Antes de improvisar em ringue no Teatro das Artes, Lucas Salles fala de Dilma, Mensalão e da crise do “CQC”: “as críticas vêm de todo lado”


Junto de Raphael Ghanem e Victor Lamoglia, o humorista está em cartaz com o espetáculo “Deu Branco – Cenas Improvisadas”. Em papo com HT, ainda falou que só Romário pode salvar o futebol da corrupção

(Foto: Divulgação)

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Lucas Salles é um dos homens de preto do “Custe o que Custar”, em um dos momentos mais críticos do programa. A bancada sofre com comentários e a audiência não é animadora. Mas na opinião do humorista, “o programa está tão bom quanto ano passado”, ao mesmo tempo em que “as críticas vêm de todo lado”. Lucas não comenta os números do Ibope, mas aponta que os dois anos como repórter o fizeram crescer. Aos 22 anos, ele diz fazer humor desde a maternidade – ao mesmo tempo que “não garante que tem graça”. “Já temos muitos problemas, contas para pagar e impostos para serem taxados. Se não formos bem humorados, ou se não tiver ninguém para fazer isso para a gente, nossa vida seria pior do que achamos que ela é”, justifica. O menino grande também dá expedientes entre coxias com o espetáculo “Deu Branco – Cenas Improvisadas”, agora no Rio de Janeiro, ao lado dos amigos Raphael Ghanem e Victor Lamoglia. Na produção, dentro de um ringue de UFC, eles duelam rounds de improviso com convidados aleatórios. Nessa entrevista com HT, ele sem dúvidas se aqueceu para logo mais fazer rir no Teatro Das Artes. Fizemos o ator falar sobre Dilma, Mensalão, FIFA e sobre ele mesmo. Nocaute na gente, já confessamos.

HT: Por que um ringue de UFC desta vez no espetáculo?

LS: Nessa nova temporada tivemos que nos reinventar. Pensamos em mudar o formato para algo que chamasse ainda mais a atenção do público. Como o UFC está em ascensão, nos inspiramos neste esporte para criarmos uma “batalha” em cena.

HT: Quem estão planejando trazer como convidados para essa temporada?

LS: Queremos trazer pessoas que conhecem o mundo do improviso e que ainda não tenham participado das nossas outras temporadas [essa é a quarta]. Para isso, contamos com a presença  do Daniel Nascimento [dos Barbixas], do Christian Figueiredo [Eu Fico Loko], do Marcelo Adnet – se ele puder repetir a dobradinha, é claro – e mais algumas pessoas que ainda não podemos revelar, infelizmente.

Raphael Ghanem, Victor Lamoglia e Lucas Salles

Raphael Ghanem, Victor Lamoglia e Lucas Salles (Foto: Divulgação)

HT: A atual temporada do “CQC” vem sofrendo algumas críticas, seja pelo elenco, seja pelos índices de audiência. Isso chega aos bastidores?

LS: As críticas vêm de todo lado. Super normal e necessário, na minha opinião. Já sobre os índices de audiência, eu não posso falar, pois isso foge do meu conhecimento. Mas, não. Não chega nenhum tipo de pressão, se é isso que você quer saber. Para nós, meros repórteres, não há do que reclamar. Todos da equipe nos tratam bem até demais. Desde o Sr. Max [porteiro] até o Sr. Max [um dos diretores do programa].

HT: Como você avalia a atual temporada, comparando com a anterior?

LS: Não gosto de avaliar, mas já que você pediu, farei. Pode ser sobre mim? Pois, sinceramente, acho que só tenho cacife para me avaliar. Fiz um ano de CQC esta semana e posso dizer, sem mais delongas, que o programa me fez homem. Sou o repórter mais novo desde todas as edições do programa e tudo que pude aprender no ano passado com os colegas estou usando agora. Mas não deixei de aprender não. Nesse ano, aprendo muito com o Rafael Cortez, com o Maurício Meirelles, com o Juliano Dip e com o Erick Krominsk. Na minha opinião, o programa está tão bom quanto ano passado.

O elenco da atual temporada do CWC

O elenco da atual temporada do “CQC” (Foto: Divulgação)

HT: Me fala algum programa de humor de qualidade que há na televisão brasileira?

LS: Eu admiro muito o trabalho do “Pânico”, do “The Noite”, do “Fantástico”, do “Programa Sílvio Santos” e do “Cassino Do Chacrinha”. Os últimos três não são, necessariamente, de humor. Mas, mesmo assim, admiro pra cacete!

HT: Vamos para situações-problema. Se você tivesse alguns minutos para falar ao telefone com Dilma, como seria essa conversa?

LS: Pediria, de coração, que ela não se esforçasse para “falar bonito”. Eu não quero ouvir da Dilma que a taxa de desemprego do país caiu. Isso a gente sabe. Eu quero ouvir se ela concorda com alguns fatos, como o que o Brasil sofre uma grande inflação, que os preços aumentam a cada três meses, que há falta de água em diversas cidades do país, sobre o Petrolão, sobre o nome de integrantes do PT na lista de beneficiados… Mas creio que, como muitas personalidades treinadas, ela mudaria de assunto com um “no que se refere”.

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(Crédito: Ana Andrade)

HT: E, num dia de visita aos detidos pelo Mensalão, você pode levar cinco itens para eles ao presídio. O que teria na sua sacola?

LS: Cinco filmes: “Todos Os Homens Do Presidente”, “O Senhor Dos Ladões”,“A Arte De Roubar”, “Thomas Crown, A Arte Do Crime” e “Treze Homens E Um Segredo”.

HT: Quem você colocaria na cela com José Maria Marin e Ricardo Teixeira?

LS: O Romário. Só pra ele poder dar um jeito nos dois.

HT: Você foi chamado para uma novela das nove, da Globo. E quem escolhe o elenco é você: quem seria a mocinha que você beijaria? E o vilão com quem você cairia na porrada?

LS: Escolheria a Chloe Grace Moretz para a mocinha e o Rodrigo Simas. Nada pessoal. Aliás, sou fã do trabalho dele. Queria ver ele interpretando um vilão.

Serviço

“Deu Branco – Cenas Improvisadas”  – Temporada até 28 de julho

Onde: Teatro Das Artes, Shopping Da Gávea, 2º Piso (Rua Marquês de São Vicente, 52 – Gávea, Rio de Janeiro – RJ, 22451-040)

Toda as terças-feiras, às 21h

Classificação: 14 anos.

Ingressos: R$ 70, 00 (inteira) e R$ 35,00 (meia)