O Circo Voador pegou fogo na noite de ontem com os shows da dupla Hot e Oreia, MC Sidoka e a rapper Clara Lima


A noite foi marcada com o bom e novo rap nacional, levando ao público questões sociais, ironias e ao mesmo tempo, muita diversão e mixagens que deixaram o público em êxtase

*Por Domênica Soares

Com beats marcantes e performance de tirar o fôlego, o Circo Voador, um dos maiores palcos do Rio de Janeiro, recebeu ontem quatro artistas do mundo do rap que estão ganhando cada vez mais espaço. A dupla mineira Hot (Mário Apocalypse) e Oreia (Gustavo Aguiar), que conta com mais de 1 milhão de plays em suas plataformas digitais, pisou no palco levando temáticas como as questões do cotidiano de uma maneira nada óbvia, deixando que as mensagens fossem interpretadas por cada um que ali estava. E a noite foi ainda mais intensa. A mineira Clara Lima chegou com tudo e fez o lançamento do seu novo projeto “Selfie”, que contou com a contribuição de Mc Guimê e Chris MC. Já MC Sidoka, de Belo Horizonte, que é o astro do trap brasileiro, levantou o público com o lançamento de seu mais novo EP “Doka Language”. Mas não parou por aí, o Circo ainda recebeu novos talentos, e pela primeira vez a dupla Treze x Nizz e o rapper Kalli subiram aos palcos da lona. 

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A dupla Hot e Oreia, ambos com 26 anos, é conhecida por unir o teatro ao rap de uma forma única. Seu álbum de estreia, “Rap de Massagem”, assinado por Coyote Beatz e Fred Pacoio, traz sátiras e resgata algumas raízes religiosas. O primeiro clipe do duo foi lançado em julho de 2019, denominado “Estilo”. Ao longo das nove faixas do disco, cinco receberam grandes nomes do mundo do rap, como Rafael Fantini, Djonga, Luedji Luna, Luiz Gabriel Lopes e Mariana Sena. A identidade de unir rap ao teatro não é por acaso, pois Hot e Oreia já estudaram artes cênicas e apresentações de teatro e, dessa forma, levaram essa experiência para o mundo da música. Sempre atenta às novas formas de demanda do mercado, a dupla possui grande ligação e investimento em materiais audiovisuais que firmam ainda mais essa união do mundo artístico de interpretações.

Exemplo disso foi o clipe de “Eu Vou”, em parceria com Djonga. O filme foi gravado em uma cidade do interior de Minas Gerais e teve como maior inspiração a obra de Ariano Suassuna, Auto da Compadecida. No show, a setlist foi de arrepiar e contou com: “Eparrei”, “Pegasus”, “Playboy”, “Estilo”, “Hino”, “Cigarro”, “Tema”, “Solto”, “Pólen”, “Rappers”, “Xangô” e “Eu Vou”.

O palco contou também com o show de Clara Lima, que lançou seu novo projeto “Selfie”, produzido por Gee Rocha e Go Dassisti que conta com oito faixas nas quais Mc Guimê e Chris MC assinam como únicos colaboradores. Clara é conhecida pelas batalhas de MCs no Brasil. Em 2015, foi a primeira mulher a representar Minas Gerais na Batalha do Conhecimento e no Duelo Nacional, uma das principais disputadas na área, do Rio de Janeiro. Já em 2016 foi campeã das batalhas do YO Music Brasília, um festival com 12 horas de música e cultura urbana que levou grandes nomes como Racionais, Negra Li, MV Bill, Black Alien e outros destaques. Em suas composições, Clara insere de maneira expressiva suas experiências pessoais e amadurecimento na jornada como MC, desde o lançamento do seu primeiro EP, denominado “Transgressão”, que foi lançado no ano de 2017.

As letras costumam trazer em sua essência as conquistas de sua caminhada, o amor, sonhos e dificuldades para chegar até aqui. O show contou com os grandes sucessos de Clara, como “Esquinas”, “Négócios”, “Nocaute“, “Fogo no Baile” “Vida Luxo”, “Favela pede paz”, “Eu só quero é ser feliz”, “Tudo Muda”, “Pra Lembrar”, “Camisa de Time”, “Talvez bem mais”, “Pássaros”, “Caminhos”, “Caracois”, “Noite Quente de Verão”, “Pensando em Nós”, “Talvez bem mais”, “Sem medo de ser feliz”, “Cypher sello”, “Freestyle”, “Inimigos, “Cypher rua”, “Poetas no topo”, “Medley DV Tribo”, “Diáspora”, “Sujo” e “Finanças”.

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O Circo Voador ainda contou com Sidoka, astro do trap brasileiro, mineiro de 21 anos que fez seu primeiro grande show da carreira já nesse palco renomado. Ele lançou o EP “Doka Language”, segundo de sua trajetória, e em sequência já tem planos para lançar o terceiro “Venci”.

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