Sucesso em “Ele ainda está aqui”, Emílio Dantas fala sobre história de irmãos que se conhecem no velório do pai


Na peça, três irmãos – um brasileiro, um português e um angolano – se reunem para tratar assuntos de herança. Um de sete filhos do pai, Emílio diz: “Consigo entender a logística da situação”

*Por Karina Kuperman

Três irmãos, apenas um pai (que acaba de falecer) e a língua em comum. Essa é a história da peça “Ele ainda está aqui”, protagonizada por Emílio Dantas ao lado de Thelmo Fernandes e Omar Menezes. O espetáculo, que abre a décima edição do Circuito Banestes de Teatro, em Vitória, no próximo dia 13, promete emocionar e fazer rir o público com a história de um irmão brasileiro, um português e outro angolano, que se conhecem no velório do pai, um rico empresário que, apesar de ter conquistado tudo, foi ausente na criação dos filhos. A peça traça o paralelo de três vidas completamente distintas, que se cruzam para discutir seus respectivos futuros a partir do que lhes resta no presente: uma herança.

“Esses três irmãos têm nacionalidades diferentes e se conhecem no velório do pai, depois se encontram no dia seguinte para tratar da divisão da herança. Aí começa a questão cultural, afetiva, as novas famílias, o que virou essa galera que procurou o próprio caminho, se divorciou…. falamos de afeto, da figura paterna. Além disso, abordamos também a questão cultural, por conta da nacionalidade desses personagens. Isso já está presente na construção. É uma diferenciação e brincamos com expressões também”, conta Emílio, em entrevista exclusiva.

Emílio Dantas vive o brasileiro José (Foto: Elisa Mendes)

O único elo entre essas três pessoas é o mesmo pai, ou melhor, a mesma herança. Um dia após o enterro, José, o personagem de Emílio Dantas, marca um jantar para os irmãos se conhecerem e tentar resolver a divisão da herança de forma amigável. “O José está sempre atrás do ‘jeitinho brasileiro’, sempre toca nesse assunto de burlar a parte burocrática, acha que a divisão tem que ser igual para os três, representa a pressa, a correria, é um empresário de lojas de varejo, que acaba de ir à falência com seus negócios”, adianta.

Os três irmãos (Foto: Elisa Mendes)

O português Miguel é um economista que larga tudo em seu país no intuito de vir para o Brasil assumir as empresas do pai. Já Francisco, angolano, é um homem que sofre de uma doença psíquica, e se mostra como a base deste triângulo. Doce, inteligente, observador e com uma visão de mundo muito mais profunda que os irmãos, Francisco não está ali pela saga da herança, ele faz com que os irmãos olhem de frente para as coisas mais importantes a serem discutidas e refletidas. “O Miguel é o que teve menos contato com esse pai, acha que tem que ser ressarcido de alguma maneira dessa falta. Representa o afetivo estragado. E o Francisco é autista, não se sabe muito o que se passa na cabeça dele, mas representa a pureza dessa história”, analisa Emílio, que é um de sete irmãos de quatro casamentos do pai. “Consigo entender mais ou menos a logística do problema que eles passam ali. Mas o que mais me interessou nessa peça vai além da história. Na verdade, eu já tinha topado antes mesmo de conhecer a trama, por conta desse intercâmbio da língua, que me interessou muito”, revela.

(Foto: Elisa Mendes)

De fato: o espetáculo acaba de chegar da Angola, onde foi apresentado por dois finais de semana, já passou por São Paulo, Fortaleza, Salvador, Porto Alegre, Recife, Brasília, Curitiba e outros e, em maio, aterrissa em Portugal. “Na Angola nós fizemos sessões extras para quem não tinha condições de pagar, tivemos um bate-papo com estudantes de arte, tanto de faculdades pagas quanto de projetos sociais”, conta.

Emílio, que estourou dando vida ao Cazuza no teatro, revela que essa é sua primeira peça “convencional”.”Eu falei para as pessoas que é a minha primeira peça que não é musical, até então eu só tinha feito musicais no teatro. Essa é a primeira vez que eu piso no palco sem precisar cantar. Estou adorando. Primeiro que não tem três horas de duração, está sendo ótimo, eu entro no palco e saio disposto a fazer mais três”, diz.

(Foto: Elisa Mendes)

Na internet, surgiram boatos de que o ator já estaria escalado para uma próxima novela. Será, então, que Emílio não vai tirar férias? “É algo que eu não sei. Informações que estão saindo na internet, eu acompanho como vocês também. Por enquanto, estou focado na peça mesmo”.

Falando em internet, o que, afinal, aconteceu no Instagram de Emílio? Vale relembrar: o ator deletou todas as suas fotos e fez postagens enigmáticas que despertaram a curiosidade de fãs e da mídia. Ele explica: “É arte. O Instagram é uma ferramenta que serve como forma de se expressar. O mais louco é as pessoas ficarem tão assustadas como se isso fizesse parte da minha saúde, da minha vida. É uma brincadeira, tenho uma conta que é minha, e resolvi brincar”, concluiu.

SERVIÇO
Abertura do Circuito Banestes de Teatro- Ano X
ELE AINDA ESTÁ AQUI – Com Emílio Dantas.
Data: 13 e 14 de abril
Horários: Sábado as 20h e domingo as 18h

Teatro Universitário- UFES
Av. Fernando Ferrari, 514, Campus Universitário, Goiabeiras, Vitória ES

Valores:
Setor A  R$ 80 (inteira) e R$ 40, 00 (meia)
Setor B R$ 70  (inteira) e  R$35, (meia)
Mezanino  R$50  (inteira) e R$ 25 (meia)

Interprete de libras na sessão de domingo, às 18 horas.
Classificação: 12 anos
Duração: 70 minutos
Clientes Banestes e Banescard tem 50% de desconto em cima do valor da inteira.

Vendas: Bilheteria do Teatro ( de 15 as 20h) ou no site tudus.com.br