Já falamos por aqui de Max Bitencourt. Um dos grandes nomes do universo de beauté, ele já assinou a beleza do nosso editorial com Ágatha Moreira, Marcos Veras e, mais recentemente, com Klebber Toledo. Mas as novidades pipocam a todo instante em sua vida e, agora, Max ingressou em uma nova faculdade. “Resolvi cursar estética. Antigamente só existia curso politécnico e, agora, a IBMR tem bacharelado. Acho incrível, porque voltei a acionar engrenagens que acabam paradas na nossa cabeça. Não pretendo ser esteticista, mas melhorar meus conhecimentos profissionais e aplicar isso na minha área, que tem tudo a ver, afinal, eu trabalho com pele e cabelo. São três anos de faculdade e eu estou no primeiro período, mas já estou amando. Sou apaixonado por estudar, quando me dão um tema eu pesquiso a vida. Na área que eu gosto, então, só facilita tudo”, contou ele, que, nem por isso, diminuiu o ritmo de trabalho – pelo contrário, tem transitado em novos mercados. “Tenho feito muito particular, adoro casamentos, noivas, madrinhas. Há o boca a boca que é legal, porque o nome corre. Hoje eu tenho uma agenda particular boa que me possibilita escolher com quem quero trabalhar, porque a faculdade está me tomando muito tempo, mas é um tempo necessário, que estou investindo em mim, conhecimento nunca é demais”, destacou.
Nem por isso, ele abandonou clientes fiéis. “Trabalho muito com a Ágatha Moreira. A Verônica Costa, mãe loura do funk, que é um amor de pessoa, também é minha cliente. É engraçado, porque eu sou nascido e criado no subúrbio. Então, tive muito contato com o funk carioca e conhecia muito a Furacão 2000. Quando trabalhei com ela a primeira vez a troca de energia foi incrível”, contou. Quando se trata do mercado masculino, os atores ainda são destaque na agenda de Max. “Trabalhar com eles é mais fácil, porque têm acesso à informação, então desconstroem o pensamento heteronormativo de que homem não se maquia. Isso está errado. Quando falamos maquiagem, o nome assusta, mas é passar um protetor solar com cor, pentear a sobrancelha, desenhar uma barba, ter um corte de cabelo bonito. Tudo isso é beleza, mas o homem tem esse pensamento de que maquiagem é coisa de mulher e homossexual. Cuidar da pele, esfoliar, passar água termal não é frescura. A mulher vai amar ver seu homem com pele bonita, rosto lisinho”, garantiu ele, que, apesar disso, já tem visto melhora nesse “pré-conceito”. “Hoje em dia já há uma desconstrução maior disso. Existem muitos tutoriais para make masculina que já é um ponto muito forte. Hoje vemos salões de beleza especializados em cortes masculinos, isso cria um contexto do universo deles que se sentem à vontade e confortáveis”, disse.
Falando em conforto… é justamente por conta dele que Max não consegue definir tendências de beleza a cada estação ou temporada. “Hoje em dia fugimos muito do modismo. Não tem mais aquilo de que branca tem que usar blush rosa e negra, vinho. Está todo mundo mais à vontade, sem tanta divisão. Até nas semanas de moda, não se vê uma paleta de cores nos desfiles. Alguns colocam olhos marcados e escuros, outros usam delineadores gráficos fora do comum, que não se linkam com o olhar. A tendência é se sentir bem. Um exemplo de moda a ser seguido é complicado porque as pessoas são muito plurais. Principalmente com beleza, porque se a pessoa não se vê bonita não adianta”, explicou. Ah, mas nem uma dica, Max? “Uma tendência que ad eternum é a pele iluminada, com aparência de viço, saudável. O iluminador veio com força e continua. Os contornos estilo ‘Kardashian’ estão menos usuais. Mas nada que não volte depois, isso é cíclico. Daqui a pouco as Kardashian fazem alguma outra foto com a cara pintada, lançam outro produto. Mas, agora, o stroubing, técnica que ilumina pontos fortes, está em alta”, garantiu.
A questão das cores também é variada. “Nos tons de boca tenho visto muito nude. As ousadas continuam com batons fortes. Tem vermelho e até azul. Mas a pele é mesmo universal”, disse ele, que prefere belezas discretas. “Gosto do trabalho minimalista, de a mulher ficar bonita se reconhecendo, sem pesar ou marcar tanto. A não ser que seja para um trabalho específico. Para o dia a dia, o menos é mais, realçar pontos fortes já melhora autoestima. Tem cliente que brinca que o maquiador é quase terapia, não desqualificando o trabalho do terapeuta, porque estou longe disso, mas por troca de vivência de vida, que facilita todo o processo. É uma mistura de energias, eu estou tocando no rosto da pessoa”, explicou.
Afinal: quais os principais erros que uma pessoa pode cometer na maquiagem, Max? “Olho preto de manhã. Não é que eu não goste, mas marca demais, principalmente no universo corporativo. Acaba que você chama atenção para outras características que não o profissionalismo. Sobrancelhas muito marcadas e corretivo mais claro do que o tom de pele também ficam esquisitos. Ah! E quando as pessoas passam máscara de cílios e não se preocupam em limpar, aí ficam aqueles pontinhos pretos em volta”, analisou
Max tem grandes projetos: sonha em criar uma linha para pele das cariocas. “Vivemos em um país com misto de climas bizarro. A região Nordeste e o Rio de Janeiro são quentes e úmidos, já São Paulo e Centro-Oeste o calor é seco, no Sul é fruto. As empresas de cosméticos estão vindo com muita força pensando no mercado brasileiro, que é o segundo maior em crescimento na estatística mundial. Eu mesmo adoraria criar meus próprios produtos para a pele das cariocas, porque elas sofrem com calor e umidade, nada fixa, mas tenho que estudar cosmetologia. A beleza, mesmo na crise, não deixa de ser consumida, justamente porque não é futilidade, é autoestima – e ela repercute em todos os aspectos da vida. A questão da beleza fútil saiu de moda, quem fala isso não vive nesse mercado”, analisou.
Falando no meio, para Max, viver de arte durante e crise é ainda mais difícil. “Temos que saber que valores que podem ser cobrados em um quadro de economia estável não são mais possíveis. Quando vim de São Paulo há três anos, o mercado de beleza estava inflacionado, as pessoas gastavam dinheiro com isso, mas é lógico que o valor não depende disso, ele varia com o meu potencial de estudo e investimento. Eu trabalho com produtos bons, faço cursos, gastei dinheiro. Esse mercado não foi falta de opção para mim, eu sempre tive dons manuais, só não sabia para onde direcionar. Eu não trabalho só com a parte fútil da beleza, mas com a autoestima”, destacou.
E, como a crise é uma realidade no país, quais as dicas para quem quer se maquiar sem gastar tanto? Tem como? “Claro. Existem várias dicas, mas a primeira é pesquisar muito, porque, atualmente, temos um acervo imenso de materiais e produtos com ótimo custo-benefício, durabilidade, resistência à umidade. O legal é que são produtos democráticos: temos opções desde O Boticário a Yves Saint Laurent. Uma dica que eu dou é ir até a loja, provar na pele e ver como responde. Outra: misturar corretivo com hidratante, que deixa mais suave, porque, ao contrário do que algumas pessoas pensam: não é muito produto que faz uma boa make. Dá, sim, para se maquiar com poucos recursos e quem tem um pouco mais pode investir em produtos bons com muita durabilidade”, ensinou ele, que destaca dois em que investe sem medo: “BB Cream e primer. Sou viciado em pele, porque quando ela está saudável a pessoa pode estar só com máscara de cílios e não precisa de mais nada. A pele radiante chama atenção por si só”. Anotado?
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