“Experiência Yellow”! Ciro Acioli mostra sua paixão pelos Beatles em musical inspirado em clássicos da banda: “Uma história que fala do primeiro amor”


O público vai poder conferir 11 versões de clássicos da banda em versões em português como a própria “Yellow Submarine” acompanhadas de videocriações que proporcionam o ambiente para embarcar na fantástica experiência do personagem Paulo

Imagine só a confusão que pode se transformar a vida de um adolescente no momento em os Beatles invadem o seu quarto? Pois bem, é com essa divertida premissa que a peça “Experiência Yellow”, dirigida por Karen Acioly, promete embalar os espectadores que marcarem presença no Teatro Oi Futuro Ipanema, nos próximos dois fins de semana. Na trama voltada para o público infanto-juvenil, o beatlemaníaco Paulo, vivido por Ciro Acioli – que também assina a autoria da peça ao lado de Karen – , passa por uma típica crise existencial, no momento em que é surpreendido pela presença de ninguém menos que Ringo Starr, George Harrison e John Lennon em momento de reclusão. Rebelde e apaixonado, o personagem decide então embarcar em uma emocionante e musical aventura pelas margens do Rio São Francisco com os músicos de Liverpool. Em um bate-papo exclusivo com o HT, o ator falou que mais do que uma homenagem ao grupo de rock que mudou a cenário musical dos anos 60, a peça é um verdadeiro convite ao amor.

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Ciro Acioli, Pedro Sol Blanco, Edgar Araújo e Victor Ribeiro e Julia Gorman (Foto: Andrea Nestrea)

“Espero, antes de qualquer coisa, que o público reaja à história que nós iremos contar, a história do adolescente Paulo. Uma história que fala de Beatles, mas também de Brasil, de imaginário juvenil e de amor – do primeiro amor. Um dos pontos principais do nosso espetáculo é esse, justamente: que seja delicioso para um beatlemaníaco de carteirinha, mas não menos cativante para quem não é. Que fale para as crianças, sem subestimá-las, da mesma forma que divirta os adultos. Que faça relembrar os momentos que uma música dos Beatles traz para quem conhece a banda, e que desperte genuíno interesse em quem ainda não a conhece”, comentou Ciro, revelando que o espetáculo pretende agradar a públicos de todas as idades.

Apaixonado pelo grupo inglês, o ator e autor acredita que, com as novas tecnologias, tem facilitado o acesso a materiais de todo o tipo de artista. E, como um bom fã, espera que o público saia cativado pela história musical. “É claro, o amor que o Paulo, nosso personagem central, sente pelos Beatles está presente o tempo todo no espetáculo. Espero também, portanto, que os jovens que não conheçam os Beatles desenvolvam, movidos pela força da nossa história, interesse por eles; que possam correr atrás de mais informações sobre a banda – para um adolescente, com as ferramentas de hoje em dia, é mais do que prático baixar a discografia inteira dos rapazes de Liverpool assim que a cortina da peça se feche, e daí ser influenciado para sempre”, acrescentou.

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O musical, no entanto, começou a ser montado em 2014, durante o Festival Internacional Intercâmbio de Linguagem, com uma residência artística e, depois de dois anos de pesquisas, imersão e muitos ensaios, estreia no Rio. Agora, os motivos que levam Paulo a se isolar em seu “Submarino Amarelo”, nome que dá ao seu quarto, é a paixão secreta que sente por Nina (Julia Gorman). Sem saber o que fazer com tanta angústia, o jovem decide embarcar em uma aventura em seu “Yellow Submarine” imaginário, rumo a uma viagem inesquecível pelo Rio São Francisco, onde vão viver uma experiência transformadora, a batizada “Experiência Yellow”.

“Uma das delícias desse trabalho é brincar com essas reações dos Beatles, que, assim como Paulo, estão descobrindo um novo lugar, um novo tempo e um novo amigo. O Brasil é um país riquíssimo para qualquer ser humano com alma sensível e curiosa. Os quatro Beatles, é claro, se encaixam perfeitamente nesse perfil. A ideia de levá-los a uma viagem pelo São Francisco, eu diria, surgiu de imediato, assim que pensamos em trabalhar com uma viagem lúdica envolvendo a banda. Resolvemos criar misturas; uma vez que estamos apresentando Beatles para parte do público brasileiro, pensamos em como seria apresentar o Brasil para os Beatles. É uma viagem lúdica, cheia de perigos, mas recheada de belezas e contradições do nosso país. Penso que, se tivessem tido uma imersão em solo brasileiro, os Beatles teriam tido uma fortíssima inspiração”, disse o ator.

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O público vai poder conferir 11 versões de clássicos da banda em português, como a própria “Yellow Submarine”, acompanhadas de videocriações que criam o ambiente para embarcar na fantástica experiência de Paulo. Respeitando a fonética das canções, será muito difícil do público, que já conhece a discografia dos caras, não se identificar e embarcar nesta aventura. “O trabalho das versões, que parte do encontro com a fonética das letras em inglês, e que preza por melodias tão próximas das originais quanto possível, faz com que o espectador tenha uma sensação familiar e ao mesmo tempo completamente nova ao escutá-las. Às vezes temos uma concordância de semântica, outras vezes temos algo bem diferente, gerando cenas inesperadas. A clássica ‘Eleanor Rigby’, por exemplo, se torna ‘Ela Me Inibe’. Dizemos também que as versões da peça são traduções ‘em brasileiro’ de músicas dos Beatles. Justamente por elas trazerem elementos da nossa cultura, do nosso imaginário, o que dá a elas todo um novo sabor”, adiantou.

Assim como seu personagem na trama, Ciro Acioli também acredita que a música pode ser um poderoso veneno antimonotonia na vida de qualquer pessoa. Se na trama Paulo utiliza do poder das canções para sair da crise e tomar coragem para entender o amor que sente por Nina, o nosso ator em questão não vive sem entoar boas notas em sua vida. “A minha vida, por exemplo, gira em torno de música. Foi o que escolhi pra mim, e não foi à toa. Assim como acontece com Paulo, o nosso adolescente-beatlemaníaco-inventor-construtor-poeta-apaixonado-sonhador… E músico. Em meio aos anseios da adolescência, a dificuldade em falar o que se deseja, como se deseja e para quem se deseja, Paulo é “salvo” pelos Beatles, seus heróis. Eles o ajudam a ir atrás de Nina, sua grande musa. E, na verdade, eles o ajudam a descobrir a si mesmo. Isso é emblemático: o que faz Paulo conseguir vencer as suas próprias barreiras é a pulsão da música, pois é nela que Paulo encontra a sua pulsão da vida. Assume quem é, tem vontade de sair do quarto para ir atrás do seu amor e de se descobrir no mundo de fora. Naturalmente, não estamos falando apenas de ficção. Que toda a sorte de música possa adentrar a vida dos nossos jovens, pois ela possui verdadeiramente o poder da transformação”, frisou o ator.

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Agora, fã de carteirinha do Beatles, Ciro não consegue nem imaginar ao certo o que faria se em uma tarde monótona de domingo, por exemplo, o quarteto mais famoso de Liverpool adentrasse seu quarto. Para o ator, o acontecimento seria único e muito bem aproveitado por ele. “Eu viveria cada minuto, cada segundo – ou cada “átimo de segundo”, que é como na peça chamamos “o tempo de um instante”. Cada fase, cada transformação que os Beatles passaram. Eu iria querer assimilar tudo. Eles são meus ídolos de infância, assim como são os heróis do Paulo. É trocar com toda essa pluralidade, experimentar junto e sair do encontro mais feliz do que antes. Isso é o que eu faria, e é o que o Paulo faz”, destacou ele, convidando o público do HT para não perder a peça que segue em seus dois últimos fins de semana de apresentações. “Os Beatles já invadem o meu quarto! Todos os sábados e domingos, às 16h, no Teatro Oi Futuro Ipanema”, completou.

Ficha Técnica
Auttores: Karen Acioly e Ciro Acioli
Direção: Karen Acioly
Elenco: Ciro Acioli, Julia Gorman, Pedro Sol Blanco, Edgar Araújo e Victor Ribeiro

Serviço:
Onde: Teatro Oi Futuro Ipanema
Quando: Até 18 de dezembro, aos sábados e domingos, 16h | Teatro
Quanto: Entrada: R$ 20,00