O Sundance Festival 2015 terminou neste sábado (31/1) com o anúncio dos premiados, entres eles Robert Eggers, contemplado com ‘Melhor Direção’ por um filme exibido em competição, “The Witch”, que traz assinatura da produtora brasileira RT Features, de Rodrigo Teixeira. O trofeu é no mínimo curioso numa época em que os gêneros terror e suspense, essencialmente comerciais, tentam se consolidar na cinematografia nacional em produções como “Quando eu era vivo” e “Isolados”.
“The Witch”: bruxa está à solta no longa estadounidense com maozinha brasileira (Fotos: Divulgação)
“The Witch” foi inteiramente produzido em parceria entre a RT Features e a Parts and Labour, e sobre o diretor premiado pelo filme, Rodrigo Teixeira é categórico: “Eggers é muito talentoso, um nome para se prestar atenção. Esse prêmio foi merecido e com certeza ainda vem muita coisa boa feita por ele. Estamos muito felizes”. Para ele, “Um filme de horror pode ser muito autoral, motivo pelo qual o Eggers acabou arrebatando a estatueta de ‘Melhor Direção’. Ele é de fato um autor”.
A crítica norte-americana acolheu bem “The Witch”. Para o TimeOut, “é um dos filmes de terror mais perturbadores da atualidade”. The Collider considerou a produção “terrível e profundamente inquietante”. The Guardian chamou o longa de “absolutamente perfeito e com final surpreendente”. E a Vanity Fair destacou “The Witch” como realização “elegantemente filmada e com atuações brilhantes”. Futuro promissor.
Segundo Rodrigo Teixeira, que também produziu “Quando eu era vivo”, a realização conjunta entre EUA e Brasil representa o exato intercâmbio entre um filme americano e uma produção brasileira: “Creio que devemos e podemos fazer filmes de terror no Brasil. Possibilidades não faltam, e o know how aprendido na troca entre profissionais daqui e de lá em realizações como “The Witch” só corrobora isso”. E completa: “Tenho pleno interesse em continuar produzindo esse tipo de história e gostaria de incentivar outros realizadores a enveredar por esse caminho”.
Esta é a segunda incursão de Robert Eggers pela direção cinematográfica, depois de farta experiência como designer de produção, diretor de arte e figurinista para o cinema e TV. Além da direção, ele agora também assina o roteiro dessa produção estrelada por Anya Taylor-Joy, Ralph Ineson (da saga “Harry Potter” e com participação em “Guardiões da Galáxia”) e Kate Dickie (“Prometheus”) passada em 1630 na Nova Inglaterra. Na história, William e Katherine levam vida cristã exemplar com seus cinco filhos, vivendo no limite da civilização, mas quando o filho recém-nascido desaparece e a safra não vinga, a família não pode contar com nada mais do que si mesma. Para piorar, um mal sobrenatural está à espreita na floresta próxima. Quem viu disse que o longa causa calafrios.
Essa não foi a única produção da RT Features exibida nesta edição do Sundance: “Mistress America”, de Noah Baumbach – do aclamado “Frances Ha”, foi exibido fora da competição.
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