*Com Lucas Rezende
O que começou como especulação no mundo da moda, virou realidade. A Marc by Marc Jacobs, segunda linha do designer Marc Jacobs e popularmente conhecida por uma pegada mais fast fashion, popular e barata, vai acabar e todo o trabalho do estilista será voltado para a grife Marc Jacobs. A decisão foi confirmada pelo próprio estilista nesta segunda-feira (23/3).
De acordo com o portal Women’s Wear Daily, a notícia é só a primeira de uma série que virá à tona em breve, e que têm o intuito de alavancar as finanças da empresa. Vale lembrar dos rumores que culpavam a saída de Marc Jacobs da Louis Vuitton à falta de comercialização de suas coleções que, apesar de serem criticamente aclamadas, não saíam tanto assim das prateleiras. Segundo o estilista, a ideia é fazer uma “moda incrível” e democrática. Com a divisão da grife em duas, e a ver pelos preços mais em conta (que beiravam os vinte euros), dava-se a ideia de que uma era para ricos, e outra para os menos afortunados. “Não era para ser uma segunda linha ou o parente pobre”, disse ele.
Assim como um filho que decide seguir um caminho diferente da expectativa dos pais, a Marc by Marc Jacobs tomou via própria – pouco antes de Katie Hillier e Luella Bartley assumirem as rédeas -, e curvou aonde não devia. “Estamos olhando para o que a grife era inicialmente e como se afastou dessa ideia”, disse ele, que considera unir as duas em uma só como a grande sacada de correção.
Aliás, é bom lembrar que a mudança, apesar de justificada por Marc como perda de essência, tem total influência mercadológica. A começar por ser a primeira grande ação da marca desde que Sebastian Suhl (ex-CEO da Givenchy) assumiu a batuta da direção executiva. Nesse mote, especula-se que 80% da “Marc” são de controle da LVMH Moët Hennessy • Louis Vuitton S.A., holding francesa que tem sob suas asas nomes como Sephora, TAG Heuer, Belvedere e alma de grande parte da indústria. Com essa mudança, Marc Jacobs quer provocar abertura de capital e, pouco a pouco, conseguir andar com suas próprias pernas.
“Nós acreditávamos que a moda poderia existir em lotes de diferentes preços. Poderia ter chinelos por US$ 30, uma camiseta com bom preço; poderia haver uma honestidade e integridade em diferentes tipos de roupas”, disse Marc ao anunciar a novidade. Segundo ele, a marca preza por uma moda de contrates, cosmopolita, no melhor estilo high-low.
Agora, se Marc Jacobs vai conseguir abrir capital, se distanciar da LVMH e colocar em prática essa moda democrática que tanto prega, só o tempo vai dizer. O que pode-se garantir, ao menos por agora, é que muita gente diferente mundo afora vai começar a se vestir sob o teto do mesmo provador.
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