Moda é arte? Regina Guerreiro reacende o debate em novo episódio de “Enjoy”, websérie em parceria com a Cavalera


Das parcerias de Elsa Schiaparelli e Jean Cocteau a de Louis Vuitton e Yayoi Kusama, a editora mostra como arte não precisa estar na galeria para ser considerada como tal

Moda é arte? A questão histórica entre as duas esferas culturais, que levanta debates acalorados e já foi tema de enquete por HT em pleno fervo da São Paulo Fashion Week, é o fio condutor do novo episódio de “Enjoy”, websérie apresentada por Regina Guerreiro em parceria com a Cavalera. No vídeo batizado “Pegapega Art-Fashion”, a jornalista começa a conversa avisando que é apartidária no assunto. “Não, não, não, não, não… eu não vou entrar nessa briga”.

“O mundo fashion sempre pegou uma carona na arte. E a arte, uh lá lá, não é que está gostando de pegar uma carona na moda? Parece uma atração fatal”, comenta Regina, ressaltando o intercâmbio entre o surrealista Jean Cocteau e a musa da excentricidade, Elsa Schiaparelli, dentre muitos outros, como Yves Saint Laurent e o neoplasticismo moderno de Piet Mondrian.

Regina prossegue o papo e cita um dos movimentos artísticos de maior impacto até hoje na cultura ocidental. “Em termos de epidemia definitivamente durável foi a pop art“, explica a editrix, citando os desenhos de Roy Lichtenstein e as latas de sopa Campbell de Andy Warhol como exemplos primorosos do intercâmbio fashion. “Adorei quando, 20 anos depois, lá pelos anos 1980 e 1990, fui a uma exposição no MoMA todinha idealizada por Andy Warhol. Emotion! Tava todo mundo lá: Betinha [Elizabeth, para o resto dos mortais] Taylor, James Dean, Marilyn Monroe…”.

Como não poderia faltar… é claro que Regina Guerreiro conta uma de suas histórias divertidíssimas durante as aventuras fashion que viveu, antes de voltar ao presente e falar sobre as parcerias entre moda e arte dos dias de hoje. Das bolinhas de Yayoi Kusama na Louis Vuitton, à maquiagem poderosa de Isamaya Ffrench em suas colaborações com a i-D e os headpieces fabulosos do multiplataforma Julien d’Ys para a Comme des Garçons.

“São tantos os fios invisíveis, queridinhos, que eles acabam casando pessoas diferentes, histórias diferentes, estilos diferentes, mundos diferentes”, lembra Regina Guerreiro, sobre a quantidade de vezes em que os caminhos da moda e da arte acabaram se encontrando. Talvez o debate nunca tenha fim, realmente, mas algo é certo: a moda não precisa estar na passarela para ser considerada como tal, e nem a arte em uma galeria.