Semana de alta-costura chega ao fim com o romantismo de Zuhair Murad e Valentino, a inspiração indiana de Elie Saab e até homenagem da Maison Margiela à David Bowie! Vem ver


A mais importante temporada fashion acabou na manhã dessa quinta-feira e promete inspirar as próximas semanas de moda ao redor do mundo

A semana de alta-costura de Paris chegou ao fim nessa quinta-feira de manhã e nós, do site HT, ficamos de olho em todos os desfiles para separar as tendências que, com certeza, vão inspirar as próximas temporadas fashion em todo o mundo – e bombar nos red carpets, claro! Já falamos aqui dos primeiros dias de desfiles e, agora, analisamos as criações de  Elie Saab, Zuhair Murad, Valentino e outras. Vem com a gente!

Elie Saab
Elie Saab se distancia cada vez mais do “look perfeito para o red carpet” e os corpos mais famosos de Hollywood e, nessa coleção, deixou isso bem claro. A marca agora investe em uma alta-costura mais versátil, com silhuetas mais secas e simplicidade, mas, claro, sem deixar de lado o trabalho minucioso de detalhes pelo qual Elie Saab é conhecido. Para o verão 2016, a maison trouxe o olhar de uma dama inglesa sobre a Índia de 1911 ao Théâtre National de Chaillot, em Paris. A assimetria dos sáris e das calças indianas usadas com túnicas apareceram na passarela do libanês com o glamour da alta-costura, ou seja: muitas rendas, bordados, fluidez e transparências.

A pegada esportiva ficou por conta de bonés – 100% cravejados, claro, cintos-pochete, bolsas que lembravam baús tradicionais de Lilah Wingfield, musa inspiradora da coleção, e coturnos brilhosos nos pés – que contrastavam com a delicadeza das peças. O lilás foi predominante novamente na passarela de Saab, mas, dessa vez, em um tom mais acizentado. Até o vestido de noiva usado por Anna Cleveland seguiu a cartela de cores. A maior novidade ficou por conta das calças e casacos que seguem a tradicional linha de bordados e brilhantes. Na cabeça, os acessórios eram de prata.

Vale lembrar que a grife tem apostado na proximidade com o grande público e chegaram a criar uma conta nas redes sociais só com o preview do moodboard da temporada para mostrar antes mesmo do desfile!

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Zuhair Murad

O estilista responsável pelo vestido de casamento de Sofia Vergara foi fiel à sua identidade romântica em uma coleção com paleta de tons claros – com algumas exceções como o laranja vibrante. Seus modelos novamente pareceram a escolha perfeita para celebridades nos tapetes vermelhos, principalmente os de cores pastel como branco e os já famosos rosa quartz e serenity – tons de 2016 de acordo com a Pantone. Os vestidos, longos ou minis, eram marcados na cintura e alguns, com suas caudas volumosas e fendas, eram dramáticos e sexys.

As propostas de Murad foram das estruturas marcadas por corselets aos longos soltos e etéreos. As caudas em cascata – que lembram os mullets, também tiveram destaque na passarela do libanês e as saias planas chamaram atenção. Zuhair Murad se inspirou em flores e folhas de árvore para uma coleção cheia de brilho, volume, lantejoulas, transparências, decotes superfemininos e efeito tridimensional em tecidos finos cheios de camadas.

A beleza ficou por conta dos cabelos soltos e retos adornados apenas por uma tiara.

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Valentino

Romance digno de contos de fadas. Esse foi o mote do verão Valentino, que desfilou uma coleção assinada por Maria Grazia Chiuri e Pierpaolo Piccioli dentro do Hôtel Salomon de Rothschild, em Paris. A marca apostou em looks trabalhados com muito bordado, vestidos longos, soltos, fluidos e com leves transparências inspirados pelos grandes impérios da história. O que chamou atenção, porém, foi o primeiro vestido que cruzou a passarela. Em chiffon de seda e com detalhes em ouro, a peça demorou duas mil horas para ser confeccionada no ateliê da marca, em Roma. Além disso, o movimento sinuoso de outros tecidos ricos lembravam deusas gregas modernas e princesas.

A maquiagem leve foi assinada pela beauty artist Pat McGrath e o penteados, meio presos, eram obra de Guido Palau. Dos acessórios, os arcos criados em parceria com a joalheria Harumi Klossowski é que encheram os olhos dos presentes.

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Maison Margiela

A marca abriu o dia de desfiles no hotel National des Invalides e trouxe um mix de texturas. Comandada por John Galliano, a Maison Margiela apresentou um começo clean e geométrico, com peças estruturadas, looks completamente brancos e uma beleza de make natural e perucas platinadas, com uma leve pegada rockstar – que alguns críticos chegaram a dizer que era uma homenagem à David Bowie.

A segunda parte do desfile foi marcada por combinações de técnicas diversas em uma mesma peça de roupa. Ou seja, a sensação era de que elas “explodiam” revelando outras cores e texturas. Esse híbrido das reconstruções quase artísticas de Galliano ficou ainda mais poderoso com a make da bombada Pat McGrath, que chamou tanta atenção quanto as criações do designer. Embora a maioria dos modelos usassem maquiagem simples e perucas com franja sem corte, outras vieram em looks que pareciam ser inspirado pelo Stardust de Bowie. Algumas tinham um único olho em destaque, com glitter metálico, estrelas, lantejoulas pretas e mais.

As tops riscaram a passarela com peças em tons de preto, roxo e vermelho. Além disso, o verão da Margiela prioriza acessórios, como a bota cowboy estampada e a de vinil preta que deve se tornar hit.

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Jean Paul Gaultier

Exagero, brilho, festa e frenesi. Esse foi o clima do desfile de Jean Paul Gaultier. A marca, que adora reviver o clima nostálgico da era “disco”, levou, dessa vez, a casa noturna Le Palace – o point dos descolados nos anos 70 e 80, para dentro de sua loja, com direito até a uma réplica da fachada do local que recebia os nomes mais fervidos do universo da moda e das artes. Os looks, claro, não ficaram para trás. No mesmo clima de exagero, longos vestidos de seda colados ao corpo com fendas laterais, robes decotados, chapéus e alfaiataria com ombreiras marcaram a passarela em uma coleção marcada por referências de pop e rock.

A trilha sonora dançante do desfile fez jus as modelos – entre elas a nossa Izabel Goulart, que, com cabelos armados e volumosos, traziam cigarros, taças de bebida e até os sapatos nas mãos, como se estivessem voltando de uma festa. Cada uma das tops “encarnou” um personagem, que iam desde a rocker até a musa de Yves Saint Laurent e todos os looks tinham história e referência retrô que poderiam muito bem estar em um filme à la Grande Hotel Budapeste. Na fila A, quem assistia tudo com olhos atentos era a cantora Fergie.

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