Seguindo as diretrizes da Campanha de Responsabilidade Social do Ensino Superior, que acontece anualmente, na qual são abordadas diversas temáticas; dentre elas, políticas de diversidade e inclusão nas empresas, direito da moda e sustentabilidade, o SENAI CETIQT promoveu a live “Moda Social – Desenvolvimento Sustentável“. Contou com a participação da psicopedagoga Monica Mota, interlocutora de Ações Inclusivas da instituição e participações do procurador institucional da Faculdade SENAI CETIQT, João Ricardo Brito, da professora Cristiane Santos, que atua em ergonomia; engenharia de produção; metodologia da pesquisa científica; ética, cultura e cidadania; gestão de pessoas e de Diva Costa, professora no curso superior em Design de Moda, que participou via chat com seus alunos, em um formato experimental que deu muito certo.
Cristiane Santos convidou sua aluna do curso de Moda, a bióloga Alessandra de Oliveira, a juntar-se a ela e abriu sua palestra perguntando o que todos nós temos a ver com a questão da moda social e do desenvolvimento sustentável: “Quando eu falo ‘eu e todos nós’ estou falando dos nossos estudantes, dos familiares deles, de toda a sociedade. A frase “Cuidar da Terra é proteger a si mesmo e a humanidade” também é usada por Cristiane Santos para nos lembrar que quando começamos a cuidar do que nos cerca, automaticamente estamos zelando por nós mesmos e pelo que está ao nosso redor. E não fazemos ideia do tamanho desse zelar. O que quer que façamos para colaborar com os cuidados com a Terra, qualquer movimento nesse momento estamos cuidando de nós e de toda a humanidade. “Estamos numa teia da vida. É uma grande trama. Se eu mexer nesse lado, com certeza vai gerar algum impacto no outro lado do mundo, para vocês terem uma ideia de o quanto isso é dinâmico e amplo”, afirma a professora.
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“No ano passado, o secretário-geral da ONU, António Guterres, diante das questões ambientais que o mundo atravessa fez a seguinte reflexão: ‘Nós não temos um segundo planeta Terra. Todos nós somos responsáveis pelo o que está acontecendo'”. A indústria da moda é a segunda que mais polui o meio ambiente, ficando atrás apenas do setor petroleiro. Nossa responsabilidade aumenta exponencialmente. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) são produzidas 175 mil toneladas de resíduos têxteis por ano. Só para se ter uma ideia da poluição causada pelo setor moda, uma quantidade de tecidos equivalente a um caminhão de lixo é enterrada ou queimada a cada segundo em todo o planeta. O desperdício causado pela produção de roupas no mundo também é preocupante, pois é responsável por 20% do total de desperdício de água globalmente. Tem mais: um estudo da ONU de 2019 mostrou que a produção de um único par de jeans consome 7.500 litros de água e que a fabricação de roupas e calçados gera 8% dos gases de efeito estufa.
“Quando se produz, geram-se resíduos têxteis. E aí eu pergunto: o que a indústria vem fazendo com todos esses resíduos? Tem vários programas, várias ações. Mas vou além: os resíduos não eram para existir. Porque quem está pensando o desenvolvimento desse produto deveria já estar imaginando como será o final do ciclo dele. Eu comprei uma roupa, usei muito mas… enjoei. O que faço? Posso levar para um brechó, posso fazer uma doação. Mas se quem desenvolveu o produto pensasse e já tivesse uma orientação para o usuário sobre o que essa peça poderia se tornar, acredito que facilitaria muito para a sociedade.”
Nesse ponto, Alessandra de Oliveira pede a palavra e faz um comentário interessante sobre (ir)responsabilidade social, algo em que muitos de nós nos reconhecemos: “Nós falamos desse custo por trás da moda e nos encantamos por plataformas que têm roupas mais baratas. Para as peças serem mais em conta, alguém nessa cadeia está fazendo o trabalho e recebendo menos. Comprar é um ato político, e devíamos nos lembrar disso sempre, pois, no fim, acabamos concordando com essa situação. Acho muito importante salientar que o nosso ato de comprar está apoiando, de certa forma, esse tipo de postura das empresas”.
Essas informações trazem à mente o pavoroso lixão tóxico de moda descartável que existe no Deserto de Atacama, no Chile, a 1.800 quilômetros da capital, Santiago. São montanhas e mais montanhas de roupas descartadas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia que são enviadas ao Chile para serem revendidas e acabam poluindo o meio ambiente naquele país. E, pasmem, a existência desse absurdo não é fora da lei.
Mas nem tudo são notícias ruins. No começo de setembro, a professora Cristiane e seus alunos de Responsabilidade Social no SENAI CETIQT tiveram a oportunidade de produzir um desfile. Mas não foi um desfile com a preocupação de desenvolver croquis, modelagem, o costurar e o vestir dos manequins: Ele foi denominado Desculpe Incomodar e a temática principal era a intergeracionalidade. “Foi uma parceria com a Prefeitura do Rio e a secretaria municipal do Envelhecimento e da Qualidade de Vida junto com o Museu do Amanhã, onde aconteceu o evento”.
As peças vieram do ateliê do pedagogo e estilista Almir França, que trabalha com a lógica do reuso em seu estúdio na criação de roupas e acessórios. As muitas roupas que desfilaram já tinham sua história. E essa história foi se transformando, porque foi criada, produzida, vestida e alguém descartou no ateliê do Almir. Assim, ele pôde transformar essas peças em novas roupas.
Almir destaca que a importância da indústria da moda cria meios para melhorar a destinação dos resíduos. De acordo com o estilista, temos uma indústria que polui muito, mas, ao mesmo tempo, temos a oportunidade de transformar tudo isso. Como? “No momento da criação, por que não já pensar em como será o final do ciclo dela? Pode ser o final para a sua criação e o início para outras pessoas. Desenvolver manuais com orientações é uma forma de direcionarmos a sociedade para essa transformação”, propõe Cristiane Santos.
No entanto, o Brasil ainda não tem uma política concreta para a questão do resíduo têxtil. Precisamos com urgência de políticas públicas, pois são elas que geram leis e fazem com que a sociedade comece a agir de forma mais ética. Para Almir França, a roupa usada pode ganhar um descarte funcional, que possibilite novas possibilidades estéticas e sustentáveis.
“O descarte tem que ser funcional. Quando eu não quiser mais uma roupa, não vou jogá-la na lixeira. Vou lhe dar uma função. Vou transformá-la em outro produto, negociar, comercializar com um brechó, doar, não importa. O importante é que se exerça uma função diante desse produto. Não podemos, também, deixar de agregar valor estético. Qualquer que seja a transformação, a roupa tem que ser bonita, bem feita, bem acabada. Junto com isso vem a sustentabilidade”, pontua Cristiane Santos.
Através do chat, a professora de Visual Merchandising Diva Costa faz a pergunta de um milhão de dólares: “Nós trazemos toda essa questão da sustentabilidade, do meio ambiente e precisamos mostrar as roupas, as peças, os produtos numa vitrine. Se exibimos sempre a mesma coisa, vai cansar. Como podemos apresentar vitrines das quais possamos falar que ‘têm uma pegada sustentável’? É um grande desafio trazer novidades para os clientes nas vitrines sem gerar desperdício”.
A questão é que, normalmente, quando falamos de indústria fashion pensamos imediatamente no têxtil e em quanto tempo ele vai levar para ser absorvido pelo meio ambiente. E pensamos nas fibras naturais e nas sintéticas. As sintéticas dão mais medo, pois levam muitos e muitos anos para se decompor, relatam os inúmeros estudos e tabelas sobre a durabilidade desse material. E além da matéria-prima, temos o consumo de energia.
Para debater mudança comportamental, moda social e meio ambiente, é superimportante analisar como fazer o melhor uso da energia. Que tipo de energia usaremos. O maquinário precisa funcionar através da eletricidade. Precisamos ter luz. Que tipo de energia podemos substituir?
Quanto à água, vários estudos e pesquisas nos mostram como poderíamos reaproveitar essa água ou usar o mínimo possível. Emissão de carbono, a mesma coisa: em tudo o que fazemos existe a presença da emissão do carbono. E o descarte dos resíduos. Ou seja, uma vez o produto confeccionado, vai gerar resíduos – e como os descartes vão se dar?
João Ricardo Brito conta como sua avó, costureira nos anos 80 hoje aposentada, lidava com as sobras do tecidos dos vestidos que fazia por encomenda: “Ela aproveitava para fazer tapetes. Usava aquelas tiras para fazer tapetes para a casa mesmo. Num determinado momento, os vizinhos acharam bonitinhos e ela começou a vender os tapetes feitos de sobra das peças que fazia para as clientes”.
A avó de João Ricardo foi costureira e fazia tapetes com sobras das roupas que fazia. Ela tinha um pensamento ecológico. “Ela devia ficar agoniada quando jogava um resíduo na lixeira junto com outros materiais biológicos. Aí, ela pegava os resíduos e fazia os tapetes. Melhor, ela transformava esses resíduos em algo que pudesse ser comercializado. Ela gerava uma renda paralela. A ideia da moda social também é essa: fazer com que seja possível gerar rendas paralelas. Seria muito importante a gente pensar nesse aspecto, como um agente social”, compara a professora Cristiane Santos.
Diva Costa resume tudo numa frase curta: “Não existe jogar fora”. Se depender dos grandes magazines, a ideia de desperdiçar vai ficar cada vez mais distante até desaparecer. Nesse momento, a gente vê uma série de empresas já com essa consciência. E vamos ver que elas serão responsáveis por uma mudança de cultura da nossa sociedade. “É a partir dos grandes que vai acontecer o efeito cascata. A Renner tem pontos de coleta em algumas lojas. Eles redirecionam as roupas para o melhor destino. Dependendo do estado das peças, elas vão para reciclagem, descarte correto ou doação. A C&A tem um comportamento interessante de apenas faccionar as peças com confecções que, de fato, não tenham trabalho análogo à escravidão, que levem em conta a questão da sustentabilidade. Alguma coisa em termos de mudança e transformação já está acontecendo a partir desses grandes magazines”, observa Cris Santos.
Em 2019, a Assembleia das Nações Unidas apresentou um movimento denominado Aliança pela Moda Sustentável. Essa ação surgiu a partir da ONU exatamente com essa preocupação: como a indústria da moda emprega muitas pessoas – no Brasil é a indústria que mais emprega – mas, ao mesmo tempo, polui tanto. Como podemos fazer uma moda mais sustentável? A Aliança vai de encontro aos Objetivos pelo Desenvolvimento Sustentável (ODS). Atualmente, fala-se muito do slow fashion, uma moda mais durável, atemporal e na qual as produções possam ser pensadas de forma circular.
Em 2015, antes da Aliança pela Moda Sustentável, a ONU lançou a Agenda 2030, um plano de ação mundial para o planeta e as pessoas. Essa jornada coletiva e planetária contempla 17 ODS, que representam um plano de ação global para eliminar a pobreza extrema e a fome, oferecer educação de qualidade para todos, proteger o planeta e promover sociedades pacíficas e inclusivas até 2030. Em relação à moda, podemos voltar os holofotes para ODS de número 12, “Consumo e produção responsáveis”, por exemplo.
ESG, em português, é Meio Ambiente, Social e Governança. É a tradução do inglês Environmental, Social and Governance. O que fazemos para nós mesmos está colaborando para o planeta e para toda a humanidade. Meio Ambiente é essa simbiose, essa união de tudo com tudo. “O que a gente faz aqui no Brasil (por exemplo, o jatobá que está sendo queimado na Amazônia) vai impactar diretamente na Nova Zelândia, na China, por causa da teia em que vivemos. O inconsciente coletivo existe”, dispara Cristiane Santos. “Em junho, a ‘Exame’ publicou a seguinte reportagem: ‘Essas três letras (ESG) praticamente substituíram a palavra sustentabilidade no universo corporativo’. Ou seja, sustentabilidade no trabalho, nas empresas, nas indústrias. E o universo corporativo está em tudo. Está nas empresas privadas, nas grandes e pequenas, seja MEI, seja média empresa, seja governo. Não importa: em qualquer corporação essa sustentabilidade tem que ser praticada”.
A professora conta que acredita ainda ser possível ter soluções nesses oito anos que restam até 2030. Em 21 de setembro, uma publicação da Bovespa veio com o seguinte texto, tratando de ESG na moda: “Marcas assumem boas práticas para um futuro mais verde”. Antes, em 26 de agosto, a Fecomércio-SP havia noticiado o seguinte: “ESG: gigante do varejo de moda busca reduzir impactos negativos e fortalecer os positivos”. Os impactos negativos estão relacionados com o desperdício, com a questão de substituir a energia por outra mais limpa. “Essas grandes empresas do varejo não estão fazendo isso por serem boazinhas ou fofas. Não é assim. É que a dor no bolso é muito grande”, relativiza Cristiane Santos.
A questão é que essas empresas têm mercado aberto – e isso significa que têm acionistas, outros parceiros com muito dinheiro investido. Existe uma cobrança. Essa cobrança pode ser interna, quando falamos do próprio Brasil e, muitas vezes, externa. Foi a cobrança que levou as empresas a correr atrás dos ODS para que, em 2030, possamos ver algo no fim do túnel.
Mas há mudanças que não são impulsionadas por pressão, mas pela consciência. Alessandra de Oliveira chama atenção para o comportamento dos consumidores: “Com a mudança de mentalidade, pensando mais sustentável, muitas pessoas já têm a consciência de querer comprar de marcas que seguem esses princípios”. A professora Cristiane Santos aproveita o gancho para falar da proposta do Fashion Revolution: “Felizmente, temos uma geração de novos compradores, de novos empreendedores que já estão entrando nesse negócio com essa consciência. Quem faz as minhas roupas? Eu quero saber se quem faz as minhas roupas tem um ambiente de trabalho digno. Quero saber se é bem remunerado. Quero saber de onde vem a matéria-prima. Todas essas ações vão transformando e, principalmente, agindo numa mudança de cultura. Eis aí a moda social, motivo pelo qual estamos aqui reunidos”.
Por chat, a aluna Juliana Bastos lembra que existem políticas públicas que favorecem esse processo: “Eu só reforço que essas políticas poderiam estar mais expostas para que todos e todas tivessem acesso. E, principalmente, que essas políticas estivessem na escola, no Ensino Fundamental, no Ensino Médio, para que essa consciência começasse desde cedo”.
De acordo com o procurador institucional da Faculdade SENAI CETIQT, O ESG começou no início dos anos 2000, com um americano chamado Larry Fink, proprietário da Black Rock, empresa que não possui nenhum ativo, apenas tem participação em outras empresas, inclusive no Brasil.
Por volta de 2004, 2005, ele fez uma carta aos acionistas dizendo o seguinte: “Aquelas empresas que se preocuparem com as metas, com ESG, serão alvo de investimentos da Black Rock”. Bastou isso e já havia várias companhias mostrando preocupações ecológicas, ambientais e de governança para angariar investimentos.
É aí que partimos para o conceito da transparência. Transparência hoje é palavra-chave. O Fashion Revolution tem seu Índice de Transparência pois a sociedade quer saber e tem direito e obrigação de saber como tal empresa funciona. Se pratica trabalhos análogos à escravidão, o que faz com seus resíduos, como acontece a distribuição da renda que adquire etc: “Vivemos num cenário no qual é importante verbalizarmos de forma real, clara, tudo o que anda acontecendo. Lembrando que tem a questão do green wash: algumas empresas fazem o marketing da sustentabilidade, que está na moda, mas, quando investigamos, percebemos que não praticam. Ter um índice de transparência e gerar um ranking é muito positivo para a gente saber como andam as empresas”, afirma Cristiane Santos.
Através do chat, uma das alunas da professora Diva Costa garante que “A primeira coisa que eu observo quando entro no site de uma marca em que nunca havia entrado é se ela tem um link de sustentabilidade. A maioria das empresas não tem.” Ter esse link pode ser um sinal de que se preocupa com os resíduos, com a energia. Eis aí uma dica para os novos empreendedores: tenham sempre um link de sustentabilidade. A professora Diva complementa: “Temos que investigar as ações dessas empresas”.
Moda Social Aplicada
Até aqui nós vimos que já existe uma problematização, que algumas empresas já estão tomando algumas providências. Vimos que existe um novo índice (o ESG é uma certificação que está oferecendo uma oportunidade para que aquela empresa que ainda não se mexeu comece a fazer algo) e chegamos ao momento da aplicação. Como a moda social pode ser aplicada?
Cristiane Santos responde: “Quando falo da sociedade, somos todos nós, todos que estamos nesse ecossistema, nesse planeta. A sociedade vai demandar. Ela solicita o tempo todo. Essas solicitações vão impactar no primeiro setor, que é o governo. Essa demanda vai bater, também, no segundo setor, as empresas privadas. E no terceiro setor, as instituições sem fins lucrativos. Cada setor desses tem uma função na sociedade. Governo, empresas privadas e organizações sem fins lucrativos estão quebrando a cabeça para descobrir o que podem fazer para atender a sociedade”.
Graças a essa movimentação, as ações começam a acontecer. O governo começa a criar projetos de leis; as empresas privadas começam a criar formas de como ter energia mais limpa na empresa e de como tratar dos resíduos; as instituições sem fins lucrativos começam a pensar nas questões: o governo cria uma lei e todas as empresas têm que dar um jeito em seus resíduos. As empresas fornecem seus resíduos para instituições sem fins lucrativos. Essas instituições geram parcerias com cursos, capacitações para pessoas diversas.
Mas como será respondida essa devolução que o primeiro, o segundo e o terceiro setores estão dando à sociedade? “A partir de uma mudança de cultura. A empresa é como um organismo humano. O nosso corpo é formado por células; a empresa é a mesma coisa: cada funcionário é uma célula. Se as células começam a adoecer, nós adoecemos. Se não tratarmos, morremos”, explica a palestrante. “Na empresa não é diferente. Se a empresa não tratar das doenças, ela morre. Quando começa realmente a transformar, gera uma consciência sustentável, uma consciência ligada a questões do meio ambiente. As pessoas que trabalham lá levam essas ideias para seus lares, gerando um efeito-dominó. É nesse momento que começamos a ver a mudança de cultura. Que bom que a cultura se transforma de acordo com as demandas da sociedade. É com a mudança do nosso comportamento que devolvemos para o planeta”.
Para mudarmos o nosso comportamento, a transparência é fundamental. Mas precisa ser completa. Via chat, Fernanda Freitas toca numa questão crucial: o que fazer com dados negativos sobre a empresa? “É melhor ser transparente mostrando alguns dados negativos do que não ter a transparência. Pelo menos indica que a empresa está buscando o melhor”. Sim, é melhor dizer que tem muitos resíduos e que não sabe o que fazer com eles. Sempre haverá universitários, estudantes, instituições sem fins lucrativos para dizer “Estou aqui. Manda os seus resíduos para cá que eu sei o que fazer com eles”. O que não dá mais para fazer é empurrar a poluição, os resíduos etc para baixo do tapete: é necessário falar sobre isso.
Precisamos pensar no caminho que vai da concepção do produto a seu descarte. A professora Cristiane Santos finaliza: “A roupa será pensada, desenvolvida, comercializada, usada. E aí… Engordei! Enjoei! Emagreci! Ih, não quero! E agora, o que fazer? Não é o final. Pode ser o início de um novo ciclo, de uma nova onda. Esse pensamento tem que estar presente nas nossas mentes para que possamos ter a mudança de cultura”.
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