Por Marcos Eduardo Altoé
Dois dias de muita moda. É assim como podemos classificar a quarta e a quinta nesta São Paulo Fashon Week. Tivemos desde um Beachwear sofisticado na Agua de Coco e na Vix, passando pela atitude punk singular de Iódice, Glória Coelho e Just Kids, e até a moda inclusive de Ronaldo Fraga. Osklen, Vitorino Campos, Helô Rocha mantiveram suas assinaturas fortes, traduzidas em peças-desejo. Tudo perfeitamente amarrado em propostas que fizeram a cabeça dos fashionistas durante a semana de moda paulista. Confira a seguir os eleitos do Site Heloisa Tolipan:
LINGERIE DE PRAIA
Em uma releitura da atitude extravagante das divas do pop, O Resort 2017 de Amir Slama colocou os corselets em pauta, transformado a peça que é sinônimo de sensualidade feminina. A moda praia absorveu, assim, as características do underwear, apresentando uma riqueza de detalhes que originalmente são vistos na lingerie. Por exemplo, a modelagem que valoriza a silhueta feminina com ousadia na medida, os materiais de brilho acetina, enfim, pontos muito valorizados por quem busca se vestir bem até mesmo por baixo da roupa.
ESTAMPARIA E LEVEZA
O clima relax dos balneários idílicos, tão presente no DNA da Osklen, foi traduzido mais uma vez em um fino trabalho de estamparia full print, a partir motivos super tropicais. Folhas de palmeiras, margaridas e listras ocuparam peças confeccionadas com seda, o e-fabric eleito por Oskar Metsavaht para o Alto Verão 2017, em forma de malha, gurgurão e palha. Tudo com muita leveza, perfeito para aguentarmos as altas temperaturas do verão brasileiro sem fazer feio.
ALFAIATARIA OVERSIZED
O inverno 2017 de Vitorino Campos apostou nas silhuetas amplas para apresentar uma alfaiataria-desejo, estruturada e desconstruída. A assinatura forte do estilista baiano se traduz pelo espírito livre carregado pelas peças, algo que poderia implicar no tom elegante da coleção, mas não o faz. Ao contrário, apenas eleva ainda mais o jogo, provando por “a” mais “b” que Vitorino é um dos grandes nomes da new generation da moda.
REPRESENTATIVIDADE
Ronaldo Fraga levou uma plateia lotada ao delírio no Teatro São Pedro por conta de uma belíssima homenagem à identidade de gênero. Uma apresentação-manifesto colocou o tema em pauta. Com peças inspiradas nas bonecas de papel, com detalhes desenhados na malha e uma a modelagem que resgatou a elegância retrô das décadas de 30, 40 e 50. Destaque também para os acessórios. As bolsas carregavam elementos femininos, como as tramas das meias arrastão e das rendas decoradas. Um luxo!
TROPICOOL
PUNK DE BOUTIQUE
Valdemar Iódice e Simone Nunes conseguiram traduzir o étnico global para o mercado de luxo. Colocou traços da indumentária indiana a partir de uma estética punk, subversiva e original. Para os pés, uma sandália de tiras de couro com aplicações de taxas e rebites arrancou suspiros entre os fashionistas, alcançando de imediato o status de it-peça da temporada.
ROCKY BALBOA
Renato Ratier mantém sua marca homônima com um DNA pautado em diversão, sofisticação e liberdade, e para o Alto Verão 2017. Com peças inspiradas no mood esportivos da década de 1980, o empresário apresentou uma coleção dinâmica, na qual as roupas inspiravam uniformes de boxe, com roupões, jaquetas, e uma malharia oversized bem construída. Regatas com decote nadador nas costas evidenciaram o clima sporty-chic.
DONZELA EMPODERADA
Glória Coelho fez uma viagem para as High Lands escocesas para apresentar um Pre Fall 2017 em cima dos signos da cultura celta, como tartans, kilts, brasões, espadas e escudos, e a bandeira da Escócia. Vestidos longos de corte impecável com aplicação de patchworks tecnológicos inspiraram as clássicas donzelas no aguardo de um resgate. Desta vez, contudo, em tempos de empoderamento feminino, elas dispensam o resgate, pois são livres para lutar sozinhas.
HELÔ ROCHA
Helô Rocha busca na espiritualidade a sua inspiração para criar um Resort Couture 2017 pautado por energia e liberdade. Um romantismo hippie culminou em peças etéreas levíssimas, construídas em camadas a partir de recortes de tecidos esvoaçantes, repletos de movimento e de uma bossa new age muito bem vinda em tempos de desamor. É como se o Woodstock fosse logo ali.
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