No palco, a guitarra de Davi Moraes em sinergia com a Nova Orquestra e “As quatro estações”, de Vivaldi


Sobre a apresentação hoje, quarta-feira, dia 11, no Teatro Riachuelo, o músico comenta: “Todo encontro musical que o tira da sua zona de conforto se torna muito interessante e enriquecedor. Eu que me considero autodidata, fico honrado e feliz com a possibilidade de dialogar com grandes músicos de formação clássica. A música tem esse poder de aproximação”

*Por Domênica Soares

O ano de 2019 foi de muitas realizações e projetos. E para festejar a Nova Orquestra se une ao músico Davi Moraes e à violinista Priscila Rato em um show de tirar o fôlego. O espetáculo “As Quatro Estações”, de Vivaldi, chega aos palcos no Teatro Riachuelo, hoje, dia 11, com o objetivo de comemorar esse finalzinho de primavera e o verão que vem por aí. Tudo conversa com uma proposta moderna que trará o som da guitarra como elemento contemporâneo para uma das obras barrocas mais reverenciadas. “Todo encontro musical que o tira da sua zona de conforto se torna muito interessante e enriquecedor. Eu que me considero autodidata, fico honrado e feliz com a possibilidade de dialogar com grandes músicos de formação clássica. A música tem esse poder de aproximação”, frisa Davi Moraes. Em entrevista exclusiva ao site Heloisa Tolipan, o músico conta também que essa união é bastante desafiadora visto que a orquestra possui dinâmicas e sutilezas específicas: “É bom para exercitar a concentração. Essa experiência é bem diferente dos processos de bandas com formações com os quais estou mais acostumado a trabalhar”. 

Convite da apresentação “Quatro Estações”

O músico integrou grandes projetos no ano de 2019. Entre eles, o musical “Novos Baianos“, no qual assinou a direção musical ao lado de Pedro Baby; presença em festivais, como DMX 2019, no Rio de Janeiro, Festival Gastronômico CataGuavira, em Mato Grosso do Sul. Além de grandes participações, principalmente ao lado de seu pai, Moraes Moreira, ex-integrante do grupo Novos Baianos. O artista comenta também que seu mais recente disco, “Tá Em Casa”, foi uma conquista em sua caminhada. “No meio disso tudo ainda gravei uma nova temporada do programa ‘Som e Areia’, no Multishow, com convidados espetaculares e, em paralelo, comecei minha nova produção musical do próximo disco”, comenta o artista em 2020, além do EP, realizará um documentário sobre música.

Davi Moraes fala sobre carreira e planos para 2020 (Foto: Luiz Tripolli)

Davi Moraes tem a música correndo em suas veias desde que nasceu. Começou sua carreira solo no ano de 2002 e já dividiu o palco com personalidades do universo da música, como Marisa Monte, Caetano Veloso e Carlinhos Brown. O primeiro disco do músico foi lançado no ano de 2004, “Papo Macaco”, seguido por “Orixá Mutante”, ambos pela Universal Music. Posteriormente, em 2005, uniu-se à cantora Preta Gil e Lan Lan no projeto “Tresloucados” e, em 2006, se dedicou, ao lado de Caetano Veloso, à direção da trilha sonora do filme “Ó, Paí Ó”. Dois anos mais tarde, estreou a parceria com Donatinho, realizando shows-bailes e passou a fazer parte da banda de Vanessa da Mata. E claro, não poderia faltar uma união exclusiva com seu pai Moraes Moreira: o álbum “Nossa Parceria”, que marcou a história da família. 

Nova Orquestra faz última apresentação do ano no Teatro Riachuelo (Foto: Leonardo Braga)

Vivendo de música profissionalmente há 17 anos, ele explica que sabe bem das dores e delícias dessa caminhada artística pelas quais muitos passam ou ainda vão passar. ”Às vezes me preocupo de ‘livrar’ minha filha desse caminho, mas logo penso: que moral dizer isso, se eu não quero outra vida! Acredito que todos nós temos uma missão a cumprir, a minha é a música! E é ela que alimenta minha fé”, afirma. O guitarrista divide que acredita que a maior conquista de um músico se dá no momento em que ele encontra sua identidade e explica que fica extremamente feliz em ter feito essa construção de tempos em tempos. “Essa ideia foi a mais valiosa que aprendi com meus mestres. Assim como acredito que o que possuo de mais valioso é o retorno e reconhecimento do público diante do meu trabalho”.