Lustres e coroas de cristal. Depois de temporada de sucesso em São Paulo, “Cinderella – o musical” chega aos palcos cariocas. Vem saber!


Renata Borges, realizadora e diretora executiva do espetáculo, explicou que a versão de Rodgers & Hammerstein’s é diferente do clássico da Disney: “É uma história com humor, com a sacada de que ela não queria mais casar com o príncipe e ser só rainha, então ela ajuda, salva o príncipe, não é só casar e fazer parte da família real. A Cinderella da trama é politizada, ativa, feminista, que dialoga com o momento que vivemos hoje, mas não deixa de falar sobre o amor, sobre o cavalo branco”

O universo mágico no Teatro Bradesco, na Barra da Tijuca, já adiantava: um conto de fadas estava para acontecer. Entre lustres, peças em cristal, espelhos e taças de champagne, os convidados da pré-estreia carioca de “Cinderella – o musical” sentiram-se verdadeiramente dentro de um baile. Mas, ao contrário do que se pensa, a peça não é como o clássico da Disney. Sob direção cuidadosa de Charles Möeller e Claudio Botelho, o espetáculo não é uma cópia exata da história da Disney e, ao invés das músicas originais do filme dos anos 50, conta a história a partir das canções de Rodgers & Hammerstein’s, dois grandes compositores da Broadway e aterrissou no Brasil pelas mãos da Fábula Entretenimento. “Eu assisti ‘Cinderella’ de Rodgers & Hammerstein’s na Broadway há três anos. Ela faz parte do universo de qualquer mulher, mas essa história, em especial, me encantou por ser uma adaptação com letra e texto dos meus autores e letristas preferidos, que revolucionaram a Broadway, na chamada ‘era de ouro’”, destacou Renata Borges, realizadora e diretora executiva do musical.

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Bianca Tadini e Bruno Narchi são a Cinderella e o príncipe (Foto: George Magaraia – Miguel Sá Fotos)

E a história da gata borralheira que se casa com o príncipe tem muito mais de vida real do que se pode imaginar. ”Cinderella’ de Rodgers & Hammerstein’s não é infantil. Ela é politizada, ativa, feminista, que dialoga com o momento que vivemos hoje, mas não deixa de falar sobre o amor, sobre o cavalo branco que chega – afinal, toda menina sonha com isso, com o amor verdadeiro -, mas não existe a perfeição, temos que aceitar o ser humano com erros e defeitos, como somos. Essa Cinderella fala sobre o sistema de um reinado corrupto que não olha para o seu próprio povo, passamos isso atualmente”, explicou Renata, que foi além: “A própria fada madrinha. Ela existe em todas as profissões: é quem acredita em você, te dá uma oportunidade. Acho que precisamos disso, alguém que dê oportunidade aos outros”, destacou.

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A pré-estreia lotou o Teatro Bradesco nessa segunda-feira, 27 (Foto: George Magaraia – Miguel Sá Fotos)

Apesar dos temas sérios, a história tem humor e, claro, muito amor. Não à toa, foi o programa mais assistido da televisão mundial, transmitido ao vivo pela CBS em 31 de março de 1957. “Essa peça é um conto de fadas mas é atual. Todos os contos de fadas, analisados pela psicologia, falam sobre o atual e a Cinderella foi base para a maior parte dos musicais da Broadway. Ela mexe com a magia, o deslumbramento, é bom em termos de raça, aceitação, fala de bondade, de tolerância… quando você entra nesse conto de fadas não quer sair”, declarou. De fato. E os motivos são óbvios, mas vão além: “A composição do espetáculo é densa. Só a orquestra tem 17 músicos, harpa. Você escuta e sai com a música na cabeça”, contou.

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Vale destacar que a montagem chega aos palcos do Rio de Janeiro após uma temporada de sucesso em São Paulo. “Tivemos a maior bilheteria de 2016 e, no pouco tempo, batemos inclusive ‘Wicked’. Eles vão ficar um ano em cartaz, eu fiquei 3 meses. Só tenho que agradecer muito ao público de São Paulo, ao meu elenco fabuloso, o Charles e o Claudio que foram pessoas que entenderam o que eu queria para o espetáculo”, ressaltou Renata. Falando em elenco, Totia Meirelles, que entrou com a tarefa de substituir Cássia Kis no papel de madrasta má há 45 dias da estreia, foi destaque na conversa: “A entrada da Totia foi maravilhosa, ela abraçou completamente a história”, elogiou. Como não? Nós, de HT, saímos encantados.

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