Agito cultural na Lapa! Antonieta abre suas portas com show da Orquestra África Brasil e parceria entre B Negão e Di Melo


A proprietária Carol Góes e a produtora cultural Elisa Amaral explicaram que a ideia é estimular todo tipo de expressão cultural. “Queremos mostrar que além de ela ser uma casa noturna, ela tem conteúdo e coerência”, explicou Elisa

Maria Antonieta era uma rainha e duquesa que gostava da diversão. No século XVIII, já lutava para afastar o tédio e a solidão comuns àquela época. Foi com esse espírito que Carol Góes batizou de “Antonieta” a casa noturna que abre, na próxima sexta, 15, na Lapa. “Algo no filme ‘Maria Antonieta’ me chamou atenção. Ela quebrava protocolos em busca de diversão e achei interessante. Posteriormente, ao ler no dicionário de nomes, vi que o significado de Antonieta era valiosa, algo sem preço, de valor inestimável. Passei a gostar ainda mais e tem tudo a ver com o que quero passar. A ideia central é oferecer, mediante a tantas programações no Rio, uma casa diferenciada, com apelo de diversão. Me inspirei no desejo da rainha Antonieta”, contou a proprietária.

A Lapa também foi escolhida por um motivo mais do que especial. “É um bairro famoso pela vida cultural noturna, com diversas expressões musicais e uma concentração grande de bares, restaurantes e várias possibilidades. Encontramos samba, músicas nordestinas, tudo. Há uma diversidade cultural enorme. O que interessa é justamente a possibilidade dessa mistura tão bacana entre a Zona Sul e a Zona Norte da cidade. É todo mundo junto e misturado, como diz o ditado”, brincou Carol, logo endossada por Elisa Amaral, produtora cultural à frente da programação do Antonieta. “É o berço da boemia carioca, sem dúvida alguma. A Lapa respira história e cultura, além de ser um dos principais cartões-postais da cidade. Acho que não tinha lugar melhor para um local como o Antonieta”, analisou.

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Elisa Amaral é a produtora cultural do Antonieta (Foto: Reprodução/Rubia Silva)

Elisa, aliás, foi o nome pensado por Carol logo no começo. A idealizadora, que também é dona do Espaço Acústica, no Centro, queria algo diferente do pop que recebe por lá. “Ela me fez o convite para participar do projeto justamente porque queria inovar. Eu sou a responsável pela programação da casa e ajudo a fazer o agito cultural”, explicou. E haja programa. Elisa garantiu que pretende abrir o espaço para bazares de moda, exposições de arte e até casamentos. “O Rio de Janeiro está carente de casas noturnas bacanas, que estejam aberta a propostas inovadoras e diferentes. Se você perceber, quase todas caem na mesmice, havendo uma grande concorrência entre festas que acabam sendo muito parecidas. Os points sempre são os mesmos, precisamos de casas novas no Rio, projetos novos. A ideia é expandir, trabalhar de todas as formas possíveis porque a casa tem essa versatilidade e essa qualidade de trabalhar em diversos formatos por ter dois andares com mezanino bem divididos com seu grande palco. Mas claro, sem perder a coerência e o perfil propostos. Uma coisa bacana é o teto retrátil que dá para trabalhar em formato open air. Eu acho esse detalhe o charme da ‘Antonieta’. O produtor tem a opção de fazer um evento diurno, aberto por exemplo. Queremos fazer até casamentos, porque não? Acho que o Antonieta tem uma estrutura de qualidade para receber eventos particulares desse porte, além de corporativos”, defendeu.

Enquanto isso não acontece ainda, a programação já é extensa. “Teremos shows de jazz semanais, todas as quintas, com o evento ‘All That Jazz’, que vai mesclar com uma banda convidada a cada semana e Djs da cena tocando jazz, swing e eletroswing”, adiantou. E a agenda está cheia! “Dia 22 já marcamos o show do Curumin, que será junto com a festa ‘Soul de Santa’. O Curumin é um artista maravilhoso, super conceituado, que mistura diversos elementos do hip-hop, jazz e samba. Tudo a ver com a casa e com a Lapa. No dia seguinte, 23, receberemos o rapper Rodrigo Ogi. Além disso, teremos ensaios de blocos pré-Carnaval marcados para a programação de janeiro e queremos trazer festas que estão bombando na cena do Rio”, contou Elisa.

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Di Melo e B Negão inauguram a casa no sábado, 15 (Foto: Divulgação)

Para inaugurar a casa, uma escolha especial: o encontro musical África Brasil. “A proposta de abrir com o selo África Brasil foi exatamente para mostrarmos a proposta da casa, que ela pode funcionar em diversos formatos, tanto com show, com seu grande palco em formato de concha, festas com DJs convidados e exposições. Nessa edição, teremos a feira de vinil ‘SuperNut MaraRecords’, onde a gama de opções de vinil é enorme, um prato cheio para colecionadores. E além do formato do evento de show com festa e exposições, que organizamos para mostrar todas as possibilidades da casa logo no primeiro dia, tem a proposta do África Brasil que me interessou muito e casou muito bem com a ideia de como eu quero mostrar o Antonieta para o público. Estrear um espaço com show do Di Melo, B Negão e a Orquestra África Brasil é mostrar que além de ela ser uma casa noturna, ela tem conteúdo cultural e coerência com os eventos que vão acontecer no local”, explicou.

E o que os futuros clientes podem esperar do show na sexta, Elisa? “Esse encontro vai ser incrível porque o Di Melo tem um público cativo e conceituado, quando lançamos o evento foi um estouro, as pessoas estão empolgadas desde o primeiro dia que foi lançado. E a parceria com B Negão casa bem. Ele é um artista atual e hype, adorado pela galera jovem. A ‘Orquestra África Brasil’ então, é maravilhosa e só deixa o evento ainda mais rico. Podemos esperar música brasileira pura e de boa qualidade e muita animação para começar o Antonieta com o pé direito”, adiantou ela, que garantiu: quer que o Antonieta seja um dos protagonistas de um cenário que vive se renovando. “Queremos alcançar um público ligado a cena cultural e alternativa da cidade. Frequentadores que não só valorizem o agito da noite em si, mas que goste de uma música boa e de qualidade”, disse.

BNegao e DiMelo

B Negão e Di Melo serão os responsáveis pelo primeiro agito do Antonieta (Foto: Divulgação)

A decoração, rústica e vintage, também tem muitos elementos modernos e, como não poderia deixar de ser: mistura tudo. “Queriamos seguir a arquitetura antiga da lapa, mas o Antonieta tem apelos muito modernos na decoração. Não vai ser só vintage, de paredes de cimento, descascadas. Tem isso, mas o lado moderno também. Justamente pra mostrar a diversidade de arquitetura, não só as diferenças musicais e culturais. A parte de trás e a cobertura usam vidro, ferro e elementos muito modernos, além da iluminação. O casarão, na frente, é antigo e vintage. Preferi a mistura para não cansar. É acompanhando a arquitetura do bairro, o apelo do Rio antigo, mas com todo o conforto da modernidade”, definiu Carol. Perfeito para o programa no final de semana, não?