Ao longo do último mês, os mais badalados estilistas e grifes desfilaram suas coleções primavera-verão 2016 nas passarelas das maiores capitais fashion do mundo. Enquanto Nova York, Londres, Milão e Paris estavam lotadas dos mais poderosos nomes da moda, nós ficamos de olho em todas as tendências. Agora que as semanas de desfiles acabaram, vamos aos hits que mais se viram nas passarelas e que prometem bombar nas estações mais quentes do ano.
1) Peças que comunicam
Roupas com piadas, mensagens engraçadas, estampas cool e até endereço apareceram em várias semanas de moda, principalmente em Milão, com a divertida Moschino, que brincou com sinais de trânsito e substituiu placas do tipo “Stop” por peças estampadas com “Shop”, colocou franjas de borracha, estilo lava-rápido em vestido, e ousou ao vestir modelos com roupas do desenho infantil “Meninas Super-Poderosas”.
Ainda em Milão, o estilista Alessandro Michelle, à frente da Gucci, inspirou-se no “Carte de Tendre”, da escritora francesa Madeleine de Scudéry, em 1654, e estampou o mapa de uma terra imaginária chamada Tendre, que representa um caminho em direção ao amor, na maioria das peças da temporada. Além disso, imagens do Egito antigo e padronagem oriental também viraram elementos da primavera-verão da Gucci. Já a Dolce & Gabbana prestou (mais) uma homenagem à Itália e trouxe a parte turística e praiana às passarelas, além de vários bordados com declarações ao país de origem dos estilistas Domenico Dolce e Stefano Gabbana. Frases como “Italia is love” e outras apareceram em muitas peças.
Em Nova York também teve homenagem. O estilista Marc Jacobs, que em seu desfile brincou com o buzz de Hollywood, apresentou diferentes roupas com a bandeira dos Estados Unidos.
Já a Lanvin, em Paris, brincou com autorreferência e colocou o nome e o endereço da Maison escritos com a letra do próprio estilista Alber Elbaz nas peças. Bem cool. Certamente veremos muitas it-girls desfilando com estampas divertidas por aí…
2) Mistura de tendências
Começou em Nova York com a Calvin Klein e a Michael Kors. Enquanto a primeira misturou o pesado e o chique, com roupas de cetim claras, o grande destaque da coleção, e sobretudos e saias de couro pretos, a Michael Kors, do estilista homônimo, fez um mix entre o feminino e o masculino com elementos dos dois sexos, como florais e camisaria oversized de ar boêmio.
O conceito transgênero foi além na Maison Margiela em Paris. John Galliano brincou com homens vestidos em roupas femininas e mulheres com peças consideradas masculinas. Ainda em Paris, a Chloé misturou o boho e o sportwear em uma proposta ousada, com elementos esportivos em tons claros. Em Londres, a J.W Anderson fez contrapontos entre peças pequenas, como sutiãs, combinados apenas com calças e roupas mais volumosas, como mangas bufantes que levantam a questão entre o moderno e o vintage.
Em Milão também teve o jogo de tendências. A Prada brincou com futurismo retrô e misturou materias como couro, camurça e vinil. Listras, casacões peludos, bordados, tiras metalizadas, botas brancas até o joelho e faixas assimétricas também desenharam a coleção. A Bottega Veneta, de Tomas Maier, misturou tecidos em composições excêntricas e abusou de detalhes como cordas, ganchos, cadarços frouxos e ilhoses.
3) Sleepwear
As roupas com cara de “acordei e vim” ganharam nome fashion de “slip dress” na Calvin Klein, que trouxe os longos de cetim branco como preça principal da coleção primavera-verão. Outras poderosas como a Saint Laurent, a Burberry, a Dolce & Gabbana, a Etro e a Loewe também endossaram o poder das peças com cara de pijama. As “sleepwear” exploram a sensualidade feminina em formas sexys e alongadas e o icônico vestido de alcinhas Calvin Klein ganhou alças duplas e vários detalhes. O look com fenda poderosa é combinado com tênis de cano baixo, provando que seda pode, sim, ser usada em peças menos delicadas.
4) Cores neutras e preto (no verão, sim!)
Se o desfile de Kanye West em Nova York mais parecia uma marcha militar, as roupas faziam jus à proposta minimalista na qual se via todas em tons terrosos e preto. Oscar de la Renta também abusou da cor escura, em rendas dramáticas que já são parte de seu DNA. Já a Calvin Klein foi na contramão e as peças brancas bombaram na passarela. Muito cetim, seda e cores claras foram vistos no desfile da temporada novaiorquina da marca. Em Londres, a Burberry, responsável pelo desfile mais high-tech da temporada, apresentou roupas pretas com detalhes dourados para o verão e, em Milão, a Fendi chegou com looks all black.
Em Paris, Anthony Vaccarello abusou do couro escuro e a Dior fez um contraponto com cores neutras, com preto e branco tomando a passarela romântica de Raf Simons. Já Alexander Wang se despediu da Balenciaga com uma coleção estilo “paz de espírito”, só de peças claras. As calças e macacões cargo, os vestidos tipo camisola e os detalhes de renda, babados, recortes no busto, shapes geométricos e franzidos, decotes nadador e blazers foram uma mistura perfeita entre o streetwear esportivo e o universo do sleepwear, tudo em tons que variavam entre branco, creme e off-white.
5) Recortes e assimetrias
Assimetrias e recortes foram as grandes apostas de Anthony Vacarello tanto no desfile de sua própria marca, em Paris, como na Versus Versace, em Londres. A marca registrada do estilista apareceu em muitas fendas misturadas com militarismo e alfaiataria. Na marca de Donatella, Anthony abusou de peças híbridas com detalhes que confundiam, como vestidos-lenço e longos de seda com fendas enormes. Já a Ralph Lauren, tanto em Milão como em Nova York, trouxe muitos recortes estratégicos. Enquanto nos Estados Unidos a marca brincou com elementos navy, inspirados pelo glamour da Riviera Francesa, na Europa a linha mais luxuosa apresentou a nova coleção no Palazzo Ralph Lauren, na via San Barnaba, com muito vermelho, couro caramelo e recortes pelo corpo.
Em Paris, a Balmain trouxe supermodels para a passarela e abusou de roupas sexys. A mulher adulta e confiante que Oliver Rousteing imaginou usa peças entrelaçadas tipo rede de pesca e as tramas ganham reeleituras glamurosas em bordados. Além disso, muitas roupas quadriculadas vazadas, geométricas e tops recortados tipo bandage surgiram no desfile. A Dior teve os recortes como grande destaque, com barras das peças recortadas em formato de concha. Já a Lanvin brincou com assimetrias em várias peças.
6) Transparências
Mostrar a pele realmente é tendência da primavera-verão. Além dos recortes, as transparências também bombaram nos tecidos, principalmente em Milão e Paris. Enquanto na França a Dior, com a proposta de conchas e mar, abusou das transparências para um ar mais leve, a Balmain brincou com vazados, mas foi em Milão que a onda pegou. A Prada desfilou camisas com tecidos fluidos e vestidos cheios de revelações, a Versace colocou mostrou o corpo das tops Behati Prisloo, Gigi Hadid, Carol Trentini e Raquel Zimmermann em transparências, fendas e peças poderosas de couro recortado a laser e a Fendi contrastou golas altas com colo à mostra.
7) Estampas tribais
A Valentino fez uma ode à “África tribal e selvagem” e, nas redes sociais, definiu a coleção primavera-verão 2016 da grife como “a jornada do começo dos tempos e a natureza primitiva”. De fato, peças repletas de franjas, cintos feitos de miçangas africanas, colares de ossos e a cartela de cores remetiam ao continente. Em seu desfile solar, Isabel Marant também abusou da tendência e incluiu os tribais não só nos detalhes, mas em looks completos. Já a Alberta Ferretti usou o festival Burning Man como inspiração. Ou seja: muito boho, tribal, batas, camurça e saia longa!
8) Peças amplas
Em Londres, Zandra Rhodes, a figura mítica da moda britânica que ficou conhecida nos anos 70 por sua ousadia e vestiu nomes como a princesa Diana e Freddie Mercury, voltou às semanas de moda com peças rosas e amplas em tecidos malaios, saris, roupas soltas, calças largas para mulheres chiques e informais. A J.W Anderson também sacudiu as passarelas londrinas com mangas bufantes e peças volumosas. Em Milão, a Versace reinventou a alfaiataria em peças amplas e, em Paris, a Chloé brincou com as saias largas e a Balenciaga com jaquetas e blazers oversized.
9) Cintura marcada
Essa foi a maior aposta da Balmain, em Paris. A maioria das peças que vestiram modelos do naipe de Carol Ribeiro, Alessandra Ambrósio, Isabeli Fontana, Doutzen Kroes, Lily Aldridge, Gigi Hadid e Kendall Jenner tinham as cinturas bem marcadas. Enquanto Alê desfilou em um vestido de mangas compridas bem brilhoso e mostrou a cinturinha invejável, Isabeli cruzou a passarela em um look total nude composto de body de manga comprida, saia em tela e um cintão. Corsets fetichistas também evidenciavam as curvas das modelos. Em Londres, Zandra Rhodes neutralizou as peças amplas com cinturas bem altas.
10) Amarrações
As cordas apareceram tanto nos sapatos como nas roupas. A Fendi abusou das amarrações nos pés e barras de calças e shorts com modelagens perigosas e pouco democráticas. Ainda em Milão, a Bottega Venetta encheu a passarela de sapatos como espadrilhes, flats e plataformas com cordas e cadarços. Na Dior, tiras grossas envolviam os tornozelos das modelos. Supertendência para anotar e abusar!
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