Silvia Pfeifer: na reprise de O Clone e no elenco de nova novela na Record, atriz faz doces e cai no golpe do Whats App


A atriz, que teve uma linda carreira de modelo internacional, está confirmada no elenco de Reis, trama bíblica que começa a ser rodada, na Record. Exemplo de elegância e muito discreta, Silvia não gosta de se expor nas redes sociais e ainda revela que caiu “em um golpe muito chato no WhatsApp, nunca tinha acontecido e fiquei enfurecida. Por isso falei, estamos vivendo um momento caótico, a pandemia acirrou tudo, esse momento político difícil”. Ela divide seu tempo com o trabalho de confeiteira no Atelier Pfeifer, que começou há um ano em parceria com a irmã e está repleta de encomendas para as festas de fim de ano. “Continuo me esforçando para continuar aí cada vez mais feliz pelas conquistas e experiências e chegar mais adiante com o coração pleno”, pontua

* Por Carlos Lima Costa

Mulheres sempre tiveram uma cobrança maior no que se refere à passagem do tempo, principalmente aquelas que trabalham com a imagem. É preciso ter um olhar de sabedoria em relação a esse e a tantos temas com os quais o ser humano costuma se questionar. Silvia Pfeifer, que teve uma carreira linda como modelo internacional, retorna à TV, na novela bíblica Reis, da Record, que estreia em 2022, mostra sapiência ao lidar com o assunto. “Sinceramente, após os 60 anos, comecei a me questionar um pouco sobre isso. Até então, não pensava. A idade não é só a cronológica, mas, principalmente, a que a gente se enxerga. Só tenho que agradecer de estar bem até aqui. Cada um de nós, independentemente de idade, mas, principalmente, próxima à minha, tem que buscar realmente o que dá prazer, o que preenche interiormente. Esse é o meu foco agora e momento de me olhar mais completa”, comenta ela que pode ser vista na reprise de O Clone.

Durante sua jornada como atriz, Silvia passou duas temporadas em Portugal. A primeira, em 2004, e, mais recentemente, em 2016/2017 esteve lá gravando Ouro Verde, premiada como Melhor Novela no Emmy Internacional. “Eu amo Portugal, tenho muitos amigos, minha experiência de trabalho foi linda. Gostaria de voltar a atuar lá, mas adoro o Brasil também e estar com minha família e receber afeto. Estamos vivendo realmente um momento caótico, preocupante, triste. Mas não quero esmorecer. Se cada cidadão puder fazer qualquer movimento, por menor que seja, a gente vai ter um país um pouco melhor. Agora, por exemplo, outro dia, caí em um golpe muito chato no WhatsApp, nunca tinha acontecido e fiquei enfurecida. Por isso falei, estamos vivendo um momento caótico e a pandemia acirrou instabilidades”, comenta.

Silvia Pfeifer representou muito bem o Brasil em uma trajetória profissional iniciada como modelo. Durante os anos 80, foi uma das principais brasileiras no mundo internacional da moda, desfilando para grifes como Christian Dior e Giorgio Armani enquanto morou em cidades como Paris, na França, e Milão, na Itália. “Tenho orgulho do que conquistei, aprendi muito. Não só o trabalho em si ali na hora de desfilar e fotografar, mas o que esse ofício demandou de mim, como sair do país, ficar longe de família, namorado, ir à Europa, me virar sozinha, correr atrás de trabalho, sentir frio, fome, ter que aprender uma língua, enfim, mil questões que provavelmente não teria vivido se eu tivesse ficado aqui. Tenho ótimas lembranças”, analisa.

“Não sou ligada a rede social. Sou um pouco low profile nesse sentido. É um perfil meu de querer falar e me expor menos”, assegura (Foto: Reprodução Instagram)

Silvia ainda não começou a gravar Reis, mas explica que o retorno vai ser com personagem diferente ao anterior, o que ela considera mais uma segunda grande oportunidade na Record. Mariinha, de Topíssima, foi uma ruptura na carreira de Silvia, cujo nome sempre foi associado à elegância e sofisticação e, consequentemente, as personagens giravam nesse universo. Silvia surgiu de maneira despojada, o que surpreendeu os fãs e a deixou radiante. “É isso que nós atores queremos, oportunidade de experimentar diferentes vidas. A Mariinha de Topíssima me trouxe um frio na barriga. Estava muito animada exatamente por essa oportunidade. Tive preocupação no figurino, em não me maquiar para as cenas, nem tirava as olheiras. A vida de qualquer pessoa tem que ser regida pelo afeto e pela ética, seja ele profissional, pessoal, amoroso. A Mariinha tinha essa nobreza. Em qualquer comunidade carente do mundo encontramos pessoas assim, sabe, elegantes no físico e com um interior bem mais nobre do que muita gente com dinheiro que vive em lugares privilegiados e com ótima formação”, ressalta.

Reis é o primeiro trabalho como atriz desde o início da pandemia. “A história é incrível e estou animada, porque vai ser minha primeira novela de época”, vibra a atriz. O folhetim segue o mesmo esquema de Gênesis. Com várias fases, vai mostrar a mudança da forma de governo de Israel, comandado por juízes e depois pela monarquia.

Silvia está feliz desse retorno ao batente, após o estressante período da pandemia. “Todo psicológico abalado, pessoas conhecidas não necessariamente que morreram, mas ficaram doentes, passaram por momentos difíceis. A minha mãe (Lucia), aos 88 anos, teve Covid, graças a Deus não precisou ir para o hospital. Meu filho e a namorada tiveram. Ficaram bem, mas aconteceu o susto, a preocupação, o estresse. Então, agora, estou superfeliz. Trabalhar é uma das melhores coisas da vida. Fiquei dois anos e três meses longe atuar. Acabei de gravar Topíssima no final de julho de 2019. Quando surgiu a pandemia, vinha tentando um projeto de teatro, que logicamente parou. Fiquei assustada e preocupada quando seria o retorno não só financeiramente, mas como saúde mental mesmo e o prazer de estar produtiva. Assim, fiquei feliz quando veio esse convite para uma trama de época, que eu nunca fiz”, frisa Silvia.

Em meio a pandemia que começou em março de 2020, ver o filho e a mãe com covid-19, ano passado, ela se separou de Nelson Chamma, com quem estava desde 1982. Todos os acontecimentos foram responsáveis por uma transformação nessa fase da maturidade. “Não costumo falar da minha vida privada. Mas como pessoa, acho que qualquer mudança que a gente tem na vida, nos faz crescer de alguma forma. Com certeza, estou aprendendo. Nos tornamos mais fortes em questões onde não éramos. Está tudo bem, graças a Deus, e espero que eu encontre uma felicidade plena. Foi tudo resolvido bem, estamos numa boa, então, está tudo certo”, comenta.

Em meio a pandemia também, cresceram o número de lives nas redes sociais, onde as pessoas estiveram mais presentes. Silvia não fez parte desse movimento. “Não faço lives, participei de lives de amigos, de pessoas que me pediram. Mas não sou ligada a rede social. Sou um pouco low profile nesse sentido. É um perfil meu de querer falar e me expor menos. Evito postar minha vida pessoal”, diz ela, cujo primeiro trabalho como atriz na TV foi a minissérie Boca do Lixo, em 1990.

“Eu adoraria ser avó, mas as coisas vem na hora que tem que vir e está tudo certo”, frisa Silvia (Foto: Divulgação)

Em meio ao caos da pandemia, em novembro do ano passado, Silvia começou uma nova empreitada, o Atelier Pfeifer, que não possui um espaço físico. O delivery é feito em parceria com a irmã Claudia Pfeifer. Elas recebem encomendas por WhatsApp e mandam entregar. “A pandemia exacerbou essa questão de eu ter que ir para a cozinha, porque nos primeiros meses fiquei fazendo tudo como quase todo mundo. Eu já presenteava os amigos com pratos, por exemplo, cheios de brownies. Quando comecei a ver que eu não trabalhava, tive a ideia de fazer algo para ocupar a minha cabeça, então, mandei mensagens para os amigos falando que se quisessem eu topava fazer. Começou a ter um pedido aqui, outro ali, que começaram a aumentar, peguei pedido de Natal, Réveillon. Por que não? A gente não nasce para ser uma coisa só na vida e você ter uma forma também de alguma entrada de dinheiro por menor que seja, é uma segurança. Não me sustento com o dinheiro que entrou. É um complemento e se for para aumentar as vendas, pode ser algo mais certo nesse sentido”, afirma.

“Em maio meu filho teve Covid e aconteceram coisas paralelas a isso, problema de casa para resolver, tive que quebrar parede, minha mãe teve agora recentemente duas vezes dando um susto na gente, no hospital. Graças a Deus, não foi nada demais, mas fiquei meio atrapalhada e em meio a isso fazendo prova de roupa e cabelo para a novela, e minha irmã, meu braço direito, teve tendinite, aí tive que desacelerar. E agora estou retomando. Colocamos no Instagram há uns dois meses, algumas pessoas pediram, e estou me preparando, esperando a resposta de uma pessoa para ajudar na leva de Natal”, conta.

Dentre as receitas, o brownie de chocolate, batizada como Brownie do Atelier é a mais antiga. Foi algo que a mãe encontrou na internet e ela deu uma modificada. Mas os carros chefe são o Bombom Funcional, receita de uma nutricionista, e o Gateau Chiquita (nome de prima de sua avó, que fez a receita como sendo bolo de casamento dos pais de Silvia, acrescentando, na ocasião, coberturas e camadas), que leva frutos secos, castanhas, nozes, amêndoas e é embebido em licor de chocolate, vinho do Porto e licor de laranja, o que da uma explosão de sabores. E confessa: “Amo os doces, principalmente os que eu faço. Mas não como quase nada de doces”, diverte-se Silvia.