Berlim carioca: em sua segunda edição, festa “Infame” traz irreverência com pitada de S&M à noite do Rio


Balada produzida por Suzana Trajano (“Pool Me In”), Dani Vieira (“Catch”), Márcio Lima (“BOHO”), Pablo Falcão (“Chá da Alice”) e Armando Babaioff (“SOPA”) lotou o Clube dos Democráticos no fim de semana

Iluminação e decoração em tons de vermelho, dançarinas seminuas, homens circulando pela pista apenas de sunga, um mágico misterioso e um centauro inverso: não é à toa que assim como em sua estreia, a Infame tenha voltado para a Lapa em sua segunda edição, no fim de semana. Ali, no centro histórico da boemia carioca, mais especificamente no Clube dos Democráticos, nada parece mais plausível e coerente do que uma festa inspirada no desbunde de Berlim.

Como HT contou aqui, a balada já chegou com poder de fogo à noite carioca. Produzida por Suzana Trajano (“Pool Me In”), Dani Vieira (“Catch”), Márcio Lima (“BOHO”), Pablo Falcão (“Chá da Alice”) e Armando Babaioff (“SOPA”), a festa conseguiu unir o melhor de todos esses mundos nem tão diferentes assim. Desde a pegada decorativa do Chá ao culto a todas as formas de corpo da Pool Me In e o pop catchy da BOHO.

O set começa com Andrei Yurievitch nas carrapetas, destilando o melhor da música eletrônica sem cair em um lugar comum e conseguindo manter os ânimos agitados, mesmo no início da balada. Por volta das 2h, o show começa: as dançarinas e performers que estavam no palco iniciam uma dança burlesca com direito à genitálias e seios expostos. Em determinado momento, o público não sabe se presta atenção no show ou se volta a dançar.

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Claro, o set de pop comandado por The B (codinome de Babaioff), logo após Arthur Zampolli, não poderia começar com outra música senão “S&M”, na versão em que Britney Spears empresta os vocais à faixa original de Rihanna. Ali, entre lap dances, chicotadas, strip tease e todo o espírito da musa Anita Berber, nada faz mais sentido do que versos como “sex in the air” e “just one night full of sins”. Nas palavras da próprias Suzana Trajano, a festa “é meio inferninho, sem ser conceitual ao extremo”.

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O resultado disso tudo é uma festa onde, em tempos de politicamente correto nas redes e nas rodas de conversa, ver pessoas contagiadas por um clima e subindo no palco para se soltar, sem vergonha do próprio corpo – já que os dançarinos davam conta de quebrar estereótipos -, é mais que bem vindo, é necessário. Com um público jovem, onde a grande maioria está na casa dos 20 anos, uma balada com esse tema poderia facilmente cair no trash, mas esse não é o caso. E a única regra, como o próprio Babaioff frisa durante o show, é que “o que acontece na Infame, fica na Infame”.