Ballet Manguinhos: o luto transformado em força pelas meninas da comunidade

Exposição Ballet Urbano Manguinhos

Um dos mais lindos projetos sociais. Criadora do Ballet Manguinhos, Daiana Ferreira, 32 anos, morreu em janeiro, vítima da Covid-19. Nascida e criada na comunidade de Manguinhos, ela passou a infância em um barraco sem banheiro. A mãe, empregada doméstica, incentivava as filhas sobre o valor da educação e da cultura. Formada em Educação Física, Daiana criou o projeto em 2012, que tem como madrinha Claudia Mota, primeira-bailarina do Theatro Municipal, para tirar meninas da ociosidade das ruas.

Exposição Ballet Urbano Manguinhos

Em 29 de abril, Dia Internacional da Dança instituído pelo Comitê Internacional da Dança da UNESCO,  as mais expressivas fotos foram reunidas na exposição virtual “Ballet Urbano Manguinhos (BUM)” (no site http://www.balletmanguinhos.com.br/). “Pretendemos ocupar o território e fazer parte da realidade local, promover uma interação e aproximação com toda a comunidade”, afirma a fotógrafa Ana Maria Silva, curadoria da mostra.

Coordenador de Cooperação Social da Fiocruz, Leonidio dos Santos, ressaltou que, no contexto da pandemia, com seus imensos impactos na população vulnerável, Daiana foi incansável na articulação da distribuição de cestas de alimentos, de kits de higienização e outras necessidades. “Ela também disponibilizou um espaço no Ballet Manguinhos para que o Conexão Saúde fosse instalado. Desta forma o Ballet Manguinhos se tornou parceiro no enfrentamento da pandemia”.

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Um manifesto do Ballet Manguinhos afirma a convicção de que arte e o ballet se conectam à favela. Onde a cultura se transforma e se combina, criando novas experiências. Onde todo mundo tem o seu lugar de fala. Onde os becos, vielas e ruas também são parte real, do maravilhoso que há na cidade maravilhosa. E Exposição BUM é uma forma de observar a realidade dos moradores e trazendo para esse lugar, as bailarinas e bailarinos do Ballet Manguinhos.