Nova revolução industrial nas fábricas de roupa vira atração na Olimpíada do Conhecimento


Entre palestras com nomes de destaque do mercado, uma competição de educação profissional e tantas novidades nos stands que prometem mudar o dia a dia do mundo, um dos espaços mais concorridos e admirados foi a Indústria 4.0, desenvolvida pelo Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (CETIQT) do SENAI. Entenda!

O futuro já começou e está mais perto do que a gente imagina. Prova disso foi o sucesso da 10ª edição da Olimpíada do Conhecimento, organizada pelo Serviço Social da Indústria (SESI) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e que levou mais de 46 mil pessoas entre os dias 5 e 8 de julho no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília. A Olimpíada do Conhecimento 2018, além de ser a maior competição de educação profissional da América Latina, reunindo alunos dos cursos do SENAI, Senac e de Institutos Federais de Tecnologia, que participam de provas que simulam desafios do dia a dia do mundo do trabalho, teve, também, o objetivo de apresentar novidades para melhorar a qualidade de vida nos centros urbanos e revolucionar a educação.

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Tudo isso dividido em dois espaços bem impactantes: a Cidade Inteligente, onde visitantes tinham disponíveis oito ambientes dedicados a mostrar as inovações em áreas como centro de saúde, restaurante, horta, casa inteligente, indústrias, espaço gourmet, museu e espaço da moda; e a Escola do Futuro, onde os participantes conferiram as atividades desenvolvidas pelos 63 alunos do SENAI e SESI, com foco em inovação e empreendedorismo.

“O SESI e o SENAI realizaram a Olimpíada do Conhecimento para mostrar à população que as novas tecnologias transformarão o mundo. A inovação é, e será cada vez mais, a base da geração de empregos e riqueza em todos os países. O Brasil pode ser protagonista dessa agenda, desde que as autoridades, os empresários e os demais integrantes da sociedade estejam atentos e dispostos a fazer as mudanças necessárias para o que país acompanhe a quarta revolução industrial”, disse o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, na abertura do evento.

O chef Felipe Bronze, uma das atrações da Olimpíada do Conhecimento 2018

Entre palestras com nomes como Marcelo Tas, Leandro Karnal, Felipe Bronze, Alexandre Herchovitch, Lino Villaventura e Ronaldo Fraga, entre outros, e tantas novidades nos estandes, um dos espaços mais concorridos e admirados foi o a Indústria 4.0, desenvolvida pelo Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (CETIQT) do SENAI, sobre a qual já falamos algumas vezes aqui no site HT.

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 “A gente criou uma Planta que tem o objetivo de demostrar os conceitos e tecnologias de uma indústria 4.0, do futuro. O grande diferencial de uma empresa com esta tecnologia para as outras do mercado é a conectividade e integração. Esse comportamento parte do consumidor que, agora, é um agente ativo do desenvolvimento do produto que ele vai usar. Ele interfere no processo produtivo, o que hoje não existe. Ou seja, ele cria a sua peça e aciona a manufatura. Isso faz com que só haja produção se a venda estiver confirmada”, explicou o gerente de Educação do SENAI CETIQT do Rio de Janeiro, Robson Wanka, em recente papo com o site HT.

E o que é essa quarta revolução industrial representada pela 4.0? Na prática, é o seguinte: para iniciar o processo de compra de uma nova roupa, o consumidor se coloca diante de um espelho virtual, que possui uma câmera e é capaz de levantar as medidas do corpo da pessoa. Um robô colaborativo (que interage com seres humanos sem machucá-los) confere então a rigidez muscular do cliente para conferir com precisão o tamanho a ser produzido. Em seguida, a peça é desenhada e transportada para uma mesa, que corta automaticamente o tecido com ajuda de câmeras com reconhecimento de bordas, economizando material.

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Em seguida, estes recortes vão para as mãos de costureiras altamente capacitadas para este novo processo, no qual um sistema de realidade aumentada ensina virtualmente a sequência de passagem da linha e um QR Code posicionado no produto mostra a  montagem da peça. Ao terminar, a costureira insere uma etiqueta informatizada com a informações do cliente e envia a peça a outro equipamento, que a dobra e embala automaticamente. Em seguida, um robô armazena o produto utilizando um sensor RFID (identificação por radiofrequência), que permite registrar sua posição exata no estoque.

Ao retirar o produto na loja, o consumidor apresenta o QR Code recebido por e-mail a um robô. Ao provar a roupa, ele tem ainda sua expressão facial lida por uma câmera. O objetivo é identificar a emoção do cliente e alimentar uma pesquisa de satisfação. Além de produzir de forma inovadora, o sistema também produz milhares de informações de todo o processo, utilizando tecnologias como internet e big data, que são armazenadas em nuvem. Esses dados servem para analisar com riqueza de detalhes o funcionamento da planta e são fundamentais para orientar decisões estratégicas.

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“Impressora, calandra, máquina de corte e máquina de costura são equipamentos comuns nas fábricas. A diferença é que desenvolvemos maneiras de conectá-las. A conversa entre elas automatiza e agiliza o processo”, explica o especialista em manufatura do SENAI CETIQT, Fernando Moebus.

Estas inúmeras novas tecnologias e novas formas de se relacionar com os produtos apresentados na Olimpíada do Conhecimento – em especial por esta plataforma 4.0 – vai exigir novos profissionais, conectados e à frente do seu tempo. E é exatamente este o compromisso assumido pelo SENAI CETIQT ao formar os profissionais que vão trabalhar na Indústria 4.0.