História de sucesso: conheça quem é Márcia Oura, nome por trás da trajetória de 30 anos da Green by Missako. “Eu não me limito às possibilidades”


Com a proposta de aliar o conforto à praticidade e à beleza estética, as roupas da grife atendem crianças de 0 a 10 anos. Para ser unanimidade entre os pais e os pequenos, a empresária contou que busca seguir as tendências da moda para agradar a garotada que está cada vez mais antenada. “Eu acredito que a roupa é a expressão mais original dessa criança que usa Green by Missako”

Referência no mercado de moda infantil, a Green by Missako escreve sua trajetória de sucesso há 30 anos. Para entender o conceito, a história e como funciona a ideologia da grife, o HT conversou com Márcia Oura, nome por trás da marca. Pediatra de formação, a empresária contou que a ideia inicial da Green era aliar moda, conforto e respeito à anatomia do corpo infantil em roupas que também fossem bonitas esteticamente. Com uma proposta ousada e um resultado impecável, hoje a grife de Márcia Oura é destaque quando o assunto é moda para as crianças.  Mas engana-se quem pensa que a Green by Missako sempre existiu nos sonhos da médica e empresária.

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“Eu não tinha o projeto de ter uma marca de roupas infantis. Minha formação é como médica pediatra e eu sempre fui viciada em trabalhar, ficar em hospital e publicar trabalhos. Mas chegou um momento da minha vida que eu quis abrir um negócio. E, com um sócio, eu inaugurei uma loja de multimarcas. Nessa experiência, eu vi que as roupas eram divididas em dois grupos: peças bonitas esteticamente e nada confortáveis ou ao contrário. Na época, que eu estava com meu filho ainda pequeno, eu decidi montar uma coleção de roupas para crianças que atendesse às duas necessidades: beleza e conforto”, relembrou.

Márcia Oura é a responsável pelos 30 anos de sucesso da Green by Missako (Foto: Reprodução)

Márcia Oura é a responsável pelos 30 anos de sucesso da Green by Missako (Foto: Reprodução)

Para esta primeira coleção cápsula, Márcia Oura desenvolveu seis peças em parceria com um modista. O resultado? Um sucesso. Segundo a empresária, as pessoas ficaram encantadas com as roupas e começaram a querer encomendar mais modelos. “O nosso primeiro pedido foi de três mil peças. Eu confesso que na hora levei um susto e não fazia ideia de como poderia atender. Mas, como minha vida é movida por desafios, consegui estruturar a produção e entregar tudo a tempo. E foi assim que a Green by Missako nasceu”, contou Márcia que destacou que, mesmo após 30 anos de experiência, os pilares da marca continuam presentes em todas as coleções da Green. “A ideia inicial era associar conforto, praticidade e beleza. E nós fazemos questão de continuar assim. O único ponto que mudou com o tempo foram as tendências da moda, que é sempre dinâmica e a grife faz questão de acompanhar”, acrescentou.

Apesar de nunca ter sonhado em ter uma marca de moda infantil, a Green by Missako é hoje uma realização profissional e pessoal inquestionável para Márcia Oura. Como ela mesma se definiu, a empresária que é movida por desafios também é uma mulher com “liberdade de pensamentos”. Mãe, médica e sonhadora, Márcia não vê limites para os seus objetivos. “Na hora de criar conceitos, coleções ou projetos, eu não me limito às possibilidades. Eu vou sempre buscar o que é melhor, mesmo que pareça impossível. Desde o começo, a Green é vista como uma marca que inova, ousa e age diferente de tudo o que estamos acostumados. E isso está relacionado a essa minha forma de pensar. Eu acredito que sempre é preciso ter coragem para conseguir sair do lugar comum e conquistar novos objetivos”, disse.

Para a empresária, não há obstáculos que não possam ser superados (Foto: Reprodução)

Para a empresária, não há obstáculos que não possam ser superados (Foto: Reprodução)

Com tantos objetivos e projetos profissionais à frente da Green by Missako, Márcia Oura reconhece que não foi a mãe que gostaria de ter sido quando seus filhos eram pequenos. Apesar de não faltar amor, a empresária destacou o seu engajamento frequente com as questões da marca. “Hoje em dia eu acho que sou uma mãe bem melhor em relação à época que meus filhos eram crianças. Eu trabalhei muito para conseguir o que eu conquistei. Na verdade, hoje, eu não aconselharia ninguém a fazer isso. Apesar de meus filhos não acharem, eu lamento muito ter sido um pouco ausente. Mas hoje em dia eu sou uma grande incentivadora dos projetos deles”, relatou.

Assim como a experiência materna foi fundamental para o desenvolvimento de uma moda infantil linda e confortável, o conhecimento médico foi outro elemento fundamental. Segundo a empresária, com sua especialização em pediatria, ela conseguiu elaborar roupas que respeitassem a anatomia do corpo infantil e que fossem compatíveis com os movimentos e necessidades dos pequenos. “Eu acho que o lado mãe foi a primeira motivação. Eu queria, de verdade, fazer uma roupa que fosse prática, bonita e confortável. Mas eu confesso que meus conhecimentos clínicos ajudaram muito. Eu estudei e conheço bem a modelagem do corpo de uma criança. Durante todo o crescimento, as transformações são enormes e muito constantes. Então, eu pensei em roupas que atendessem às mudanças e que também tivessem tecidos leves e que não incomodassem a pele jovem. Por isso que as peças da Green são aquelas que quando alguém experimenta não quer mais tirar”, explicou Márcia que brincou dizendo que os clientes da marca só precisam ter uma preocupação: “Eu costumo dizer que é só entrar na loja e escolher a cor e o modelo. De resto, a gente garante a qualidade”.

A formação médica de Márcia Oura a ajudou a elaborar roupas que respeitassem a anatomia do corpo infantil (Foto: Reprodução)

A formação médica de Márcia Oura a ajudou a elaborar roupas que respeitassem a anatomia do corpo infantil (Foto: Reprodução)

Além do conforto, as peças super pensadas da Green também têm outra intenção. Em tempos de internet e crianças inteligentíssimas, Márcia Oura destacou o precoce processo de “adultização” dos pequenos. “Hoje em dia, está cada vez mais comum as crianças quererem fazer atividades e se comportar como adultos. Prova disso são os inúmeros sapatos de saltos para as meninas. Como pediatra, eu sei de todos os riscos e malefícios que isso trás para a vida dessas crianças. É fundamental e essencial que cada menino e menina viva e experimente as diferentes etapas do crescimento para, no futuro, não se tornar um adulto infantilizado. Para isso, nós pensamos em roupas que se comuniquem. Nós pesquisamos muito sobre tendências e adaptamos para o universo infantil”, argumentou Márcia que desenvolve roupas para os pequenos de 0 a 10 anos.

E por falar nessas crianças inteligentes e modernas do século XXI, a empresária contou quem é o cliente fiel da Green by Missako. De acordo com Márcia Oura, eles são, acima de tudo, crianças no real sentido da palavra. “Na Green, a gente percebe que nossos clientes mirins são alegres, felizes e extrovertidos. Ao mesmo tempo em que eles possuem todas as características de uma criança da forma mais original, eles também são modernos e sofisticados. Conhecedores do que está na moda hoje em dia, eles gostam das nossas roupas pelo conforto que elas trazem sem abandonar as tendências. Eu acredito que a roupa é a expressão mais original dessa criança que usa Green by Missako”, analisou.

Segundo as empresárias, as crianças Green são antenadas nas tendências e não abrem mão do conforto e da espontaneidade da fase (Foto: Reprodução)

Segundo as empresárias, as crianças Green são antenadas nas tendências e não abrem mão do conforto e da espontaneidade da fase (Foto: Reprodução)

Para dar conta de atender ao público mirim e exigente, Márcia Oura abriu sua agenda para gente e contou como é a rotina de uma mãe, empresária e médica à frente de uma marca de roupas. Com a missão de manter a fórmula que é sucesso há 30 anos, Márcia disse que passa a maior parte do dia no escritório da grife. Em São Paulo, a parte administrativa da Green by Missako fica no mesmo espaço físico da fábrica, que produz a tradução de todo o conceito que já conhecemos. “Toda semana meus dias são preenchidos com reuniões. Seja com o pessoal do marketing, do estilo ou com todos os gestores da marca, eu estou sempre conversando e analisando o que estamos fazendo, como estamos produzindo etc. E, uma vez por mês, eu me encontro com o conselheiro da Green para ver a atuação da marca através de um olhar externo”, explicou a empresária que, mesmo mantendo uma agenda lotada diariamente, conseguiu conciliar a função à frente da Green com a rotina agitada como médica. “Durante 15 anos eu exercia a medicina em um período e trabalhava na marca em outro. Mas chegou um ponto que eu não estava mais conseguindo administrar as duas funções. Foi aí que eu percebi que precisava cortar o cordão umbilical da pediatria e deixar meu lado empreendedor falar mais alto”, completou.