“Quero Emmy, Hollywood!, diz Sol Menezzes, prestes a estrear em 190 países com a série “Irmandade”, da Netflix


Na história, a atriz interpreta uma jovem que descobre que está grávida, briga com seus pais e vai morar com o namorado. Para Sol, “Irmandade”, que tem como protagonistas Seu Jorge e Naruna Costa é um projeto que colocará o dedo na ferida de graves questões tipicamente brasileiras

Sol será Juliana em “Irmandade” (Foto: Naina Costa )

*Por Karina Kuperman

Guarde esse nome: Sol Menezzes. Ela promete chamar atenção com seu trabalho em “Irmandade”, série brasileira da Netflix, com direção de Paulo Morelli, e que estreia dia 25 contando a história dos irmãos Cristina e Edson, vividos por Naruna Costa e Seu Jorge, na Grande São Paulo de 1990. Atriz, modelo e produtora, Sol veio de uma família de artistas – ela é irmã de Sheron Menezzes, e Drayson Menezes – e começou a estudar teatro aos 8 anos. É uma das produtoras da ocupação teatral “Segunda Black” vencedora do Prêmio Shell na categoria inovação 2018 e foi indicada ao prêmio de melhor atriz revelação pelo espetáculo “Lívia”, no qual assinou texto, produção e atuação.

(Foto: Brunel Galhego)

Em “Irmandade“, Sol vive Juliana, a namorada de Marcel, interpretado por Wesley Guimarães. Na trama, a jovem fica grávida, briga com seus pais e vai morar com o namorado. Para Sol, “Irmandade” é um projeto que colocará o dedo na ferida de graves questões tipicamente brasileiras. Cristina, vivida por Naruna Costa, é uma advogada honesta e irmã de Edson, um presidiário e líder da facção criminosa ‘Irmandade’. Obrigada pela polícia, Cristina usa o vínculo familiar entre ela e o irmão que não o via há dois anos para ser informante. Entretanto, com o passar do tempo, ela acaba questionando seus próprios valores e as práticas da Justiça. Sol destaca a importância de se abordar o tema e, principalmente, de uma personagem negra tão complexa: “É uma série muito necessária, que aborda a questão carcerária do Brasil nos anos 90. Nossa protagonista é uma mulher negra, cabeça de uma família, que se vê em uma situação difícil. É uma mulher que estudou, é advogada e toda a história é vista sob sua ótica”, comenta Sol.

Sobre a representatividade, ela pondera: “Melhorou bastante, mas ainda estamos conquistando espaços. Hoje, se temos uma novela com dez protagonistas e, entre eles, dois negros, as pessoas já falam: ‘Nossa, muitos negros’. Ainda é pouco, mas já é muito importante. No audiovisual durante anos e anos, os negros também foram estigmatizados. Poucas vezes se aborda como aquela pessoa chegou ali, se ela sonha, quais os sonhos, o que deixou para trás, enfim… sentimentos mesmo”.

(Foto: Brunel Galhego)

Sol elogia muito a atuação de Naruna Costa: “Uma inspiração muito grande e foi muito importante para a minha trajetória profissional atuar ao lado dela e integrar o núcleo da advogada honesta que descobre, depois de duas décadas de separação, que seu irmão Edson (interpretado por Seu Jorge) está preso e lidera uma facção criminosa. A atriz gaúcha diz que o tema permeado pela série é de suma importância: “Vamos mostrar a podridão do sistema carcerário no Brasil, falar de uma mulher forte, inteligente e batalhadora que se coloca em segundo plano para carregar sua família nas costas”. E força de vontade e luta para realizar sonhos é com Sol mesmo. “Estar na Netflix é uma realização de vida. Vim para São Paulo focada no trabalho e me sinto agradecida por poder mostrar minha arte na Netflix, maior streaming do mundo e com uma série que será vista em 190 países. Uma pessoa do outro lado do mundo vai poder ver meu trabalho”, comemora. E ela sonha ainda mais alto. “Quero Emmy, Hollywood, Oscar, tapete vermelho”, confessa.

(Foto: Brunel Galhego)

No próximo ano, Sol estará na telona no longa-metragem “Vale Night”, direção de Luís Pinheiro, e já pensa em aprofundar os estudos na arte de atuação nos Estados Unidos. “Já falo bem o inglês e tenho muita vontade de estudar técnicas de atuação no exterior. E quem sabe com professores que formaram atores de Hollywood? Eu amo o meu Brasil, apesar de termos questões políticas muito complicadas, e através da arte podemos viabilizar transformações. Nós, enquanto artistas, temos o dever de refletir sobre nosso tempo, falar e agir para um futuro melhor”, afirma.