Assintecal e CICB se unem em parceria pioneira e lançam o primeiro Índice de Produção do Couro do país, promovendo o apoio aos setores de couro, calçados e componentes


A Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assitencal) se uniu ao Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil para catalogar a produção de couro no país, em mais um projeto que dá o embasamento vital aos produtores da matéria-prima no país

Além de passar pelos principais pólos de moda do Brasil antecipando aos representantes da indústria de componentes, empresários, designers e estudantes de moda as principais tendências para o Verão 2017, através do Fórum de Inspirações, e de realizar palestras ministradas por Isabela Capeto, sobre sustentabilidade e identidade nacional, através do Rotas de Inspiração, a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintencal) está envolvida em mais um novo projeto. Em parceria com o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), foi lançado o primeiro Índice CICB-Assintecal de Produção de Couro  (Icap-Couro), um index que reúne informações vitais para os produtores nacionais de couro, calçados e componentes do país, como um grande e completo glossário do volume de couro produzido no país.

A iniciativa é pioneira e o objetivo da CICB e da Assintecal em divulgar tal estudo é o de auxiliar as empresas com dados que sirvam de parâmetro para a expansão das mesmas no setor do couro. O Icap-Couro reúne em gráficos a quantidade do material que foi produzido mensalmente, comparando-a a meses e anos anteriores, fornecendo um panorama completo da cadeia produtiva em todo o país. As médias apresentadas no Icap-Couro são calculadas com base em informações fornecidas por um grupo de empresas ligadas à cadeia. As companhias que colaboram com o envio de dados recebem todo mês, com exclusividade, o índice do CICB-Assintecal.

O cuidado do CICB com a questão da produção de couro no país vai muito além da compilação de informações. Uma das principais iniciativas atuais do órgão tem sido o Projeto Blitz Lei do Couro, que já percorreu seis estados do Brasil acompanhando o cumprimento da Lei 4.888/65, criada há 50 anos e que reforça a ideia de que só pode ser denominado couro o material de origem 100% animal. Em outras palavras, o projeto tem como foco orientar lojistas que ainda usam erroneamente os termos “couro sintético” ou “couro ecológico”. A preocupação com a regularização do uso da matéria-prima é tanta que foi desenvolvida a Certificação de Sustentabilidade do Couro Brasileiro (CSCB), um selo que autentica a origem natural.

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Nós sabemos que matérias-primas têm sido produzidas a partir de derivados do petróleo e não apresentam as mesmas propriedades do verdadeiro couro, com porosidade e maleabilidade incomparáveis por qualquer outro produto no setor fabril. Logo, a Lei do Couro prevê que o infrator, ao denominar erroneamente a matéria-prima utilizada, não só promove a concorrência desleal, mas também está passível de ação judicial prevista no Código Penal. Mas, além de monitorar o cumprimento da lei, o CICB também promove em seus canais oficiais a visibilidade necessária aos lojistas, vendedores, consumidores e indústrias que consomem e não abrem mão do produto original, através do projeto “Usamos Couro”, uma forma extra de valorização do material.

No portal, é possível ver a onipresença do material entre os mais diversos setores da moda, do design e da cultura mundial. Dentre os vários exemplos citados, vê-se o trabalho do designer Daniel Lawson na série “The Good Wife”, assim como as luvas utilizadas por Batman e James Bond em suas respectivas franquias. Nas passarelas, as criações de Alexander Wang e Lilly Sarti também têm seus respectivos destaque no uso da matéria-prima para o desenvolvimento de peças-desejo.

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Umas das principais iniciativas destacadas pelo “Usamos couro” é o “Design na pele”, um projeto apoiado por Ronaldo Fraga e Heloisa Crocco, e que tem por objetivo dar visibilidade e descobrir novas leituras criativas e inovadoras para o couro brasileiro. Ronaldo Fraga, aliás, teve uma das peças que desenvolveu para o Projeto Design na Pele exibidas na Design of theYear, uma das exposições mais emblemáticas do mundo, no Museu de Design de Londres. A partir do convite, ele se destacou como o único representante brasileiro no evento. “Transformar o Brasil em uma marca através da apropriação cultural de um único item: o couro. É ao ampliar a nossa percepção do couro que nós propomos um diálogo entre a excelência técnica e a diversidade criativa do nosso país. Vinte curtumes se encontram com duas personalidades que são verdadeiras referências no design brasileiro”, diz o site oficial, repleto de propostas inovadoras (como a mostrada no vídeo abaixo) no uso do material.

A atenção especial ao couro produzido no Brasil é uma necessidade. De acordo com dados do CICB, hoje o país conta com 310 curtumes em todo o seu território, que geram uma receita de R$ 3,5 bilhões, nos colocando em 5º lugar no ranking mundial de produção do material. E um dos dados mais interessantes envolvendo esse número é que 90% das empresas empregam o uso de técnicas sustentáveis como prioridades em seus respectivos planejamentos.

Assim, fica claro que, além de fornecer auxílios e informações vitais à cadeia criativa do couro, desde os fornecedores aos consumidores, o CICB ainda tem o embasamento necessário para antecipar as tendências das próximas temporadas. Esse trabalho, realizado em parceria com a Assintecal, tem sua conclusão durante o Inspiramais – Salão de Design e Inovação de Materiais, que irá ocupar o Centro de Convenções do Shopping Frei Caneca, na capital paulista, durante os dias 11 e 12 de janeiro de 2016.

No evento, dentre muitos projetos, está o Preview do Couro Winter 2017, no qual são apresentadas as inspirações e tendências da matéria-prima, que posteriormente serão absorvidas pelas indústrias de calçados, bolsas, acessórios e moda, em geral. Ao site HT, o CICB frisa que o Brasil é mundialmente conhecido pela sua qualidade e competitividade no uso do couro, material visto como sinônimo de sofisticação e elegância e que permeia as principais, melhores e mais disputadas coleções de moda, tanto por aqui quanto pelas passarelas do Hemisfério Norte.

E, como resultado do trabalho minucioso, as previsões da indústria do couro para 2016 são positivas. Através do Brazilian Leather, projeto do CICB em parceria com a Agência Brasileira de Promoções e de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), o objetivo é que, assim como o gradativo aumento da economia nacional, a venda do produto para o mercado internacional aumente em cerca de U$ 1,670 milhão, comparada a do ano atual, através de missões empresariais e a participação em feiras internacionais. Assim, o Brasil se manterá como um dos cinco principais players do couro em todo o mundo.