Comemoração em dose dupla: Regina Guerreiro e Cavalera festejam um ano da websérie “Enjoy” e editora celebra meio século de carreira


No novo episódio, a cultura indígena, tema do verão 2016 da marca, é analisada de forma bem-humorada e a papisa da moda diz: “Make-up de índio tem sessão intensiva. Ele usa seu corpo e seu rosto como se fossem telas, onde desenha lindamente. As cores das pinturas simbolizam elementos: negro é a Terra, vermelho é o fogo, amarelo é a água, branco é o ar. Lindo, não?”

Ah, como o tempo voa: parece que ainda ontem HT anunciou que a editora de moda Regina Guerreiro e a Cavalera estavam se unindo para a websérie “Enjoy”, na qual a jornalista comenta sobre o mundo fashion, comportamento, cultura e entretenimento com aquele seu jeito delicioso e elucidativo. Bem, esse “ontem” está comemorando um ano no mês de setembro e a celebração é em dose dupla: Regina também está completando 50 anos de carreira em 2015! E a mente inquieta e criativa da editora nos brinda nesse aniversário com vídeo novo, para a felicidade de seus fãs. O tema? Índios!

No 12º episódio, Regina Guerreiro avisa logo: “Você pode achar estranho, mas eu adoro programa de índio!”. Calma, HT explica: a jornalista está se referindo ao “lifestyle natureba” e à beleza do povo indígena, tanto genética quanto cultural. O papo, claro, vai fazendo aquele zigue-zague no tempo e lembrando desde as pinturas pré-históricas às tatuagens contemporâneas, todas como formas de criar uma segunda pele repleta de identidade e individualidade. No caso dos índios, os desenhos na pele, chamados kenes, têm um significado muito além do estético, como Regina explica, já que eles pintam serpentes no próprio corpo como uma forma de proteção contra as tempestades e enchentes, uma vez que as cobras são consideradas sagradas. “Dia de cerimônia, então? Força no urucum! A sessão make-up é super intensiva. O índio pinta seu corpo e seu rosto como se fossem telas, onde desenham lindamente. As cores das pinturas simbolizam elementos: negro é a Terra, vermelho é o fogo, amarelo é a água, branco é o ar. Lindo, não?“, questiona.

“Ah, a doce pureza indígena… Será que não se perdeu? […] Eu odeio ver índio usando bermuda. Falando no celular então, nem se fala! Mas, tudo bem, ele tem que se conectar com o mundo. Só que o preço me parece muito alto. Em troca, eles têm que, pouco a pouco, ir deletando a sua cultura e ir perdendo seu paraíso”, analisa Regina, lembrando que existem apenas 14 aldeias indígenas organizadas e reconhecidas no país, fora alguns casos específicos.

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Até o chá Ayhauasca, que conquistou gente como Lindsay Lohan, é citado no episódio de “Enjoy”: “O interior do índio se libera – sua selvageria, sua sensualidade, seu poder, sua beleza. Mas atenção: nada de tomar em clima de aventura psicodélica! Ele só pode ser tomado quando a Mãe Terra for reverenciada ou quando estiver em busca da conexão divina”, conta. E quem apresentou o poder sagrado do chá para Regina? Alberto Hiar, claro, o diretor criativo da Cavalera que também teve a ideia de iniciar a “Enjoy” e foi in loco conhecer a realidade dos índios da etnia Yawanawá, da tribo Mutum, o que gerou mais tarde a Expedição Cavalera, com destino ao interior do Acre, como contamos aqui.

Alberto Hiar e Regina Guerreiro durante o lançamento de "Enjoy" (Foto: Divulgação)

Alberto Hiar e Regina Guerreiro durante o lançamento de “Enjoy” (Foto: Divulgação)

Como não poderia ser diferente, a conversa chega em moda e nada cabe melhor no diálogo do que a recente coleção Primavera/Verão 2016 da Cavalera, batizada “Kenes”. Como mostramos aqui, além de o desfile ter sido um sucesso absoluto durante a última edição da São Paulo Fashion Week, ele mostrou ainda um trabalho intenso de imersão na cultura e nas tradições indígenas dos Yawanawá. Os kenes se transformaram em estampas das peças, além de itens como os mosquiteiros das ocas e as lanças dos caçadores inspirarem transparências e padrões geométricos nas roupas.

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Voltando à “Enjoy”,  o episódio termina com Regina Guerreiro afirmando que o mundo não estaria passando por uma crise ambiental e nem por efeito estufa caso os índios não tivessem sido engolidos “pela nossa tão chamada civilização”. Todos concordamos com com a editora que tem nos presenteado com histórias deliciosas em seus vídeos do alto de 50 anos de experiência na profissão. Regina Guerreiro, seu nome é cultura e cratividade. Por sinal, HT resolveu dar um giro pelo Instagram da ex-editora de Vogue e conferiu que ela tem compartilhado com todos momentos e relíquias de uma história de vida e paixão pela profissão. E, como aperitivo da comemoração, um vídeo da própria declarando um micro-poema tão brilhante quanto ela. Play!