De deixar a Festa de Babette no chinelo – Wine’n Music reúne brasilienses seletos em badalo que uniu os melhores rótulos de vinhos e boa música


Guto Jabour e Tiago Correia receberam mais de mil pessoas no Centro Internacional de Convenções do Brasil, o CICB, às margens do Lago Paranoá, próximo à ponte JK

Era perto de meio-dia quando Tiago Correia, um dos sócios da Wine’n Music, nos recebeu para almoçar em um dos restaurantes mais badalados de Brasília, conhecido por reunir ministros e deputados. Como era quinta-feira e as sessões no Congresso Nacional e no Senado só funcionaram até um dia anterior – o que provoca um verdadeiro êxodo de parlamentares da capital federal -, e, mais que isso, como gerenciar uma crise pelos lados da Esplanada dos Ministérios é de afastar o apetite de qualquer um, a ausência dos nobres era notável. Porém, não lastimável. Nas mesas ao lado, uma turma que mais tarde seguiria o mesmo rumo que o nosso. Aliás, o mesmo rumo que seletas cerca de 1.500 pessoas da alta sociedade brasiliense tomariam: o Centro Internacional de Convenções do Brasil, o CICB, às margens do Lago Paranoá, próximo da ponte JK. Por lá, Tiago e seu sócio, Guto Jabour, receberam para a quarta edição do Wine’n Music, um badalo que tem como premissa unir os melhores rótulos de vinhos à boa música. Em quatro anos, o local da festa, muito menos as atrações, nunca se repetiram. Porque “inovar é preciso”, explica Tiago. Uma espécie de “Festa de Babette” (quem não se lembra do banquete do filme de Gabriel Axel onde todos ficaram “alimentados de corpo e alma”?) do século XXI.

Guto Jabour e Tiago Correia, os organizadores do Wine N Music (Foto: Bruno Pimentel)

Guto Jabour e Tiago Correia, os organizadores do Wine ‘n Music (Foto: Bruno Pimentel)

Antes da rápida pausa para o almoço e um café, Tiago, relações públicas que também é responsável por casamentos, festas e eventos sociais em geral em Brasília; havia passado pelo CICB para a tradicional visita de campo. “É a maior festa que eu já fiz. Nem sei se conseguirei, ano que vem, repetir uma desse porte. Não é nem pelo trabalho que demanda, mas pela expectativa que se cria. Está enorme”, comentava. E não era da boca para fora: incontáveis taças e estações de vinhos (destaque para o príncipe da noite, o Intrépido – Safra 2013 -, produzido no Cerrado, em Cocalzinho de Goiás, com uva Syrah) em suas 60 diversas opções – incluindo rótulos argentinos e chilenos; além de bar com drinques (HT a-mou o a base de vinho branco, limoncello e gelo), água, sucos, refrigerantes e espumantes mil. À medida que uma atração musical ia subindo ao palco – foram seis no total -, um vinho em específico era servido pelo salão com destaque e devidamente apresentado. É que, como falamos, a escolha foi minuciosa para aliar o sabor ao som que era escutado.

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“Vinho também é alma. A gente se esqueceu da mão de quem colhe. Esse vinho é justamente para se tomar em uma tarde quente, com muita calma. Como é a bossa nova”, comparou Guto Jabour, para apresentar, por exemplo, Rogério Midlej no palco, que, entoando “Wave” – e outros clássicos do mestre Tom Jobim -, nem deixou HT sentir saudades do lifestyle carioca. Logo, objetivo cumprido. Bem que Guto chegou a dizer minutos antes de abrir, oficialmente, a quarta edição da festa: “Música e vinho têm o poder de mexer com nossos sentimentos”. Àquela altura do campeonato não dava para discordar. E depois então… subiram ao palco, dentre tantos, o trio Zoom Boxx, de Campinas, interior paulista, entoando, só com a voz, clássicos do que chamam de hip house. Uma comparação? Digamos que eles são o The Black Eyed Peas brazuca. E o que dizer do quadriphonix da banda Samys Band, de São Paulo? Na base dos violões e dos vocais, eles executaram, à sua moda, hits dos hits como “I’m Yours” de Jazon Mraz, “Billie Jean” , imortalizada por Michael Jackson, e “Just Dance” de Lady Gaga. O resultado da equação? A festa foi seguindo com linha ascendente, encontra a linha tênue entre a animação que um bom badalo no Planalto Central pede com o intimismo que o agito social (também) pedia.

Samy's Band (Crédito: César Rebouças/Bruno Pimentel/Rodrigo Zago)

Samy’s Band (Crédito: César Rebouças/Bruno Pimentel/Rodrigo Zago)

Entre taças e garrafas, circulavam bolsas da italiana Gucci, mocassins Louis Vuitton e Hermès, brincos Swarovski e uma entourage usando e abusando de Tommy Hilfiger. Disputando as atenções com lustres suntuosos em uma verdadeira sala de banquetes – aqui, então, um erro nosso: a Festa de Babette fica no chinelo, babies -, com estações repletas de massas, risotos e doces. Ah, detalhe: um novo modelo da marca Jaguar, da Caltabiano, foi lançado, no maior estilo “revele o segredo” durante a festa”. A moral da história? “Foi a festa mais redonda, sem defeitos que já fizemos”, nos sacramentava Tiago, cerca de 12 horas após o fim do badalo. Bem que a gente já tinha avisado por aqui: era de fazer deus Baco despencar lá do Olimpo para bebericar às margens do Lago Paranoá. Dito e feito. Cheers!

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 *O jornalista viajou a convite da Wine’n Music