#MeuAmigoSecreto Mulheres usam hashtag para denunciarem nas redes sociais casos do clássico machismo “velado” (ou nem tanto)


No Facebook e no Twitter, a tag entrou para um dos assuntos mais comentados dessa terça-feira (24), quando foi utilizada para descrever episódios em que os homens “até” apoiam a luta feminista em teoria, mas nas prática agem de outra forma

Depois da hashtag #PrimeiroAssédio, a luta do feminismo voltou a tomar voz nas redes sociais durante esta terça-feira através da #MeuAmigoSecreto. Aproveitando a chegada do Natal, a frase normalmente utilizada para a entrega dos presentes está sendo usada para dar voz àquelas que querem relatar algum episódio de machismo, no qual o homem protagonista “até” se diz defensor da causa, mas apenas quando a luta das mulheres não interfere em seus interesses pessoais.

feminismo

“#MeuAmigoSecreto não é machista, mas odeia quando a mulher ganha mais”, diz uma das postagens no Facebook. No Twitter, um usuária escreveu: “#MeuAmigoSecreto acha que as mulheres deveriam usar roupas menos curtas e que estão pedindo para serem assediadas quando usam roupas curtas”. Os relatos continuam, sempre evidenciando aquele “amigo” que se diz a favor da luta feminista, e por isso acredita estar no direito de ditar as regras da militância.

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Em tempos quando projetos como aqueles apresentados por Eduardo Cunha sobre o atendimento às vítimas de estupro e uma criminalização ainda maior do aborto é sequer cogitado, parece que ainda veremos muitas outras hashtags pipocaram pelo universo online nas próximas semanas.

E, para a galera que reclama “desse tal de feminismo”, os dados oficiais divulgados pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM – PR) evidenciam a importância de mudar a forma como a mulher é vista e tratada na sociedade contemporânea: em 2014, foram registradas 52.957 denúncias de violência contra mulheres, enquanto, no ano anterior, foram feitas 50.320 ocorrências de estupro pelo Ministério da Saúde.