Antonio, filho de Juliana Paes e Carlos Eduardo Baptista, tinha apenas cinco meses de vida quando sua mãe foi convidada pelo diretor Marcelo Galvão a atuar no longa metragem “A Despedida”. Ela, recém saída da maternidade, estava “bem fora de forma”, em suas próprias palavras. “Fiquei empolgada porque me emociono muito com a temática da solidão (no filme, sua personagem, nova, se apaixonada por um solitário de 90 anos). Mas como havia cenas de nudez já avisei logo: ‘Tô com tetas de amamentação!’. Ele não ligou para isso e acreditou em mim”, relembrou Juliana em entrevista à “Quem Acontece” desta semana.
Alerta típico de quem se preocupa ao máximo com o ofício. Como aconteceu no ano de 2009 ao aceitar interpretar um papel escrito por Glória Perez no horário das 21h da Rede Globo. “Eu me jogo, sempre acabo me arriscando, e talvez isso tenha me ajudado. Com a Maya de ‘Caminho das Índias’, pensei: ‘Nossa, que pepino veio cair na minha mão!’. As mulheres indianas estão longe da nossa realidade. Foi um desespero, eu não conseguia dormir. Mas a verdade é que sou mais feliz com o resultado quando o papel é desafiador”, admite.
E esses desafios, assim que vencidos, não refletem necessariamente em ego inflado. Juliana explica: “Estou sempre questionando a fama. É como se eu fizesse um exercício de ‘desegocentrização’. Sou a única pessoa que não pode acreditar nisso tudo. Imagine que criatura insuportável eu me tornaria! Caramba, ganhei o prêmio (ela foi premiada no último Festival de Gramado), mas e daí? Costumo me dar umas puxadinhas de tapete. Às vezes, até acho que fiz uma cena do caralho, mas sou incapaz de fazer esse comentário com alguém…”, compartilhou.
É aí que entra gente parceira como o diretor Luiz Fernando Carvalho, que ajuda a fluir o trabalho no maior estilo entrega, parceria e pé no chão. “Para alguns diretores, bom ator é o decorado, ensaiado. Mas minhas melhores experiências foram quando eu tive mais liberdade. O Luiz, por exemplo, em ‘Meu Pedacinho de Chão’, queria que a gente criasse e um dia me fez uma proposta: ‘Fique estática agora. Pense que você só tem um lugar onde sua energia possa aparecer, apenas uma válvula de escape, o que vai ser?’. Eu fiquei suando, suando, e as únicas coisas que se moveram foram meus dedos. Foi assim que criei os dedinhos nervosos da Maria Catarina, marca registrada da personagem”, revelou.
Com essa facilidade e prazer em falar de trabalho, Juliana Paes ainda arranja tempo para manter o casamento de 11 anos e cuidar de dois filhos. Nem sempre foi assim. Pelo menos na mente dela. “Já tive momentos de pensar que estava trabalhando muito e dando pouca atenção a ele. Gerou uma certa insegurança, mas foi-se esse tempo”. Ô se foi. “Estou há 11 anos com o Dudu. Sensualidade tem a ver com mistério, surpresa. Como é que se mantém então o erotismo e a sedução? Já fica dito que no meio da semana pouca coisa vai acontecer, mas o final de semana é nosso. Coloco uma roupa melhor, saímos para jantar. Faz parte do jogo sensual. Lembra namoro, o esperar pela festa…”. Homem de sorte, esse Dudu.
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