SENAI CETIQT: Estudo mostra oportunidades e potencial do impacto da Bioeconomia para a Descarbonização do Brasil


O Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras, em parceria com a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), o Cenergia/UFRJ, o CNPEM e a Embrapa, avaliou algumas oportunidades de bioinovação, com base na redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e na obtenção de resultados decorrentes da bioeconomia, no contexto da transição energética no Brasil, e estimou os investimentos necessários e as potenciais receitas geradas

Referência nacional em PD&I para a indústria e atuando na identificação e no desenvolvimento de novos produtos e processos químicos, bioquímicos e têxteis, a partir de recursos renováveis e não renováveis e com uma sede – no Parque Tecnológico da UFRJ, na Ilha do Fundão, no Rio -, com 3.500 m2 ocupados com o que de mais moderno existe em laboratórios de Biotecnologia, Engenharia de Processos, Transformação Química e Fibras, e com um investimento de cerca de 70 milhões de reais em equipamentos de última geração, o Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras (ISI), integrante do SENAI CETIQT, em parceria com a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), o Cenergia/UFRJ, o CNPEM e a Embrapa, avaliou algumas oportunidades de bioinovação, com base na redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e na obtenção de resultados decorrentes da bioeconomia, no contexto da transição energética no Brasil, e estimou os investimentos necessários e as potenciais receitas geradas. Uma avaliação econômica preliminar mostra que há um aumento da ordem de US$ 284 bilhões/ano no faturamento das tecnologias selecionadas em relação ao cenário Políticas Correntes em 2050.

O ISI do SENAI CETIQT integra a maior rede de apoio à capacitação tecnológica e à inovação da indústria, estruturada para que as empresas e os produtos brasileiros possam competir em um mercado globalizado.

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Laboratório de biologia molecular do ISI

De acordo com a pesquisa, “é importante considerar que, para a transição para bioeconomia, o Brasil possui grandes setores processadores de biomassa que servem de ponto de partida para a construção de uma bioeconomia. Os setores sucroenergético, de papel e celulose e do complexo da soja já acumulam um conjunto de capacidades, como acesso à biomassa competitiva, que facilitam o processo de expansão das biorrefinarias. Porém, ainda são necessários significativos investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento, para a superação dos desafios da construção de novas cadeias de abastecimento, que incluam matérias-primas regionais e não gerem desmatamento, para o avanço de tecnologias de processamento que possibilitem o uso integral da biomassa e para o desenvolvimento de novos bioprodutos, que viabilizem a construção da biorrefinarias e gere maior renda agregada”.

Pesquisador-chefe do ISI Biossintéticos e Fibras, Paulo Coutinho comentou sobre as possibilidades de faturamento do Brasil, ao investir nessa implementação da bioeconomia:

No estudo comprovamos que as bioinovações podem trazer ao Brasil um faturamento anual de US$ 392 bilhões/ano com um investimento de somente US$ 45 bilhões. Por isso o projeto está agora em uma segunda fase, em que mais tecnologias serão adicionadas, inclusive considerando o potencial da biodiversidade, o que pode colocar o Brasil em posição de liderança no mundo – Paulo Coutinho

O estudo avaliou e comparou três potenciais trajetórias para o país, sendo elas: Cenário Políticos Correntes, que analisou a manutenção das atuais políticas brasileiras e o respeito à Contribuição Nacionalmente Determinada, proposta no âmbito do Acordo de Paris sobre o Clima; Cenário Abaixo de 2°C, que considerou a possibilidade da biomassa passar a ser a principal fonte de energia para a implementação de tecnologias de baixo carbono nos principais setores da economia brasileira, em cumprimento ao Acordo de Paris, com o objetivo específico de limitar o aumento da temperatura terrestre “bem abaixo dos 2 ºC” até o final do século; Cenário Potencial da Bioeconomia, tido como o cenário originário do estudo, ele mostrou como a bioeconomia e a transição energética se complementam e inserem tecnologias biorrenováveis a partir do cenário “Abaixo de 2 ºC”.

Entre as principais conclusões do estudo está um aprofundamento das políticas já existentes e o desenvolvimento de novas, além do reforço das atuais, focadas nos biocombustíveis, para que avancem e passem a apoiar também outros bioprodutos. Compondo as soluções, também é citada a importância das políticas de inovação: “Também são relevantes as políticas de inovação que guiem os investimentos para as 3 classes de tecnologias de biomanufatura – (i) intensificação sustentável da agricultura (ii) conversão de biomassa em produtos energéticos, (iii) conversão de biomassa em produtos de maior valor agregado – que, quando combinadas, podem gerar efeitos sinérgicos para garantir a produção de alimentos e o desenvolvimento de biorrefinarias avançadas no país”.

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Desde sua criação em 2016, o ISI Biossintéticos e Fibras tem se posicionado como um ator relevante em pesquisa, desenvolvimento e inovação na bioeconomia, desenvolvendo tecnologias de fronteira e estudos que suportam seu advento. O estudo completo junto à ABBI e demais parceiros pode ser encontrado em: https://abbi.org.br/wp-content/uploads/2022/06/Bioeconomia_Descarbonizacao_Nov2022_Final2.pdf