“A educação é o princípio do desenvolvimento, então a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é uma oportunidade de levar aos alunos e à comunidade informação sobre a importância da ciência e tecnologia na sociedade hoje e amanhã. Nós precisamos despertar essa vontade de pensar na ciência como o início desse caminho para melhorar a qualidade de vida das pessoas, reduzir desigualdades e discriminações”. A frase foi dita pelo gerente de Educação do SENAI CETIQT, Robson Wanka, na abertura da 15ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, na sede do SENAI CETIQT, no Riachuelo, e em transmissão por viodeoconferência para os alunos da unidade Barra da instituição. Com o tema “Ciência para a Redução das Desigualdades”, até sexta-feira, uma série de atividades para os alunos e aberta ao público traz perspectivas a partir da Redução das Desigualdades, o décimo Objetivo do Desenvolvimento Sustentável estipulado pelas Nações Unidas. O evento congrega centenas de instituições em todo o Brasil com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e propõe o debate acerca da contribuição das Ciências Sociais e Humanas para a redução das desigualdades no Brasil.
O SENAI CETIQT é conhecido pelos cursos e as iniciativas de inovação. “A nossa atuação com uma grade curricular aliada à essência como instituição projeta sempre o futuro como foco. Nós estamos alinhados com o que a indústria quer e precisa. Então, promovemos pesquisas no Brasil e no exterior para trazer para a instituição o que existe de inovador, além de proporcionar ao mercado os cursos e a consultoria para empresas. Nosso curso de Engenharia Química, por exemplo, foi o primeiro do Brasil a ser formado e construído por um comitê técnico setorial de acadêmicos, empresas, associações e sindicatos. Foi construído por várias mãos, a partir do que o mercado precisa, juntando os principais financiadores, patrocinadores e investidores”, contou Robson. A Semana Nacional é um momento dedicado também para pensar no foco da instituição a partir da visão da inclusão e diversidade.
A primeira palestra da Semana com o tema “A influência das soluções sustentáveis na redução das diferenças” foi realizada pelo professor Adacto Benedicto Ottoni, coordenador adjunto da especialização em engenharia sanitária e ambiental da UERJ, que abordou como as soluções sustentáveis podem reduzir as diferenças. “A gestão ambiental sustentável é a única forma possível de viabilizar o desenvolvimento do ser humano em harmonia com a natureza, possibilitando que as futuras gerações tenham perspectivas reais de sobrevivência e bem-estar”, afirmou Adacto.
O professor, como princípio, acredita que só a educação é capaz de trazer a sustentabilidade em diversas áreas e diminuir as diferenças sociais. “O movimento e a mudança só vão acontecer a partir da educação da população, que vai votar melhor, cobrar mais seus direitos, procurar se capacitar. É a base da conscientização e todas as políticas sustentáveis se viabilizam a partir disso, como economia circular, uso sustentável da água, preservação das florestas. Cidade com educação é uma cidade que preserva seus biomas e a população sabe apreciar e cobrar medidas”, defendeu o coordenador. O poder público precisa estar caminhando com a sustentabilidade, primordialmente. “Quando as políticas públicas estão na contramão das medidas sustentáveis, o povo consciente cobra e aquele político não é reeleito. Educação também muda essas políticas”, completou Adacto.
O “reeducar” é apenas um dos 7 Rs da sustentabilidade. Durante sua palestra, o professor apresentou principalmente o repensar, que envolve a reflexão das ações da população no cotidiano e do governo, como o descarte de lixo, utilização de recursos hídricos, metodologias simplificadas para armazenamento e reciclagem de água, células fotovoltaicas adesivas para geração de energia solar, tecnologias para habitação popular com material reciclado, entre outros pontos fundamentais. Em continuidade, o reduzir, em que o foco está em diminuir o gasto de energia e do excesso que extingue os recursos naturais. Reutilizar também é essencial: antes de descartar peças, roupas, produtos e alimentos, tentar reutilizar de outras formas que sejam sustentáveis, como a reutilização da água e de material orgânico. A seguir, reciclar é a solução, se reutilizar não for possível. Materiais recicláveis diminuem definitivamente a produção de lixo e o acúmulo em aterros e lixões, que sujam lençóis freáticos, oceanos e rios. Recuperar é a medida que salva ecossistemas, segundo Adacto. É necessário fazer a recuperação de recursos, de biomas e de espaços que foram degradados, principalmente com o reflorestamento. Por último, recusar. A população que se mantém ativa no processo de participação das políticas públicas sustentáveis não aceita produtos e iniciativas de empresas que são prezam pela sustentabilidade, além de cobrarem das instituições.
A movimento nas políticas públicas, segundo Adacto, afeta diretamente a população. “É sabido que 20% dos povos no planeta consomem 80% dos recursos naturais. Imagina como seria uma mobilização para essa gestão consciente e sustentável que pudesse organizar os recursos para serem reaproveitados, bem divididos e, assim, durarem mais tempo. As injustiças sociais existem e a população tem crescido em um ritmo desenfreado, mas a esterilização das pessoas não é o caminho. Elas precisam de educação e de qualidade de vida garantida”, frisou o professor. Além disso, o processo de favelização e a queda de morros e casas também estão diretamente ligados ao meio ambiente. “O solo, sem o florestamento, fica completamente vulnerável e pobre. Durante as chuvas intensas, é claro que o solo vai causar erosão e destruir casas, porque ele ficou completamente sem cobertura. Infelizmente não é prioridade dentro das políticas constituir melhor qualidade de vida dentro de periferias e favelas, inclusive no quesito saneamento básico e proteção dos solos. São espaços abandonados que representam as injustiças sociais dentro dos estados. A população com dificuldade e sem infraestrutura é absurdo e tende a piorar, então existe a real necessidade de implantar medidas sustentáveis para o ambiente e para a sociedade”, completou.
Além da palestra, na sede do SENAI CETIQT, no Riachuelo, foi realizado o Afro Fashion Day Consciência Negra, com exposição de moda da turma do curso técnico em modelagem do vestuário. A disciplina Fundamentos da Moda levou alunos a produzirem uma exposição com looks inspirados em tecidos africanos, estampas e acessórios comuns de povos diversos. “O trabalho é uma homenagem ao Dia da Consciência Negra (20 de novembro) e decidimos montar a exposição dentro da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, principalmente pelo tema envolver inclusão e diminuição das desigualdades, além de valorizar essas diferenças que constituem os povos e as pessoas. Apresentamos, então, a influência africana na moda brasileira. Os alunos idealizaram e costuraram as peças. É um aprendizado muito grande e que promove o que realmente queremos: a igualdade ao pensarmos culturas e povos”, disse a professora idealizadora da exposição Verônica Araújo Gaspar Gonçalves. Juntamente com a exposição, o primeiro dia também contou com oficina de maquiagem com inclusão e diversidade de cores.
Com o sentimento e a essência de inovação, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é mais um passo essencial dentro do SENAI CETIQT. “A instituição é uma referência e ela está sempre privilegiando esses eventos que focam na inovação tecnológica e as soluções limpas. É uma entidade fundamental para o nosso país, cada vez mais estimulado com cursos dessa qualidade que formam alunos que vão gerar um futuro melhor e preparando eles para um mercado de trabalho cada vez mais exigente”, afirmou o professor Adacto Ottoni.
PROGRAMAÇÃO UNIDADE RIACHUELO
PROGRAMAÇÃO UNIDADE BARRA
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