SENAI CETIQT: Rio registra 62,3ºC de sensação térmica histórica e consultora revela tecidos ideais para o calorão

O município do Rio de Janeiro registrou, neste domingo, dia 17 de março, 62,3ºC de sensação térmica na estação de Guaratiba, às 9h55. Até o momento, esta é a marca histórica desde 2014, quando a Prefeitura começou a fazer as medições através do Sistema Alerta Rio. A sensação térmica é um índice de calor calculado a partir dos dados de temperatura e umidade relativa do ar. Quanto maior for a temperatura e a umidade, maior será a sensação térmica nesta região. Na Zona Sul da cidade, o Jardim Botânico bateu 57,7°C, às 9h45; na Zona Oeste, Barra/Riocentro, 52,0°C,  às 11h45. A Prefeitura do Rio também fez um alerta de que nesta  segunda-feira (18/03), será mais um dia de calor no município do Rio de Janeiro, com previsão de temperaturas máximas no entorno dos 39°C e sensações térmicas acima dos 50°C.

E mais: este foi último domingo do Verão. Mas, o Outono, a partir de 20 de março, sinaliza para os meteorologistas, que as temperaturas ainda vão demorar a cair e não devem chegar tão cedo aquele tempinho mais agradável uma vez que mesmo com a perda da força do El Niño, a atmosfera se manterá mais aquecida. Fui conferir e divido aqui com você, leitor (a), dicas importantíssimas fornecidas pelo SENAI CETIQT o que pode ser um norte de opções de tecidos e roupas para enfrentar dias de calor intenso, que ofereçam conforto e proteção, além de estilo. O SENAI CETIQT lembra que, “segundo o Observatório Europeu Copernicus confirmou que 2023 foi o ano mais quente da História, quebrando todos os recordes diários, mensais e anuais, registrados no planeta, e tudo indica que em 2024 essa quebra de recordes continuará”. Engenheira Têxtil, Designer e Consultora do Instituto SENAI de Tecnologia Têxtil e de Confecção, do SENAI CETIQT, Michelle Souza respondeu a pergunta de milhões: “Como selecionar tecidos e roupas que nos proporcionem conseguir viver uma rotina nesses dia de sensações térmicas acima dos 50°C, 60°C?”

A composição das peças determina muitas das características finais do tecido depois de acabado. Fibras naturais, como o algodão, linho, cânhamo e a seda costumam ser mais frescas e mais indicadas para serem usadas em períodos quentes, devido à alta capacidade de absorção de água, auxiliando no equilíbrio da temperatura do corpo – Michelle Souza

E faz um adendo: “Tecidos de baixa gramatura, ou seja, fabricados com fios mais finos e/ou tecidos menos fechados, também ajudam a pele a respirar e trazem maior sensação de frescor em dias de altas temperaturas”.

Ela recebeu ainda outra pergunta: “E o que não usar?”. E foi direto ao ponto: É recomendado evitar as fibras sintéticas, como o poliéster e a poliamida. Por serem derivadas do petróleo, elas têm baixa capacidade de absorção de umidade.

Michelle ressalta, no entanto, que com os tecidos inteligentes com as tecnologias Dry-Fit e Coolmax, essas fibras sofreram alterações, permitindo que elas estimulem a troca de umidade do corpo com o ambiente, possibilitando a sensação de frescor, assim como as fibras naturais. “Hoje em dia é difícil restringir os tecidos devido às inovações da indústria têxtil, com a fabricação de filamentos tecnológicos, como o Dry-fit e Coolmax, em que o poliéster ganha a característica de respirabilidade não intrínseca a ele”, afirma a consultora.

O céu não é o limite para a tecnologia e a gama de materiais que mudam de fase para aplicação no setor de têxtil e moda e utilizando técnicas e métodos adequados de encapsulamento e inserção na fibra têxtil. Consegue-se obter produtos eficientes em conforto térmico. Estamos falando de wearables, roupas confeccionadas com têxteis que protegem de raios ultravioleta, monitoram batimentos cardíacos, encapsulam cosméticos, promovem a bioestimulação (melhora na circulação, produção de colágeno e redução de dores musculares), contêm ações auto-limpantes e anti-transpirantes, função antimicrobiana, repelem insetos, retardam chamas… e são capazes de regular a temperatura corporal, eliminando os efeitos do calor e do frio.

O termo ‘têxteis inteligentes’, derivado do conceito de Smart Materials (materiais inteligentes), foi utilizado pela primeira vez em 1989 no Japão. O comportamento inteligente é característico de materiais que podem sentir um estímulo externo tais como mudança de temperatura, luminosidade, pressão e atribuir uma reação de uma forma ativa, interativa e geralmente reversível, ocasionando algum tipo de alteração em suas propriedades.

Perguntada a respeito da importância da proteção solar, Michelle ressaltou que o tecido, por si só, já atua como uma barreira física de proteção contra a exposição solar. Além disso, destacou a aplicação de acabamentos nos tecidos que bloqueiam raios UVA e UVB, funcionando como uma espécie de protetor solar têxtil. “Em meio à crescente preocupação com a crise climática, essa camada extra de proteção pode prevenir doenças relacionadas à exposição solar excessiva, como o câncer de pele”, ressalta Michelle.

Quanto aos looks, as opções eleitas por Michelle são as seguintes: “Além do tecido, os modelos das roupas também vão influenciar na sensação de frescor. Peças como saias, vestidos, shorts e croppeds já são os queridinhos do momento, se forem produzidos em tecidos fluidos, com modelagens mais amplas, garantindo a leveza necessária para manter o corpo arejado. Mas se você precisa de um look mais formal, aposte em pantalonas fabricadas em viscose, ou viscolinho, e blazers em 100% linho“.