Em editorial exclusivo no Teatro Bradesco, Mônica Martelli destaca importância do teatro em sua vida, se declara feminista e dispara: “Não fico embaixo da asa de homem”


Sucesso com as peças “Os Homens São de Marte e é Pra Lá Que Eu Vou” e “Minha Vida em Marte”, a atriz comemorou as boas experiências nos palcos, mesmo em tempos de crise. No Rio, ela fica em cartaz até fevereiro e depois viaja para São Paulo com a segunda parte da história de sua personagem autoral, Fernanda. “É muito difícil para mim ver todos os meus colegas sem conseguir pagar o mínimo do teatro e com pouco público”

Camisa Levi’s | Calça Shoulder (Foto: Alex Santana)

Teatro. Presente na sociedade desde a Grécia Antiga, é a arte que significa contemplar. É o local em que é permitido sonhar sem dormir e viajar sem sair da cadeira. É a arte que fora questionada quando as novas tecnologias chegaram, mas sobreviveu a todas elas. E é também o lugar que mudou a vida de Mônica Martelli. Foi no teatro que a atriz ganhou nome, reconhecimento e visibilidade como profissional. E foi lá que ela posou para o novo editorial exclusivo do site HT. No Teatro Bradesco, no Village Mall, Mônica não interpretou personagens, apenas mostrou a origem da mulher poderosa que ela defende no palco – de uma personalidade que não aceita abuso e que tem o comportamento feminista como norte. Não por acaso, foi assim, em cima de sua história e amparada pela própria essência, que Mônica e Fernanda – personagem de “Os Homens São de Marte e É Pra Lá que eu Vou” e “Minha Vida em Marte” – se tornaram uma. Uma potência.

Em cartaz no Teatro das Artes, no Shopping da Gávea, até fevereiro de 2018 com “Minha Vida em Marte”, Mônica Martelli se declarou ao teatro, comentou o comportamento feminista da personagem autoral, os avanços e regressos do mundo moderno e os trabalhos na televisão e cinema. Para o HT, Mônica posou para as lentes de Alex Santana, com stylling de Anderson Vescah e beleza de Nathalie Billio. O resultado é a mistura de força e sensibilidade que guiam os 49 anos de aprendizado da atriz. Vem que está demais!

Camisa Levi’s | Calça Shoulder (Foto: Alex Santana)

“O teatro representa tudo na minha carreira. Foi lá que eu tive o meu reconhecimento profissional, ganhei dinheiro e conquistei uma vida nova”. Este foi o sentimento de Mônica Martelli quando, após a sessão de fotos no Teatro Bradesco, carimbou mais uma passagem pelo palco. Desta vez, a missão não fora como Fernanda, sua personagem de sucesso nas peças “Os Homens São de Marte” e “Minha Vida em Marte”. Era a Mônica em um cenário que sempre lhe atraiu. “Eu desde pequena tive vontade, mas tinha vergonha de falar. Na minha família, a carreira acadêmica sempre foi a mais admirada. Eu sou de uma geração em que as pessoas só faziam Engenharia, Medicina, Direito, Administração e os mais doidinhos, Jornalismo. Então, fazer teatro para mim e para a minha família era algo completamente longe da realidade”, contou a atriz que, por isso, foi cursar Jornalismo.

No entanto, entre um lead e sublead, o destino se meteu no meio da atriz e abriu um caminho sem volta. “Quando eu vi a plaquinha da aula de teatro e entrei para fazer, acabou. Eu me encontrei ali. Para mim, nós só somos bons naquilo que temos interesse. E foi isso o que aconteceu quando eu tive a primeira aula. Por isso que eu acredito que a educação no mundo e, futuramente no Brasil, vai mudar. Ninguém aprende na decoreba”, lembrou Mônica que, durante um tempo, conciliou o Jornalismo com as aulas na CAL (Casa das Artes de Laranjeiras) e, depois, acabou trancando a faculdade para se dedicar apenas ao teatro. “Eu devo ao teatro tudo o que eu tenho hoje na minha vida. Então, para mim, esta foi a estrada principal da minha vida”, disse a atriz – que voltou à faculdade para garantir o diploma acadêmico e acalmar o clima em casa.

Vestido Broke & Broke | Paletó Shoulder | Chapéu Obra Ipanema | Colar Atelier Chilaze | Sandália Ferni (Foto: Alex Santana)

Mas nem precisou. Mônica é da arte e isso não tinha chance de ser diferente. “Eu sempre inventei peças dentro de casa e organizei apresentações na escola. Mas era de um jeito escondido. Eu ficava trancada dentro do quarto criando e imitando o que eu via na televisão. Porém, não enxergava isso como carreira”, afirmou a atriz que, depois de quase 30 anos dedicados ao palco, hoje não se imagina em outra posição. Afinal, foi lá que ela viu sua vida se transformar. De uma ideia autoral inspirada em suas próprias experiências amorosas, nasceu o fenômeno “Os Homens São de Marte e é Pra Lá Que eu Vou”. Durante doze anos, Mônica Martelli rodou o Brasil contando sobre a vida da Fernanda, uma mulher solteira em busca de um amor para casar.

Hoje, a personagem vive uma nova saga. Em “Minha Vida em Marte”, Fernanda já encontrou seu par, mas não aceita mais a relação que anda fragilizada. “A peça começa com a personagem casada há oito anos, vivendo um momento de crise na relação e tentando sustentar o casamento. Mas, no final, nem tudo são flores. Então, a história é sobre uma mulher que está lutando para manter uma vida a dois”, contou a atriz que está em cartaz no Rio em uma realidade completamente diferente da atual situação da cultura carioca. A cada fim de semana, Mônica coleciona números incríveis de espectadores e vive um bom momento no teatro. Mais um! “Eu sou uma privilegiada. Nesse momento de tanta crise, eu preciso agradecer por ter minha peça sempre lotada. É muito difícil para mim ver todos os meus colegas sem conseguir pagar o mínimo do teatro e com pouco público. Até porque, além da questão financeira, as pessoas estão com medo de sair no Rio de Janeiro. Então, sem dúvidas, a minha situação hoje é uma benção. É como estar vivendo uma realidade completamente fora da curva”, comemorou.

Vestido Broke & Broke | Paletó Shoulder | Chapéu Obra Ipanema | Colar Atelier Chilaze | Sandália Ferni (Foto: Alex Santana)

Mesmo assim, Mônica não acredita que a arte que sobrevive desde a Grécia Antiga esteja ameaçada. Longe disso. Para a atriz, o teatro é eterno e não tem crise que fraqueje a arte de contemplar. “O teatro nunca vai terminar na vida. Não tem como acabar. Quando a televisão surgiu, acharam que as pessoas não iriam mais conversar. E não é o que acontece. Quando lançaram o Kindle, decretaram o fim dos livros. Mas nunca se vendeu tanta obra em papel quanto hoje em dia. Com o teatro não é diferente. Ele nunca vai acabar porque é ao vivo. A experiência que o teatro te proporciona é única e nunca mais vai se repetir, mesmo sendo o mesmo texto, o mesmo autor e no mesmo palco. Eu como artista não sou a mesma, as minhas energias mudam e a da plateia também”, analisou Mônica que foi além. “É um dos poucos momentos em que as pessoas vivem o presente e o agora. O ator e a plateia estão em volta de um mesmo fato e participando daquilo simultaneamente”, acrescentou.

Ciente disso, ela usa e abusa dos palcos. Assim como Mônica decretou que o teatro mudou a sua vida, “Os Homens São de Marte” fora este instrumento de transformação. “A peça mudou tudo. Principalmente a descoberta de que é possível a gente escrever sobre as nossas dores e transformar isso em arte. Essa peça me mostrou que eu posso falar sobre a minha verdade e atingir as pessoas como sendo a delas também”, disse a atriz que acredita que o enredo de suas peças seja universal. “Quando a gente fala de amor, medo, expectativa, encontros e desencontros, atingimos a todos. Não tem ninguém que seja protegido disso”, avaliou.

E desta combinação de texto para todos com a verdade dos argumentos como combustível, Mônica vem traçando a carreira amparada em seus dois sucessos. “O grande desafio do primeiro texto é que eu não sabia onde ia dar. Eu era uma pessoa totalmente desconhecida e estava estreando como escritora. No segundo, foi superar um sucesso de 12 anos. Foi um pânico”, confessou a atriz que tem como segundo nome o status de bem-resolvida. “A gente não casa para separar. O nosso sonho é ficar para sempre. Porém, o término de uma relação causa frustração e dor. Não é só porque o amor acabou. Quando o outro sai pela porta, vai também toda uma vida que você tinha sonhado com ele”, contou.

Vestino Morena Rosa | Joias Alessa | Sandália Ferni (Foto: Alex Santana)

Separada e mãe da pequena Julia, Mônica é daquelas que não vê o casamento como algo maior que as realizações e verdades pessoais. Nem a Fernanda, sua personagem. “Ela é libertadora e moderna por isso. Ela não mantém casamento falido, ao contrário do que a maioria das mulheres fazem porque, de fato, é muito difícil. A gente acaba relevando situação que não poderia ser assim. O tempo todo vemos mulheres suportando histórias por medo de ficar solteira aos 40 anos. Mas a Fernanda não tolera uma relação sem futuro ou abusiva. E por isso que ela é feminista e atual”, defendeu Mônica Martelli que acredita que isto não esteja ligado ao estado civil de ninguém. “Você ser feminista não significa estar solteira. Este conceito precisa ser uma postura diária na vida”, pontuou.

E ela não precisa nem comentar o quanto o movimento serve de guia para sua vida. “Eu sou completamente feminista. A minha mãe era assim e eu fui criada para ser assim. Já estou no meu terceiro casamento e no segundo namorado depois da separação. Eu não aguento relação abusiva e não fico embaixo da asa de homem”, afirmou Mônica que considera o casamento o encontro de um amor. “Eu nunca fui casada na minha vida em igreja e de véu e grinalda. Até acho bacana, porque quando você encontra o amor, precisa celebrar. Afinal, não estamos tropeçando a cada esquina. Mas eu morei dez anos com meu ex-marido e pai da minha filha. Para mim, isso é casamento”, disse.

Vestino Morena Rosa | Joias Alessa | Sandália Ferni (Foto: Alex Santana)

Afinal, como acredita a atriz, nos tempos modernos, casamento não é mais aquela história da época de nossos avós com o “felizes para sempre” como desfecho obrigatório. “Não interessa o formato do casamento. O papel ou a festa não vão mudar o dia-a-dia. Eu acredito que cada casal precisa achar a melhor forma de aquela relação dar certo. De repente, uns preferem morar no mesmo bairro e outros na mesma casa. Vai saber! Isso é de cada um”, comentou.

E tudo isso ganha graça com o talento de Mônica Martelli em suas duas histórias de sucesso. Depois do fenômeno de “Os Homens São de Marte” no teatro, a atriz já levou a história de Fernanda para o cinema – e se prepara para gravar a continuação em 2018 – e para a televisão. Na telinha, a história está na quarta temporada e é exibida – com recordes de audiência – no GNT. “Eu nunca poderia imaginar que a minha história fosse render tantas temporadas de série e ser o número um em dramaturgia do canal. Só que isso é porque tudo feito com verdade. Se eu não achar uma história crível, eu nem coloco. Porque, senão, não gera identificação nas pessoas”, contou a atriz que apontou que o sucesso do texto não está no número de piadas. “Na minha peça, as pessoas riem do começo ao fim e não tem nenhuma piada. O engraçado são as situações pelas quais a personagem passa”, garantiu.

Saia Broke & Broke | Paletó Agilitá | Colar Alessia Joalheria | Sandália Ateen (Foto: Alex Santana)

Desta forma, Mônica Martelli conquistou seu espaço na televisão de um jeito que lhe é próprio e totalmente diferente. Antes de atuar como a Fernanda do teatro em uma adaptação para a telinha, a atriz já havia feito alguns papeis. Mas, segundo ela, nada parecido com a força de sua própria história. “Na televisão, eu fiz várias participações antes de “Os Homens São de Marte”. Mas nenhuma me deu reconhecimento profissional e nem orgulho pessoal”, confessou a atriz que, entre estes trabalhos, incluiu a personagem da novela “Beleza Pura”. “Foi até legal porque eu fazia homem e mulher, mas não se compara ao prazer de um texto meu”, disse.

Porém, há cinco anos, não é apenas a Mônica atriz que temos acompanhado na televisão. Às quartas-feiras, a noite dela é tomada por debate e conhecimento no elenco do “Saia Justa”. Na atração do GNT, Mônica resgata o que aprendeu na faculdade de Jornalismo que, embora tenha sido superada pela de artes, não foi esquecida – jamais – pela comunicadora.  “Assim como “Os Homens São de Marte” foi determinante na minha vida, o “Saia Justa” também. Por causa do programa, eu tenho muito mais cultura porque sou obrigada a ler textos que não me interessariam e tenho curiosidade por outras questões que eu não sabia. Fora que o “Saia Justa” me mostrou que tenho mais conteúdo do que eu imaginava”, contou Mônica que destacou a visibilidade que vem conquistando na sociedade como mulher e como integrante do programa. “A mulher hoje tem uma voz e uma escuta que há alguns anos não existia. As mudanças estão acontecendo e eu estou no “Saia Justa” sentindo essa transformação. É claro que isso ainda é um processo e temos muito o que conquistar. Até porque, não existe chegar lá. Vou chegar aonde?”, questionou.

Neste processo, Mônica Martelli e suas companheiras de debate vêm colocando a mulher em uma nova posição. “É um programa de muita representatividade porque é feito por mulheres e aborda os nossos assuntos. Nós sempre precisamos disso porque somos minoria de voz. Então, tudo o que falamos lá influencia mulheres e sabemos disto. Nós somos formadoras de opinião”, reconheceu a atriz que, neste lugar, não escondeu a dificuldade de dividir o debate com outras três opiniões femininas. “Mulher é um bicho muito mais complicado e complexo. Por isso que nós rendemos tantas histórias. Nós temos hormônios e uma irregularidade emocional que é normal”, analisou.

Saia Broke & Broke | Paletó Agilitá | Colar Alessia Joalheria | Sandália Ateen (Foto: Alex Santana)

Talvez, seja também por isso que as histórias que acontecem nos bastidores do “Saia Justa” ganhem ainda mais repercussão na mídia. Do outro lado, o GNT possui o “Papo de Segunda”, a versão masculina da atração de Mônica Martelli, que tem homens debatendo o comportamento contemporâneo. “Outro ponto nesta comparação é que, na sociedade machista que vivemos, nós não estamos acostumados a ver homens falando de assuntos sensíveis como a relação em casa”, apontou a atriz que acredita que a atração masculina da emissora seja um instrumento de desconstrução da figura do homem na atual sociedade. “A gente não quer mais homem que mata búfalo com a faca. Nós queremos caras que sentem com a gente para conversar de sentimento”, opinou.

O fato é que, seja com os homens no “Papo de Segunda” ou com as mulheres no “Saia Justa”, estes programas do GNT trazem personalidades debatendo questões do dia-a-dia. E, naquele sofá, Mônica não se limita a ser a atriz de grande sucesso. Nas conversas, ela é também a cidadã de fora das telas e palcos. “Eu construí a minha carreira em cima da minha verdade. Tudo o que eu faço é em função da cidadã que eu sou. Da mesma maneira que eu sou no “Saia Justa”, também sou com amigos, família ou namorado. É tudo igual e não tem nada armado. E, talvez por isso, eu estou lá há cinco anos”, apontou.

Sobre ser esta mulher de personalidade forte, Mônica não escondeu a dificuldade de manter sua essência no cenário atual. “A gente vive em um país extremamente machista em que a mulher com mais de 40 anos é invisível. No Brasil, quem é separada é desvalorizada na sociedade. É claro que não podemos generalizar porque existem exceções, mas é raridade”, analisou a atriz que, apesar disto, enxerga um futuro de mudanças – e que já começou. “Eu acho que esse modelinho está caindo por terra. Hoje, nós temos muitas formas de amor, de manifestação e família. E, ainda bem, o mundo está em um caminho melhor e eu fico muito feliz em ver que a minha filha terá uma realidade diferente”, apontou.

Vestido Shoulder | Sandália Ferni | Joias Alessia Joalheria (Foto: Alex Santana)

Prova deste progresso, mas ainda sem muita ordem, é o debate sobre a palavra assédio. Há pouco tempo, o vocábulo mal fazia parte das conversas. Aliás, nem mesmo do entendimento das pessoas, como destacou Mônica Martelli. “Eu não sabia o que era isso. De verdade. Eu aprendi o que é assédio no meio de um programa do “Saia Justa” e percebi que já tinha sofrido muitas vezes”, contou a atriz que, depois que aprendeu, constatou o quanto a palavra é uma realidade disfarçada na vida da maioria das mulheres em nosso país. “As brasileiras são assediadas diariamente. Só que hoje as pessoas estão tendo a consciência do que é isso. Para mim, antes era natural e eu já passei por muitas situações. Mas sempre achamos que a culpa é da mulher”, disse.

Afinal, para ela, esta é uma consequência do pensamento de propriedade do homem que vem desde os tempos passados. “Os homens que fazem esses absurdos, assim como a maioria dos que compartilham opiniões como essas, acham que o mundo é deles. Quando um cara assovia para uma mulher no meio da rua, ele está querendo dizer que aquele espaço não pertence a ela. Isso é claro. Eles se acham os donos do mundo. Mas agora estamos mostrando que a rua também nos pertence”, comentou Mônica que busca ensinar sua sobre esses assuntos através de exemplos próprios. “Se a minha filha crescesse em uma casa em que a mãe sofre em uma relação abusiva com o pai e atura tudo para estar casada, ela não vai estar sendo apresentada ao feminismo. Eu duvido que a minha filha ature homem minimizando ela. Desde pequena ela vê a mãe dela trabalhando, casando, se separando, lendo, falando e fazendo. Educação não é através da fala, é exemplo”, defendeu.

Vestido Animale | Joias Alessia Joalheria | Sandália Ferni (Foto: Alex Santana)

E, por falar na pequena Julia, não é só de assunto sério que se baseia a educação de Mônica Martelli. Aliás, longe disso. Por mais que não tenha incentivado, ou pelo menos de forma direta, a filha da atriz já começa a seguir os passos da mãe. Recentemente, Julia, de oito anos, estreou a peça “A Fada Que Tinha Ideias” no Teatro das Artes. Sim, o mesmo em que Mônica está em cartaz e uma sessão antes dela. “A minha irmã (Susana Garcia) adaptou o livro “A Fada que Tinha Ideias” para o teatro e ela disse que queria fazer. E aí elas se acertaram sozinhas, não quis me meter. Eu fui a apenas um ensaio para não atrapalhar e porque eu queria que ela se descolasse um pouco de mim neste sentido profissional”, contou Mônica que, enquanto na infância não tinha referências de teatro em sua família, no caso de sua filha não se pode dizer o mesmo. “Eu nunca incentivei a Julia, mas ela está no palco comigo desde os seis meses de vida. Ela conhece todos os teatros desse país e sempre agradeceu no final das peças comigo. É uma vida já neste meio”, comentou.

Emocionada como mãe, realizada como artista e bem-resolvida como mulher, Mônica Martelli completou a entrevista voltando ao primeiro assunto: o teatro e a arte. Às vésperas de uma nova eleição carregada de simbolismos, a atriz defende a importância da arte como instrumento de educação dos jovens. “Não tem outra saída. Se a gente tiver um governo para apoiar a cultura e educação, tudo vai melhorar. Mas eles estão se lixando para a arte e acham que é coisa menor”, lamentou a atriz que, como consequência, apontou o recente caso na exposição do MASP, a “Queermuseu”. “Quando o Estado diz que uma exposição é para maiores de 18 anos, ele está legislando em cima da educação que eu quero dar para o meu filho. O Estatuto da Criança e do Adolescente diz que eu não posso deixar o menor vulnerável, sem escola, saúde etc. Mas, ficar preocupado que vai com o pai em exposição não existe. Imoral é criança na rua sem comer e com frio”, completou a atriz Mônica Martelli.

Agradecimentos:

Antonio Trigo

Teatro Bradesco Rio

Ana Paula Romeiro

Aninha Costa