Letícia Colin sobre ser chamada de protagonista moral de Segundo Sol: “A novela é uma obra coletiva”


A atriz, em conversa com o site HT no Grande Prêmio Brasileiro de Cinema, refletiu sobre o futuro de sua personagem Rosa em Segundo Sol, cinema nacional e se deseja ser mãe no momento

Com 20 anos de carreira, Letícia Colin talvez viva um de seus momentos mais expressivos. Dando a vida à garota de programa Rosa em Segundo Sol, há quem acredite que a artista roubou o protagonismo da trama pra si com uma personagem tão ousada e cheia de camadas. Porém, Letícia, não enxerga dessa maneira: “A novela é feita de muitas pessoas maravilhosas, desde a que escreve até a pessoa que faz café, é uma obra coletiva. Eu fico feliz pelo reconhecimento, mas é uma caminhada”. A atriz também fala o que aprendeu com a produção de João Emanuel Carneiro, que já caminha para a fase final. “Vou levar a Bahia de um jeito dramatúrgico, os amigos dessa novela e a experiência de contar uma história sobre uma garota de programa livre que não tem preconceito com a profissão”, conta.

Letícia Colin na pele da personagem ambígua Rosa (Foto: Isabella Pinheiro/Divulgação/Gshow)

Rosa, está grávida no momento, e quando questionada se isso a instiga a querer ser mãe logo, ela nega. “Já fiz algumas vezes grávidas no teatro e uma vez antes na televisão. É sempre tocante lembrar disso e pensar ‘Nossa, tem essa potência toda aqui’, mas não para agora”, diz Letícia, que é casada com o artista Michel Melamed. Sobre os caminhos da personagem na trama, ela faz mistério: “A Rosa está mudando muito de temperamento, ela foi contaminada pelo mal da força, mas acho que tem salvação”. A atriz também falou o que deseja pro desfecho da personagem e se quer que ela termine com Ícaro (Chay Suede) ou Valentim (Danilo Mesquita). “Eu queria que ela fosse feliz, que ela ficasse bem com a família dela, até acho que poderia terminar sozinha. Ela precisa aprender muita coisa, que ela não é tão malandra assim, que não foi legal trair as pessoas que ela ama e confia”, conta.

Letícia Colin e Michel Melamed (Foto: Anderson Borde/AgNews)

Seu último papel no cinema foi a Lindalva em Entre Irmãs (2017) de Breno Silveira, uma mulher à frente do seu tempo nos anos 50 e que se encanta com Emília, personagem de Marjorie Estiano. “Ela dirigia, tinha uma sexualidade aberta. É muito comovente viver uma personagem assim, você entrar em contato com a liberdade desse jeito, essa alegria e vivacidade. A gente queria trazer esse sopro de vida, essa coisa livre, leve e solta”, expõe.

Marjorie Estiano e Letícia Colin na pele das personagens Emília e Lindalva em Entre Irmãs (Foto: Divulgação/Canal Brasil)

Letícia enfatiza que é necessário ter cada vez mais a presença da mulher em todas as áreas do cinema. “Acho que temos que ter essas personagens, e não só as atrizes fazendo essas histórias com uma dramaturgia feminina, mas diretoras, mulheres roteiristas, produtoras, distribuidoras, que isso seja semeado em todos os setores, eu sou a favor disso”, explica. Apaixonada por cinema, ela falou o que deseja como espectadora: “É preciso diversificar cada vez mais, fazer filmes de gêneros e que o público abra os corações para experimentar novos sabores”.