Alice Wegmann: “As pessoas vivem muito a vida dos artistas. Quero me preservar desde agora”


Entrevista exclusiva com a atriz que, aos 18 anos, tem roubado a cena na TV e já se tornou a nova darling de Domingos de Oliveira!

* Por Junior de Paula

A gente adora apostar em novos nomes. É quase um ritual, uma forma de colocar a energia para circular e mostrar que é só deixar de preguiça para perceber que existe muito mais gente legal por aí do que se possa imaginar. A atriz Alice Wegmann, por exemplo, é uma delas. Fofa até não querer mais, essa carioca de só 18 anos já tem muita história para contar. Cria do Tablado – ela subiu naquele mítico palco quando tinha 11 anos-, Alice já foi protagonista de Malhação, roubou a cena em A Vida da Gente, novela das 6, de Licia Manzo, exibida em 2012, e virou a nova queridinha de Domingos de Oliveira, depois que participou da peça Contos de Verão, que, aliás, vai virar filme este ano. Sem perder tempo, convocamos Alice para um papinho sobre a vida, as responsabilidades e as loucuras de ser uma estrela com tão pouca idade.

Alige Wegmann: frescor da juventude aliado a noção clara da vida (Foto: Divulgação)

Alige Wegmann: frescor da juventude aliado a noção clara da vida (Foto: Divulgação)

 

HT:  Você cursou Tablado quando ainda era uma criança. Como foi que a arte entrou na sua vida?

AW: Acho que, na verdade, ela sempre esteve aqui. Mas entrei no Tablado em 2007, ainda tinha 11 anos, e ali tive a certeza de que aquilo era o que eu mais gostava de fazer. Caí meio de paraquedas, comecei por lazer, e então, resolvi levar a sério.

HT: Quais as lembranças que você tem dos tempos no Tablado? Da sua primeira peça por lá, das aulas…

AW: São tantas – e tão boas! Mas lembro das brincadeiras de estátua. Eu era craque, ganhava todas! Separávamos os minutos finais da aula para brincarmos, as poses eram bastante criativas.

HT: Você fez Malhação duas vezes e a novelinha é super amada pelos adolescentes, que idolatram os personagens e são um tanto quanto eufóricos. Como é fazer tanto sucesso tão nova sem deixar que isso a influencie negativamente?

AW: Temos que ter em mente que essa profissão não é a mais importante do mundo. A gente tem que manter o pé no chão… Acabamos, com o tempo, ganhando uma importância enorme na vida dos outros; sendo mais reconhecidos do que deveríamos, acredito eu. Se você é um médico, bombeiro, está trabalhando para salvar vidas, aí sim merece tanto reconhecimento. Mas, hoje em dia, as pessoas vivem muito a vida dos artistas. Quero me preservar desde agora. Compartilho o que quero com os fãs, o que me faz muito bem e me deixa feliz de ver um super retorno, mas preservo o que acho que devo preservar.

HT: Você é um referencial para as garotas da sua geração. Você se preocupa com isso? Faz pensar duas vezes antes de tomar decisões ou agir por impulso ou você nem pensa nisso?

AW: Claro! Agora, eu sou bem mais cautelosa. Principalmente nas redes sociais… Quero deixar claro para eles quem eu sou. Converso, compartilho momentos… Mas sempre penso duas vezes antes de postar algo.

HT: Por que resolveu cursar uma faculdade de Comunicação Social?

AW: Acho que a formação é algo essencial e que acrescenta muito, explora seus horizontes. Comunicação envolve matérias que eu sempre gostei e tive curiosidade… Estou apaixonada pela faculdade, e aprendendo muito (coisas que ajudam bastante na profissão de atriz, também). Vendo mais filmes, lendo livros de história da publicidade, conhecendo o cinema primitivo…

HT: Que livro você leu, que filme e peça você viu e que música você ouviu recentemente que mais a marcou?

AW: Da infância para adolescência, os Potterianos, mas eu também era apaixonada pela Meg Cabot, uma escritora incrível. Meus livros favoritos dela eram a coleção do “Diário da Princesa” (li todos). Acho que, por incrível que pareça, foram os que eu mais me envolvi. Peça, gostei muito de “A Noviça Rebelde”, na montagem do Charles e do Cláudio. Foi quando eu estava me apaixonando pelo teatro. Filme, o que eu mais me encantei até agora foi “Cidadão Kane“. Vi na faculdade.

HT: Como foi a experiência de trabalhar com o Domingos de Oliveira?

AW: Domingos é um gênio. Foi uma honra, é claro. Ele sabe muito… Passamos um dia na casa dele e fiquei o tempo todo boquiaberta com as coisas que ele dizia. “Conto de Verão” marcou minha vida.

HT: Projetos para 2014?

AW: Continuar com a peça, estudar, aprender bastante e deixar as coisas acontecerem no seu tempo.

* Junior de Paula é jornalista, trabalhou com alguns dos maiores nomes do jornalismo de moda e cultura do Brasil, como Joyce Pascowitch e Erika Palomino, e foi editor da coluna de Heloisa Tolipan, no Jornal do Brasil. Apaixonado por viagens, é dono do site Viajante Aleatório, e, mais recentemente, vem se dedicando à dramaturgia teatral e à literatura.