar de sempre: otimista e cheio de pretensão. Quem me conhece, sabe que não sou de pensar pequeno. Desafios menores nunca me motivam. O impossível é que me fascina. Talvez, por isso mesmo, me identifico, há quatro décadas, com a moda brasileira: a gente é resiliente, enverga sempre, mas não quebra nunca.
Heloisa Tolipan – Olhando passado, presente e futuro, qual a chancela que Claudio Silveira ainda quer imprimir em prol da moda nacional?
Claudio Silveira – Excelência e ousadia. Me emociona profundamente ver novos talentos fazendo apostas ousadas e realizadas com primazia. Em cada evento que produzo, é isso que falo aos criativos de quem consigo ter algum tipo de diálogo e que estejam dispostos a me ouvir.
Minha luta é focada no reconhecimento da moda autoral; mas meu legado (e espero estar cedo pra falar sobre isso) é alimentar o Brasil de criativos atrevidos como eu – Claudio Silveira
Heloisa Tolipan – Você tem uma família que une forças para a realização de projetos mil. Conta para a gente como vocês organizam os trabalhos de cada um entre Rio e Ceará?
Claudio Silveira – A empresa que realiza o DFB Festival e o ID:Rio chama-se Equipe de Produção e é, literalmente, uma empresa familiar. Na direção executiva, tem Helena Silveira, minha esposa; dividindo diferentes setores da produção dos eventos, meus dois filhos, Maria Julia e João Cláudio… Enquanto eles são minha base estratégica, eu fico no front, viajando, abrindo caminhos, construindo pontes. E assim vamos.
Heloisa Tolipan – Qual a palavra-chave que permeiam sua vida hoje?
Claudio Silveira – A palavra que tem sido meu mantra no último ano: retomada! Foi o que nos inspirou no DFB Festival 2022; é o que define o espírito do ID:Rio; e é, também, o que está no cerne de cada ação que tentamos concretizar. Retomar, significa tomar de volta. E, falando em nome da moda autoral que eu acredito, estamos, aos poucos, tomando de volta o respeito, a relevância e o futuro que nos foi tentado tirar tantas vezes no passado.
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