Casa de Criadores: os reflexos impostos pela pandemia, o olhar para as memórias afetivas e o futurismo


Obras políticas e futuristas do cenário da moda atual, através das manifestações dos estilistas sobre suas dores e ideias de futuro. A banda Teto Preto foi a responsável pela apresentação artística principal, abrilhantando ainda mais os desfiles das 7 marcas que desfilaram durante a noite: diegogama convida Cia Sacana, KF Branding, Felipe Caprestano, Shitsurei, Diego Fávaro, Ken-gá e Estúdio Traça

E vamos para mais um dia de desfiles virtuais da 48ª edição da Casa de Criadores. Tivemos obras políticas e futuristas do cenário da moda atual, através das manifestações dos estilistas sobre suas dores e ideias de futuro. A banda Teto Preto foi a responsável pela apresentação artística principal, abrilhantando ainda mais os desfiles das 7 marcas que desfilaram durante a noite: diegogama convida Cia Sacana, KF Branding, Felipe Caprestano, Shitsurei, Diego Fávaro, Ken-gá e Estúdio Traça.

diegogama convida Cia Sacana

Abrindo a noite de desfiles, a coleção “Pindaúna” foi o resultado da especialização de técnicas criadas e refinadas por quase meia década de pesquisa do estilista Diego Gama. A apresentação, em forma de espetáculo, contou com performance da Cia. Sacana e a história de Nuan, uma figura que se apresenta como onipresente e, ao despertar num sonho, no qual retorna todas as noites, faz uma viagem para dentro de si, aceitando que suas memórias a libertarão da raiva que carrega como um cristal precioso. Passando por macacões de espinhos de silicone com moldes esculpidos em argila no formato exato de cada dançarino, a marca constantemente busca borrar as definições do que é roupa, através de suas materialidades.

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KF Branding

Dando sequência aos desfiles da noite, a coleção “Brilhantismo Sala de Estar”, da KF Branding, tem como tema pessoas negros que inspiram e transformam, interpretado pelo olhar para as pessoas na sala de estar na qual as peças foram ambientadas. Kell Ferey, estilista por traz da marca, traz para esta coleção o dandismo negro, estamparias que remetem ao streetwear urbano e cores vibrantes, a partir do pensamento de que nenhuma peça existiria sem a união dos fios que as compõem, assim como os que as vestem e estão unidos, pelo triunfo que enxergam e identificam uns nos outros.

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Felipe Caprestano

Desde o começo dos anos 2000, Felipe vem desenvolvendo uma produção múltipla, atuando também como artista visual e figurinista, transitando assim por diversas áreas além da moda. Estreando na Casa de Criadores, Felipe Caprestano dá continuidade à pesquisa sobre os estados transitórios da forma, processos de construção, desconstrução e de viveres cuir, através de uma produção multiníveis.

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Shitsurei

Na coleção “Kimiko and the Killer Tree: Um conto genealógico”, Marcella Maiumi, estilista por trás da Shitsurei, aborda de maneira “folclórica” uma história real e presente no seu imaginário infantil, contando em oito capítulos do seu folclore pessoal, que estão presentes nas costas de cada look, o ciclo de tragédias entre Kimiko, sua bisavó que veio de Kobi, no Japão, e sua árvore genealógica. Através da forte temática acerca dos contos que marcaram a vida de sua bisavó, a estilista nipo-brasileira usa seu talento contra práticas de abuso infantil e câncer, com uma performance inspirada no balé butô, dança tradicional japonesa.

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Diego Fávaro

A coleção “Tubulação”, do estilista Diego Fávaro, é um retrato dos nossos pensamentos e ações de Diego nos dias atuais. Impulsionada pelo período de isolamento pandêmico, a pesquisa criativa por trás do desenvolvimento das peças reflete sobre proteção e elevação de energia pessoal dentro de casa. Para o estilista, as coleções são desabafos do seus sentimentos, fazendo parte de um capítulo importante em sua jornada profissional e pessoal, sendo a busca pela felicidade, o encontro das escuridões em que viveu durante anos, com um futuro de luz, cheio de vontade e fôlego.

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Ken-gá

Como parte da sua trilogia sobre o popular, inspirada no Brás, a coleção “Mandraka” da maca Ken-gá, de Janaína Azevedo e Lívia Barros, fala sobre a gíria, que dá nome à coleção, usada para se referir a mulheres corajosas, estilosas, donas de si e que chamam atenção por onde passam, lançando tendências. Dentre as inspirações para a coleção estão as raízes brasileiras, a vibrante cultura do Amazonas e do Pará e até personagens conhecidos no TikTok, como a “Ruivinha de Marte”, dando aos drapeados romanos em looks dupla-face e os vestidos em Moulage, um toque popular e sustentável, graças às técnicas de reaproveitamento de matérias-primas adotadas pela marca.

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Estúdio Traça

O desejo de celebrar a vida é o que levou o estilista Gui Amorim à frente do Estúdio Traça a uma viagem à década de oitenta, com a coleção “Rude Girls”, inspirada pelos sintetizadores do raggamuffin – um estilo de reggae com criações mais digitais e que influenciou a moda na Jamaica e se tornou uma referência para o hip hop. Entre as garotas que frequentavam as festas de ragga, era comum hotpants, regatas amplas e blusas transparentes, que deixavam à mostra a lingerie, agora, o estilista recria o estilo a partir de uma visão futurista sobre o gênero.

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Para acompanhar a 48º edição da Casa de Criadores, basta acessar o site (www.casadecriadores.com.br)