40 Graus: foi dado o start para a maior feira calçadista do Norte e Nordeste que, em sua quarta edição, já é catalisadora de negócios entre expositores, lojistas e consumidores


Frederico Pletsch, diretor da Merkator Feiras e Eventos, empresa organizadora da 40 Graus, afirmou que o evento possibilita a confraternização e vendas. “Antes mesmo de surgir, a 40 Graus já era uma feira necessária ao mercado. Nas três edições anteriores ela mostrou ser fundamental para a relação entre os fabricantes e o varejo do Norte e Nordeste”

É impossível falar do Norte e do Nordeste brasileiro sem falar em cores e alegria. E é assim, nesse espírito mágico, que a 40 Graus – Feira de Calçados e Acessórios começou nessa segunda-feira, 7, em Natal/RN. O objetivo? Estreitar relacionamentos de indústrias de todo o país, que vão até o Rio Grande do Norte para encontrar os lojistas do Norte e do Nordeste. O evento, que junta expositores aos lojistas, tem como objetivo a renovação de estoques e vitrines através das vendas. “É um relacionamento que dá bons frutos tanto para varejo quanto para os fabricantes. É muito importante para essas regiões ter as principais marcas brasileiras em um evento perto de suas bases”, explicou Frederico Pletsch, diretor da Merkator Feiras e Eventos, empresa organizadora que investe no contato direto com o público varejista da região. Visando o evento e de olho nas vendas para o Dia das Mães e as festas juninas – datas comercialmente expressivas nas regiões Norte e Nordeste -, fabricantes de diferentes pontos do país prepararam coleções específicas para o público das duas regiões-alvo.

40graus

Aliás, a feira funciona também como plataforma de lançamento das coleções para as marcas participantes, caso da Usaflex, Calvest, Lynd, Fasolo, Rafitthy, Ferricelli, Nina & Rô, Palterm, Rafarillo, Itapuã, Via Scarpa, Via Jupiter, Alto Estilo, Klassipé, Grendene, Dian Pátris, Beira Rio, Moleca, Molekinha, Modare, Vizzano, Kalce, Bárbara Krás, Mariotta, Freeway Easywear , Dakota, Klin, Pipper, Tchocco e Adrun. De fato, as necessidades e expectativas dos lojistas do Norte e do Nordeste são pesquisadas tão a fundo que as projeções da indústria calçadista cresce na época do evento. Se o Norte e o Nordeste, por si só, são um forte polo de produção calçadista – com mais de 600 indústrias que geram mais de 100 mil empregos na produção de calçados e acessórios – a 40 Graus, em sua quarta edição, consolida os dados. “É uma região que se afirmou como produtora. Atualmente o Ceará é o segundo maior estado exportador do Brasil. É importante que essa indústria tenha contato direto com o varejo”, destacou Frederico Pletsch. Vale lembrar que, nos últimos anos, as duas regiões foram o motor do crescimento do consumo em todo o país. É por isso que a 40 Graus tem atraído as maiores marcas brasileiras que visam essa sintonia com o consumidor local. “Para as empresas do Sul do país esse momento de troca com o lojista local é fundamental. É na feira que essa relação vai ser estreitada para, logo ali na frente, também se transformar em vendas”, contou Frederico.

Lojistas e expositores durante as negociações na 40 Graus (Foto: Henrique Fonseca

Lojistas e expositores durante as negociações na 40 Graus (Foto: Henrique Fonseca)

Para sua quarta edição, a 40 Graus cresceu 5% em número de expositores. Ou seja: são mais de 240 marcas calçadistas presentes. O lado do varejo não deixa para menos: mais de 700 lojistas foram confirmados nos dias da feira. “São números que animam e nos fazem ter a expectativa de superarmos esse momento econômico adverso”, disse Pletsch. O crescimento é tão grande que, nessa edição, uma das novidades é o espaço Mais 40 Graus, criado pela Merkator Feiras e Eventos, que serve como local de confraternização no pátio interno do pavilhão e sediou, logo no primeiro dia, um coquetel com jornalistas, expositores, representantes, lojistas e dirigentes da feira.

A presença em massa dos lojistas, aliás, é resultado de um trabalho de aproximação que a Merkator Feiras e Eventos – promotora da 40 graus, realiza na região há muito tempo. “É uma feira que realizamos em uma cidade central para toda esta parte do país, e feita numa data estratégica para o lojista. Além disso temos conseguido entender cada vez mais o varejo local através de um contato direto, feito nas lojas. Tudo isso faz com que a feira seja extremamente atrativa para o varejista”, analisou Frederico Pletsch.

As compras durante a 40 Graus têm como um dos focos abastecer os lojistas para as grandes vendas para o Dia das Mães e festas juninas (Foto: Henrique Fonseca)

As compras durante a 40 Graus têm como um dos focos abastecer os lojistas para as grandes vendas para o Dia das Mães e festas juninas (Foto: Henrique Fonseca)

Roberta Pletsch, diretora de mercado da promotora, que coordena o trabalho de mapeamento do varejo especializado, ressaltou, ainda, que as visitas demonstraram o comprometimento de quem já passou por lá a participar do evento. “Neste mês, as visitas passaram por Pará, Paraíba e Pernambuco, depois de estarem no Ceará, na Bahia e em Sergipe. Tem sido um despertar para a importância do evento para toda a cadeia produtiva e de venda ao consumidor”, disse ela, que destacou: “Temos trabalhado para gerar esse relacionamento próximo com o lojista desses estados e garantir a presença sempre maior destes profissionais em nossa feira”. E isso de fato acontece: para a indústria a expectativas é comprometer 40 dias de produção apenas com os pedidos feitos na 40 Graus.

A última tendência em calçados, bolsas e outros acessórios e as negociações a pleno vapor (Foto: Henrique Fonseca)

A última tendência em calçados, bolsas e outros acessórios e as negociações a pleno vapor (Foto: Henrique Fonseca)

Além de tantas novidades e vantagens, os lojistas têm, ainda, um evento específico encontrar os visitantes da 40 Graus e confraternizar, já que a Merkator organiza um coquetel na feira. “Teremos um momento especial com a boa música tradicional tocada pelo grupo ‘As Nordestina’”, adiantou Roberta Pletsch. A estratégia da organização da feira é construir relacionamentos pessoais com quem visita o evento. É isso que cria uma relação direta entre necessidade e disponibilidade e gera bons resultados para todos os envolvidos. “É um trabalho que tem nos ocupado nos últimos meses, mas que já tem dado bons frutos. São encontros ricos em trocas de informações e experiências. Esses dados percorrem as indústrias e desembocam naquilo que o lojista vai encontrar durante o evento”, analisou Frederico, que explicou: “Antes mesmo de surgir, a 40 Graus já era uma feira necessária ao mercado. Nas três edições anteriores, ela mostrou ser fundamental para a relação entre os fabricantes e o varejo do Norte e Nordeste. Neste ano, ela se consolida como catalisadora de negócios”.

A fila de lojistas de Norte a Sul do país que estão em Natal para comprar as últimas novidades em calçados produzidos pelas grandes indústrias (Foto: Henrique Fonseca)

A fila de lojistas de Norte a Sul do país que estão em Natal para comprar as últimas novidades em calçados produzidos pelas grandes indústrias (Foto: Henrique Fonseca)

E, após o final do primeiro dia, Frederico já pôde dizer com otimismo: “Com a movimentação deste primeiro dia podemos garantir que a nossa feira deve atingir os objetivos projetados pelos expositores. O número de lojistas no cadastramento mostra que a feira está recebendo profissionais de vários estados. Estamos observando também a movimentação nos corredores e nos estandes, muitos deles lotados. Este começo mostra um possível aquecimento de vendas em nosso segmento”, contou.

Renato Klein, presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados de Igrejinha (RS), contou que a expectativa positiva tem mais de uma razão: ““Nós acreditamos no potencial comprador das regiões Norte e Nordeste e sentimos que as empresas calçadistas estão empenhadas em levar opções de modelagem bem dentro do gosto consumidor destas regiões”, disse ele, que também destacou o retorno dos lojistas locais aos produtos. “O lojista está indo também para prestigiar estes expositores que se deslocam de vários polos de calçados para ir atender as suas expectativas. Sentimos que o lojista gosta deste prestígio”. De fato: os números falam por si só. São mais de 700 lojistas presentes. “Notamos que esta retração da economia não está atingindo tão fortemente este público. Eles estão encarando esta situação como um momento cíclico que daqui a pouco a economia terá sua retomada normal”,disse Frederico. Nós vimos!

Expositores
O potencial de consumo de varejo local faz com que os expositores projetem um volume de vendas acima do registrado nos anos anteriores. Além disso, a oportunidade de conhecer novos lojistas e estreitar laços com clientes é animadora para os expositores. “Esperamos que a feira gere bons resultados, caso ultrapassemos o nosso objetivo previsto, que é sempre vendas, será ainda melhor. Na feira, buscamos fazer contatos com clientes antigos e conhecer clientes novos”, explicou Paula Ferri, coordenadora de marketing da Fasolo. Mais do que isso: a indústria já fecha negócios durante a 40 Graus! “Nossas expectativas são as melhores possíveis, já que estamos começando o ano. Estamos indo para a 40 Graus pela primeira vez, mas o nosso mercado do Norte e Nordeste é forte, então vamos ao encontro de nossos clientes. Buscamos vender sandálias e rasteiras, já que o principal produto é o da moda verão”, disse Antônio Romanini, sócio da marca Tchocco.

008baixa

O sapato da marca Viviela London exposto na feira (Foto: Divulgação)

Em um momento econômico difícil no mercado, a 40 Graus chega animadora para os expositores. “Esperamos que aconteçam muitas vendas. Queremos continuar o trabalho que estamos fazendo no Nordeste. Se tivermos novos clientes, ótimo, mas buscamos mesmo firmar parcerias com os antigos. O mercado do Nordeste é muito próspero e já está consumindo mais que o Sudeste e Sul”, analisou Ricardo Rocha, desenvolvimento e comercial da marca Via Júpiter. Frederico Pletsch endossou que, em período de recessão, o crescimento da 40 Graus é marcante. “O momento da feira, que cresce a cada ano, justifica as projeções otimistas, mesmo com o atual cenário econômico. Acredito que teremos uma ótima feira”, disse.

De fato, as indústrias têm apostado em coleções especiais que são preparadas pensando no evento, já que a feira funciona também como plataforma de lançamento. “Queremos vender, mostrar a coleção e divulgar para os principais clientes. Buscamos apresentar os novos produtos que têm como diferencial o design, seguindo tendências antenadas. Na feira, teremos produtos da coleção verão e inverno 2016, focando um pouco em cada estação”, adiantou Paulo Roberto do Nascimento Souza, analista de marketing da marca Klassipé.

Lojistas
A 40 Graus é responsável pelos produtos que serão comercializados ao longo do primeiro semestre do ano, já que a feira chega para renovar os estoques do comércio especializado e oferece o melhor da produção brasileira com coleções exclusivas de calçados masculinos, femininos, infantis, esportivos e acessórios. As novidades produzidas pelas principais marcas do país e pensadas especialmente para o público das regiões Norte e Nordeste são essenciais para lojistas como Rosângela Figueiredo, da Leandro Esporte, na cidade de Sousa (PB), já que as festas juninas representam até 45% das vendas anuais. “Na loja, com a visita do representante, vejo só coleção por coleção o que, às vezes, inibe compras maiores, pois não se sabe o que a outra empresa vai te oferecer. E isto não acontece na feira, temos condições de olhar um todo”, diz ela. Acrescenta que vendeu muito bem na volta às aulas e independentemente das notícias econômicas do país, acho que teremos um ano bom. Não estou vendo crise”, opinou.

A comodidade de encontrar tudo em um único evento também é um ponto destacado pelos lojistas. “Sempre encontramos o produto certo. E também a feira acontece em Natal, uma cidade centralizada aqui na região e com capacidade de receber bem os lojistas. É uma feira bem profissional que privilegia o lojista. Isto é muito bom. Este é o segundo Natal aqui no Nordeste. Precisamos estar com os estoques repostos. A feira é ideal para isso”, disse Edina Medeiros, da Charme Calçados, de Timbaúba (PE).

José Carlos Oliveira, do grupo baiano MIB – responsável por 27 lojas sendo 19 delas na Bahia – ressaltou que o trabalho de divulgação da Merkator Feiras e Eventos foi o que mais atraiu. “Achamos uma cortesia o convite da promotora e viemos conferir a feira. Estou selecionando modelos de várias marcas para os meus estoques dos meses de maio e junho”, contou.

Moda
Se as novidades são exclusivíssimas direto para a 40 Graus, muitas das tendências surgem por lá. Os expositores levam peças que são suas apostas e, nessa temporada, a paleta vem em cores vibrantes como azul anil, amarelo e dourado. Elementos como prints florais, poás e figuras geométricas também chegaram com força na 40 Graus e as gladiadoras provaram que vieram para ficar. Ah! Pode aposentar o salto agulha. Os saltos bloco vieram em modelos que mostram todo seu charme, seja acompanhando a cor da sandália, forrado com tecido e em corda – material que reveste muitos acessórios em diversas temporadas. “Este modelo deve marcar presença em diversas coleções, pois vem se destacando com sucesso em marcas referenciais”, destacou Roberta Pletsch. De fato: os sapatos de cordas já são sucesso nas vitrines. A novidade? Alguns designers estão inserindo aplicações como pedras, enfeites e pérolas para ainda mais charme.

Este slideshow necessita de JavaScript.

Projeto Making Shoes
O projeto é responsável por levar cinco indústrias de pequeno e médio porte da cidade de Três Coroas(RS) para a feira realizada em Natal (RN). Ou seja: elas abrirão novos mercados no extremo oposto do país em uma feira que atende algumas das regiões consumidoras mais aquecidas do Brasil. “A ideia é levar o máximo de expositores possível e apresentar o mercado do Norte e Nordeste. Sempre o expositor retorna encantado de Natal, pois vislumbra novas possibilidades de negócios que podem auxiliar no crescimento e expansão de sua empresa”, disse Frederico Pletsch. De fato: a 40 Graus é uma oportunidade para que as indústrias alcancem seus primeiros clientes.

No Estande Coletivo Três Coroas Making Shoes, as empresas Bellíssima, Rio Couture e Vanittà, de calçados femininos, Monferraro, de bolsas e acessórios, e Rubra, de peças masculinas., dividem espaço. Todas elas tem algo em comum: já têm experiência em participar de eventos empresariais, já que participaram de edições das feiras realizadas pela Merkator, o SICC – Salão Internacional do Couro e do Calçado, e a Zero Grau – Feira de Calçados e Acessórios em projetos semelhantes.

A iniciativa coordenada pelo Sindicato da Indústria de Calçados de Três Coroas conta com parceria da Prefeitura Municipal da cidade, que subsidiou os custos, e da Merkator Feiras e Eventos, que conseguiu valores diferenciados para a indústria. Werner Muller Junior, presidente do Sindicato, acredita que as feiras abrem um caminho de crescimento contínuo na história dessas indústrias. “O desejo é promover justamente o aumento da carteira de clientes destas empresas e possibilitar um crescimento sustentável baseado na aquisição de novos clientes em mercados que mostram a possibilidade de crescimento contínuo”, disse.